Quando as pranchas surgiram? Quando elas começaram a ser pintadas? O que sei é que hoje em dia existem pintores de pranchas para todos os tipos e gostos!
Há pintores de pranchas em desuso, pintores de pranchas novas, pintores de pranchas semi-novas. E para cada tipo de prancha há uma técnica diferenciada.
A maioria dos pintores que trabalha diretamente em fábricas de surf com shapers faz uma arte mais comercial. Antes da laminação, usa-se o airbrush e técnicas como a “fitocrepagem” (quando há o uso de muita fita crepe).
Pranchas semi-novas podem ser personalizadas por diversos artistas, usando uma caneta permanente. Pablo Bizart foi o primeiro que vi pintar com a tão famosa caneta nas pranchas de Binho Nunes, Danylo Grillo e Daniel Cortez.
Depois conheci o trabalho do veterano Marcello Macarrão, que já pintou para Caio Ibelli, Adriano Mineirinho, Jadson André, Simão Romão, Willian Cardoso, Gilmar Silva e até para o rapper Marcelo D2!
Macarrão pinta desde 1997, começou como brincadeira e depois de um acidente que o imobilizou por algum tempo, a saída foi mergulhar na pintura.
Em Sampa ainda existem Jefferson Guedes e Rafael Veiga, que arrasam nas canetinhas! Aqui no Rio tem o Godri, surfista que começou a carreira de artista justamente pintando as pranchas do amigos!
E tem até surfista profissional que nas horas vagas pega as canetas para pintar sua prancha e a dos colegas. Caso de Jean da Silva, que já usou sua criatividade nas ondas e nas pranchas coloridas.
E quando a prancha quebra ou vira um “toco”? Acaba jogada em um canto? Não se usar imaginação e atitude! Pode virar arte, decoração, placa, móvel, o que conseguir inventar.
A primeira pessoa que conheci que faz arte em pranchas em desuso foi Ithaka Pappayannis, em 2009, quando eu participava com minhas artes no stand socioambiental e cultural do mundial de surf na praia da Vila, Imbituba.
Ele criou um projeto cujo nome é Pranchas Reencarnadas ou “The reincarnation of a surfboard”, pois Ithaka, apesar de viver no Brasil, nasceu em Los Angeles (EUA). Assim, além de estarem no circuito de arte junto aos campeonatos, elas ganham museus e galerias de arte.
Para perceber como esta onda de reusar pranchas é recente, dê uma olhadinha nos campeonatos de surf. Já teve até espaço sustentável com móveis de papelão, mas nunca um com móveis em pranchas! Mesas, cadeiras, bancos, estantes, design e artes!
Eu curto fazer arte em qualquer tipo de prancha. Nas novas, riscar com posca e spray. Os tocos adoro cortar, esculpir, “chapar” e fazer colagem além da pintura!
Confira na galeria de fotos acima e reparem o estilo de cada artista!
É isso aí galera, fica a dica: fazer um mundo mais colorido, usar e abusar dos materiais que já estão por aí, como os resíduos de fábricas de pranchas!