As práticas respiratórias do YÔGA e o surfe

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Em nosso último encontro, falamos a respeito do controle da respiração pelo sistema nervoso central. Se vocês estão lembrados, recordarão que o principal responsável pelo estímulo respiratório e a consequente sensação de falta de ar, é o acúmulo do CO2. O assunto de hoje trás à tona algumas técnicas de controle da respiração que podem ser úteis para o surfista, não somente para que os caldos sejam enfrentados com mais segurança, mas também para que, no decorrer das baterias, o surfista se mantenha calmo e consciente da situação na qual se encontra.

O Yôga é um sistema eminentemente prático-filosófico que tem mais de 5000 anos de existência. Foi criado na India e tem como objetivo principal o desenvolvimento de uma consciência mais ampla, uma auto-consciência ou uma hiperconsciência.

Existem inúmeras linhas de YÔGA no mundo, com o passar dos anos, muitas delas foram deturpadas, porém, o verdadeiro Yôga ainda sobrevive em alguns locais e muitos surfistas e esportistas em geral o tem procurado para obter os benefícios secundários advindos de sua prática, tais como : melhora da flexibilidade, controle de algumas funções autônomas do corpo e melhora da saúde em geral. Joel Tudor, Gerry Lopez e Cheyne Horan são adeptos fiéis do Yôga. Cisco Aranã o pratica a mais de 20 anos. O lendário mergulhador Jacques Mayol também era adepto do YÔGA.

Uma aula de YÔGA ortodoxo é composta de oito partes:

Mudrá – gestos reflexológicos feito com as mãos
Pujá – retribuição de energia
Mantra – vocalização de sons e ultra sons
Pránáyámá – exercícios respiratórios
Ásana – as tradicionais posições física
Yôganidra – relaxamento
Samyama – concentração, meditação e desenvolvimento consciencial

O objetivo de nosso bate papo hoje é somente a quarta etapa da aula, os pránáyámás.

Os pránáyámás são exercícios respiratórios feitos acima de tudo com consciência. São inúmeras as técnicas empregadas nesta etapa e na próxima seção estarei enumerando algumas, Por hora vamos mostrar o que a Ciência tem encontrado com relação aos praticantes assíduos de pránáyámás:

Pesquisadores de um laboratório de fisiologia da Bélgica, publicaram uma pesquisa no Journal of Applied Physiology (jornal de pesquisas americano) onde compararam a resposta respiratória ao estímulo do CO2 em praticantes e não praticantes de pránáyámás. O objetivo era verificar se os praticantes de pránáyámás toleravam um nível mais elevado de CO2 no sangue (a mesma coisa que acontece em um caldo, onde o surfista acumula muito CO2 e fica logo sem ar). Para testar esta hipótese, os indivíduos foram colocados em um equipamento onde respiravam continuamente um ar “viciado” ou seja, respiravam o ar que exalavam continuamente, logo, esse ar tinha, a cada nova inspiração, uma quantidade maior de CO2. Os achados foram muito interessantes, como mostra o gráfico ao lado#.

Não é difícil notar, que o grupo de praticantes de YÔGA apresentou uma menor sensibilidade ao CO2. Isso significa que, para que a vontade de respirar se instale, é necessário uma maior concentração de CO2 no sangue desses indivíduos. Logo, os pránáyámás são exercícios muito bem indicados para surfistas e mergulhadores que almejam ficar mais tempo embaixo da água. Essa e outras pesquisas tem comprovado a eficácia do YÔGA.

Aconselho aos interessados, que procurem um bom professor de YÔGA para que possam aprender com segurança as técnicas básicas desta filosofia. No Brasil, o Prof. De Rose, do UNI-YÔGA, é sem sombra de dúvidas um dos melhores do Brasil. Abaixo relaciono dois endereços importantes, um para a capital e outro para o nosso litoral (Santos).

Uni-YÔGA – primeira Universidade de YÔGA do Brasil Alameda Jaú, 2000 – tel. 0XX11 881-9821 – São Paulo Mestre De Rose

Bioflora – Rua Tolentino Filgueiras, 73 gonzaga – Santos tel – 289-9449 ou 221-6012 Prof. Luciane Garante Antunes

Caso os leitores se interessem em obter o artigo científico citado nesta seção, ligar para:

Marcello Árias – 0XX13 – 221-6012