ASP Circus no Brasil

5º Waimea 5000, circuito mundial IPS - Prainha (RJ), jul / ago/ 1981. Cheyne Horan, Ricardo Castro, Mario Cesar Pereira Carneiro e Mark Richards

5º Waimea 5000, circuito mundial IPS – Prainha (RJ), jul / ago/ 1981. Cheyne Horan, Ricardo Castro, Mario Cesar Pereira Carneiro e Mark Richards. Foto: Fred Rosário / Arquivo Pessoal Maritmo.
O então circuito IPS [International Professional Surfers], iniciado em 1976 de forma experimental, e o ‘Arpex’ sediou uma etapa, o Waimea 5000. O campeão foi o brasileiro Pepe Lopes.

 

O havaiano Randy Rarick foi o cara que começou o circuito mundial e a IPS aconteceu até 1982, e apenas Austrália, África do Sul, Brasil, Califórmia e o Hawaii faziam parte do então circuito mundial.

 

4º Waimea 5000, circuito mundial IPS – Prainha (RJ), ago / 1980. Mario Cesar Pereira Carneiro, Randy Rarick (de óculos) e juiz Sidão (de barba). Foto: Roberto Price / Arquivo Pessoal Maritmo.
Em 1983 começou a ASP de hoje pelo australiano Ian Cairns.

 

4º Waimea 5000, circuito mundial IPS – Prainha (RJ), ago / 1980. Mario Cesar Pereira Carneiro, Randy Rarick (de óculos) e juiz Sidão (de barba). Foto: Roberto Price / Arquivo Pessoal Maritmo.
O circuito mundial voltou ao Brasil em 1986, para a Joaquina, no épico Hang Loose Pro Contest que deu altas ondas.

 

Foi grande a evolução desde então. Muitos Hang Looses e Alternativas rolaram até a histórica  separação do WQS e WCT em 1992, isolando os 45 melhores do mundo num circuito fechado onde  é disputado o título mundial, com o resto do ‘pack’ na segunda divisão.


O circuito mundial WCT é a competição máxima do surf profissional. De US$ 5 mil a premiação do vencedor de cada evento aumentou para US$ 30 mil.


Além disso, os lugares onde acontecem as provas são os melhores surf-spots do mundo.
Quando surf é comparado a outros esportes, como futebol, tênis ou golf, notamos uma grande diferença nos prêmios, bem menos gordos no surf.


A grande diferença a nosso favor está no prazer que o surf em si e o ato de praticá-lo nos traz.

 

Para um surfista de qualquer nível, está valendo pagar tudo para estar em J-Bay, Sunset ou Teahuupo sem competir, apenas para pegar as ondas.


Tanto um jogo de futebol, tênis ou golf, por melhor que pague nunca será a mesma coisa que surfar, ainda mais nestas ondas de hoje, que rolam para os top pros do WCT em lugares mágicos como Tavarua, Mundaka, Gradjagan etc.

 

Tubos impressionantes e com duração de mais de 10 segundos foram testados nas baterias este ano em Tavarua.

 

Para um Slater ou um Irons, isso é coisa normal, ossos do ofício. Mas, pra qualquer outro humanóide comum, isso é de ‘pirar o cabeção’.

 

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Picuruta Salazar entre o pai e Randy Rarick no Waimea 5000, praia do Arpoador, 1980. Foto: Arquivo pessoal Picuruta Salazar.
Para completar o ‘circus’, a ASP tem o sistema de transmissão pela internet que está deixando a  comunidade virtualmente presente e dentro do line up nestes campeonatos. A tecnologia é brasileira.

 

Hoje em dia, nessa época internetizada e speedificada, é indispensável uma transmissão online que arrebenta, além de ser um ingrediente básico para um campeonato do melhor nível.

 

Um campeonato sem essa transmissão hoje pode ser considerado uma ‘fraude’ quanto à apresentação em tempo real para tantas pessoas de qualquer lugar do planeta.

 

Adriano Mineirinho durante o WCT 2004: ídolo da era da internet. Foto: ASP World Tour / Karen.
As estatísticas não mentem: é muita gente online assistindo as transmissões.

 

O não-acompanhamento desta evolução é um erro, estagnação no tempo, comparável à época da evolução do sistema na praia, para sinalizar início e término das baterias, quando a sirene substituiu os rojões estourados como sinalizador.

 

Nunca esquecerei do campeoato brasileiro que venci em Ubatuba, 1984. Durante a minha última onda, que deu o título, depois de acertar uma manobra na junção e quase cair, escutei o estouro dos três tiros do rojão sinalizando o final da bateria com o feeling da vitória.

 

Taiu tem história no circuito mundial como um dos primeiros paulistanos a disputar a tradicional World Cup em Sunset, 1983. Recentemente foi locutor e comentarista das etapas no Rio e no Sul. Foto: Arquivo pessoal Taiu.
A época era tribal, prêmios pequenos, patrocínios escassos, mas era muito legal.

 

Para ir do Guarujá a Ubatuba era uma aventura de umas quatro horas na lama. Era outra época, o início de tudo, mas, para muitos o surf já tinha o seu valor energético, além do dinheiro.


Hoje, continua intensa a jornada, ou peregrinação, do público a Floripa para assistir um WCT no Brasil.

 

O campeonato lota a praia, vai gente de Norte a Sul do Brasil, além de alguns uruguaios e argentinos. Tudo isso somado à transmissão online para o mundo.

 

Mais um ano de WCT no Brasil e este ano arrisco dizer que a Joaca deve funcionar. Ano passado coroamos o havaiano Andy Irons em seu tricampeonato mundial antecipado.

 

Neste ano são grandes as chances de Slater receber aqui a sétima coroa da ASP. Além do mais, com a torcida a favor.

 

Parabéns ao Teco, Xandi, Avelino, Husadel e toda essa galera quentíssima do surf quentíssima que há anos faz e já fez o Brasil acontecer, dentro ou fora dágua…

 

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Pepê Lopes, mito carioca do esporte, primeiro campeão da etapa no Brasil em 1976. Fotos: Fred Rosário / Arquivo Brasil Surf.
Relação de campeões no Brasil

 

IPS (International Professional Surfing)

 

1976 Pepê Lopes (Bra), Arpoador (RJ)
1977 Daniel Friedmann (Bra), Arpoador (RJ)
1978 Cheyne Horan (Aus), Arpoador (RJ)
1980 Joey Buran (EUA), Arpoador (RJ)
1981 Cheyne Horan (Aus), Arpoador (RJ)
1982 Terry Richardson (Aus), Arpoador (RJ)

 

ASP (Association of Surfing Professionals)

 

1986 Dave Macaulay (Aus), Joaquina (SC)
1987 Tom Carroll (Aus), Joaquina (SC)
1988 Damien Hardman (Aus), Itamambuca (SP)
1988 Tom Carroll (Aus), Joaquina (SC)
1989 Glen Winton (Aus), Joaquina (SC)
1989 Dave Macaulay (Aus), Barra da Tijuca (RJ)
1990 Fábio Gouveia (Bra), Pitangueiras (SP)
1990 Brad Gerlach (EUA), Barra da Tijuca (RJ)

 

WCT (World Championship Tour)


1991 Flávio Padaratz (Bra), Barra da Tijuca (RJ)
1992 Damien Hardman (Aus), Barra da Tijuca (RJ)
1993 Dave Macaulay (Aus), Barra da Tijuca (RJ)
1994 Shane Powell (Aus), Barra da Tijuca (RJ)
1995 Barton Lynch (Aus), Barra da Tijuca (RJ)
1996 Taylor Knox (EUA), Barra da Tijuca (RJ)
1997 Kelly Slater (EUA), Barra da Tijuca (RJ)

Paranaense Peterson Rosa, vencedor em 1998. Foto: ASP World Tour / Tostee.

1998 Peterson Rosa (Bra), Barra da Tijuca (RJ)
1999 Taj Burrow (Aus), Barra da Tijuca (RJ)
2000 Kalani Robb (Haw), Barra da Tijuca (RJ)
2001 Trent Munro (Aus), Barra da Tijuca (RJ)
2002 Taj Burrow (Aus), Saquarema (RJ)
2003 Kelly Slater (EUA), Imbituba (SC)
2004 Taj Burrow (Aus), Imbituba (SC)

 

WQS (World Qualifying Series)

 

1991 Nicky Wood (Aus), Pitangueiras (SP)
1992 Jojó de Olivença (Bra), Joaquina (SC)
1992 Dadá Figueiredo (Bra), Itamambuca (SP)
1992 Julio Adler (Bra), Maracaípe (PE)
1992 Flávio Padaratz (Bra), Torres (RS)
1992 Sergio Noronha (Bra), Barra da Tijuca (RJ)
1992 Munga Barry (Aus), Joaquina (SC)
1992 Nicky Wood (Aus), Pitangueiras (SP)
1993 Fábio Gouveia (Bra), Maracaípe (PE)
1993 Peterson Rosa (Bra), Barra da Tijuca (RJ)
1993 Joey Jenkins (Aus), Pitangueiras (SP)
1993 Armando Daltro (Bra), Icaraí (CE)
1993 Pedro Müller (Bra), Joaquina (SC)
1994 Victor Ribas (Bra), Pitangueiras (SP)
1994 Wagner Pupo (Bra), Barra da Tijuca (RJ)
1994 Wagner Pupo (Bra), Imbé (RS)
1994 Peterson Rosa (Bra), Barra da Tijuca (RJ)
1994 Tadeu Pereira (Bra), Imbituba (SC)
1994 Matt Hoy (Aus), Pitangueiras (SP)
1994 Plínio Ribas (Bra), Barra da Tijuca (RJ)
1994 Shane Dorian (EUA), Joaquina (SC)
1994 Binho Nunes (Bra), Itamambuca (SP)
1995 Ricardo Toledo (Bra), Maracaípe (PE) 
1995 Peterson Rosa (Bra), Tramandaí (RS)
1995 Renan Rocha (Bra), Barra da Tijuca (RJ)
1995 Guilherme Herdy (Bra), Maracaípe (PE)
1995 Ricardo Toledo (Bra), Barra da Tijuca (RJ)
1995 Guilherme Herdy (Bra), Barra da Tijuca (RJ)
1995 Peterson Rosa (Bra), Pitangueiras (SP)
1995 Neco Padaratz (Bra), Joaquina (SC)
1995 Nathan Webster (Aus), Itamambuca (SP)
1996 Joca Júnior (Bra), Torres (RS)
1996 Guilherme Herdy (Bra), Barra da Tijuca (RJ)
1996 Joca Júnior (Bra), Barra da Tijuca (RJ)
1996 Fábio Silva (Bra), Maracaípe (PE)
1996 Binho Nunes (Bra), Icaraí (CE)
1996 Jojó de Olivença (Bra), Pitangueiras (SP)
1996 Neco Padaratz (Bra), Itamambuca (SP)
1997 Peterson Rosa (Bra), Capão da Canoa (RS)
1997 Victor Ribas (Bra), Itaúna (RJ)
1997 Tinguinha Lima (Bra), praia do Francês (AL)
1997 Marcelo Nunes (Bra), Maracaípe (PE)
1997 Armando Daltro (Bra), Icaraí (CE)
1998 Neco Padaratz (Bra), praia Mole (SC)
1998 Jake Paterson (Aus), praia Mole (SC)
1998 Armando Daltro (Bra), Gaibú (PE)
1998 Fábio Gouveia (Bra), praia do Francês (AL)
1998 Luke Hitchings (Aus), Barra da Tijuca (RJ)
1998 Christiano Spirro (Bra), praia do Futuro (CE)
1999 Fábio Gouveia (Bra), Joaquina (SC)
1999 Peterson Rosa (Bra), Maresias (SP)
1999 Neco Padaratz (Bra), praia Mole (SC)
1999 Richard Lovett (Aus), Maracaípe (PE)
1999 Neco Padaratz (Bra), Icaraí (CE)
2000 Armando Daltro (Bra), Joaquina (SC)
2000 Guilherme Herdy (Bra), Fernando de Noronha (PE)
2000 Glyndyn Ringrose (Aus), Barra da Tijuca (RJ)
2000 Trent Munro (Aus), praia Mole (SC)
2000 Christiano Spirro (Bra), Maresias (SP)
2001 Mikael Picon (Esp), Joaquina (SC)
2001 Fábio Silva (Bra), Fernando de Noronha (PE)
2002 Anselmo Correa (Bra), praia Mole (SC)
2002 Victor Ribas (Bra), Fernando de Noronha (PE)
2003 Neco Padaratz (Bra), Fernando de Noronha (PE)
2003 Patrick Beven (Fra), praia Mole (SC)
2004 Warrick Wright (Afr), Fernando de Noronha (PE)
2004 Jihad Kohdr (Bra), Torres (RS)
2004 Richard Lovett (Bra), praia Mole (SC)
2005 Bobby Martinez (EUA), Fernando de Noronha (PE)
2005 Pedro Henrique (Bra), Maresias (SP)

 

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