Espêice Fia

ASP e a sala de justiça

Jamie O'Brien pede desculpa a Ricardo dos Santos depois de agredir brasileiro em Teahupoo, Tahiti

 

Para Fabio Gouveia, brasileiros como Neco Padaratz (foto) foram prejudicados pela ASP em questões disciplinares no Hawaii. Foto: ASP World Tour / Tostee.
Episódio entre Ricardo dos Santos e Jamie O’Brien no Tahiti ainda será resolvido pela entidade, acredita o colunista. Foto: Arquivo Pessoal.

Na quinzena passada, escrevi aqui no Waves sobre a minha crença de que os rumos da ASP estariam melhorando. “Perspectivas são boas”, relatei sobre a entidade depois de ler uma entrevista feita por Alceu Toledo Junior com Paul Speaker (CEO da ASP e sócio da Zosea), na Fluir de julho.

Bom, é melhor ler o texto anterior para ver a qual quesito me referi, afinal fiquei esperançoso ao saber que, mais do que nunca na história da entidade, pessoas com bagagem e formação para tocar uma entidade esportiva estariam se juntando às pessoas com vivência prática, que, mesmo muitas vezes sem formação, estão ali há anos.

Sabemos que o Waves passa por uma reformulação, inclusive o sistema de comentários mudou e as mensagens antigas ainda não estão disponíveis. No texto anterior, a turma do Fórum havia reclamado de que bajulei a ASP e não toquei no assunto envolvendo Ricardo dos Santos e Jamie O’Brien. Bom, ressalto aqui que o foco do texto foi o tema abordado, aliás, o Tulio Brandão já havia analisado o episódio em cima da bucha, como é de costume.

Porém, compreendo perfeitamente o descontentamento da turma, pois, assim como muitos, fiquei indignado com aquela situação. Esse tema de punições é um lance que se arrasta na entidade há muito tempo. Já houve casos com punições justas e outros sem punições exemplares que, quando ocorreram, parece que a corda arrebentou do lado mais fraco.

Nas piores hipóteses, sempre achei que os brasileiros foram os mais prejudicados. O que teria acontecido se os acontecimentos com Neco Padaratz e Paulo Moura no Hawaii, tempos atrás, fossem no Brasil e as vítimas tivessem sido os agressores? Será que as punições seriam diferentes? Eu acho que sim. Acho que as coisas ficariam feias para o lado dos brazucas.

Vale ressaltar que não estou falando com sentimento de “terceiro mundista”, de inferioridade, como já escutei lá fora quando algumas vezes nos expressamos. O que acho é que, em determinadas partes do mundo, a entidade tem é o rabo preso.

Mas, acredito e quero acreditar que as coisas irão melhorar, irão mudar. Em conversa com Renato Hickel, Tour Manager do WCT, entendi que a nova ASP ficou ainda mais burocrática, pois tem muito mais gente trabalhando. Então, certas coisas, como a parte disciplinar, demoram um pouco mais. Tem de escutar as duas versões, esperar as defesas dos envolvidos e outras questões, para depois tomar uma decisão.

No recente episódio entre Ricardinho e Jamie, vai haver multa e uma possível suspensão, com certeza. “A ASP tem um comitê disciplinar e um juiz disciplinar, como em qualquer esporte”, diz Renato. Então, mais uma vez, ressalto aqui que não estou tomando partido de nada, não sou político. Torço apenas pelo crescimento do surf e acredito, como disse, na evolução. Também não custa rezarmos. Um abraço para a turma e obrigado.

 

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