 Praia do Tombo foi dominada pelos larápios durante o FreeSurf Pro Trials. Foto: Arquivo Waves. |
O evento reuniu 192 competidores – um prato cheio para os larápios de plantão que agem na beira da praia.
Uma das vítimas foi Pedro Robalinho, técnico dos atletas Leandro Bastos, Lucinho Lima, Adilton Mariano, Silvana Lima, entre outros.
Na sexta-feira, primeiro dia de competição, enquanto filmava a bateria de Bastos, Robalinho acredita ter sido observado pelo bandido, que o abordou após o término da bateria quando já estava no calçadão próximo ao palanque.
“Por volta das cinco horas da tarde, quando voltei para frente do palanque, um cara armado pediu que entregasse a mochila em que estava a câmera. Depois, fiquei sabendo que ele era de lá e consegui recuperar meus documentos por intermédio de um amigo local do pico”, explica Robalinho.
Segundo o surfista, foram roubadas mais de dez pranchas durante o evento. “Até o estepe do meu carro levaram. E eu só descobri quando estava indo embora e pedi para o funcionário do posto de gasolina checar a água, aí ele me alertou de que eu estava sem o estepe também”, afirma indignado.
Logo após o assalto, Robalinho registrou o BO. De acordo com ele, no sábado apareceram mais policiais na área do evento. Mas, no domingo não havia mais ninguém. Além do carioca, também foram assaltados Bruno Moreira, Dênis Tihara, Eduardo ‘Truta’ Rezende, entre outros.
 Pedro Robalinho saiu no prejuízo da praia do Tombo: ficou se câmera e estepe. Foto: Nancy Geringer. |
Sílvio da Silva, o Silvério, presidente da Federação Paulista de Surf, entidade que organizou o evento, afirma que foram tomadas todas as providências necessárias para realização da prova.
“O campeonato foi organizado pela Federação Paulista, em conjunto com a Associação Guarujaense de Surf, como sempre é feito. A parte burocrática fica a cargo da Associação, que afirma ter feito tudo corretamente. Na sexta-feira, eu liguei para a prefeitura e pedi reforço policial. Com isso, no sábado tinha muitos policiais, até mais do que o necessário. Já no domingo não havia mais policiamento. Também achei muito estranho. Era melhor se tivessem deixado um pouco para o domingo”, diz Silvério.
O tenente-coronel Raimundo, responsável pelo 21º BPM, que monitora as áreas do Guarujá, Vicente de Carvalho, Bertioga e Cubatão, diz que para haver um reforço policial em eventos é preciso que o pedido seja feito com antecedência à prefeitura, que posteriomente comunica a polícia para a preparação da escala.
“Para que ocorra o policiamento necessário, é preciso comunicar a polícia antecipadamente para haver uma programação, pois preciso organizar escalas e dividir o patrulhamento entre todos os eventos agendados”, explica o tenente-coronel.
“Infelizmente só tomei conhecimento da realização desse campeonato no sábado. Achei estranho não terem feito o pedido antes e mandamos um reforço, pois tínhamos homens disponíveis. Já no domingo, tivemos que dar prioridade para os eventos agendados anteriormente. Com isso, a praia do Tombo ficou com apenas uma viatura no setor, responsável por apurar ocorrências em diversas áreas da cidade”, diz o policial
Segundo o oficial, a maioria dos infratores são menores moradores da periferia. “Segundo o Censo realizado em 2000 no Guarujá, dos 264 mil habitantes da cidade, cerca de 50 mil estão dentro da faixa etária entre 10 e 20 anos. Temos que fazer um trabalho forte para que essas crianças fiquem longe das drogas, porque senão elas caem na marginalidade”, lamenta.
A marca gaúcha FreeSurf, patrocinadora do evento, pretende excluir a etapa da praia do Tombo do calendário do ano que vem. “A pedido dos atletas não faremos o campeonato lá no ano que vem. Por enquanto não posso confirmar um local específico, estou aceitando sugestões. Mas, um critério para aprovação deste novo local será a segurança”, afirma Rogério Zandonai, reponsável pelo marketing da marca.