Na última segunda-feira, o Waves publicou uma reportagem com o atual campeão mundial Pro Junior Lucas Silveira, um dos nomes especulados para ser convidado pela World Surf League (WSL) para o Oi Rio Pro, etapa brasileira do Championship Tour 2016.
Diante da repercussão da notícia no Fórum do site, o atleta – que sempre teve uma imagem muito positiva também fora da água – enviou uma nota de esclarecimento aos internautas.
“Caros amigos,
Pelos comentários, percebi que não fui bem interpretado por alguns, por isto gostaria de esclarecer alguns pontos.
As minhas declarações partiram de perguntas que ficaram ocultas, então pode parecer prepotência, mas não era minha intenção.
Logo depois de ter sido campeão mundial Pro Junior, alguns dirigentes anunciaram-me a grande possibilidade de receber wildcard para o CT do Rio, enfatizando, além do título, o fato de ser carioca e de ser atualmente o atleta do Rio de Janeiro melhor classificado no QS. Lógico que fiquei muito feliz e já criei toda expectativa, até porque presenciei alguns amigos estrangeiros serem wildcards em seus países pelo mesmo motivo.
Em relação a Bino Lopes, é um dos meus melhores amigos, é o atual campeão brasileiro e também criou uma expectativa em função dos últimos anos, quando o campeão brasileiro recebeu wildcard.
O fato é que não temos regras estabelecidas para a distribuição das vagas.
Já fica aqui o primeiro pedido: que a WSL internacional, a WSL South America, a ABRASP e a FESERJ busquem critérios justos para distribuição das vagas oficiais, e, o mais importante, que consigam mais vagas de reposição (vagas de atletas oficiais lesionados ou que não queiram participar) para nós, brasileiros, e principalmente que sejam destinadas aos que disputam o circuito QS, pois assim, de uma forma ou de outra, estaremos contribuindo para maior representatividade do surfe brasileiro no mundo.
Segundo pedido: espero que WSL Internacional já prestigie os brasileiros para esta etapa com algumas vagas de reposição. Repetindo o que aconteceu em Margaret River, onde teve vaga por triagem e mais três para convidados.
Por fim, vou torcer para que Bino e eu sejamos wildcard do evento.”
Critérios da World Surf League
A redação do Waves entrou em contato com a World Surf League (WSL) para esclarecer a situação das vagas disponíveis no Oi Rio Pro e comentar a nota enviada por Lucas Silveira.
“O livro de regras da WSL determina que as vagas de contusão são para os quatro alternates da WSL, nessa ordem: CT/QS/CT/QS, e os candidatos já são conhecidos: Adam Melling, Stuart Kennedy, Sebastian Zietz e Dusty Payne. Para alguém dizer que não existem critérios ‘justos e oficiais’, é simplesmente desconhecer as regras e desmerecer os quatro atletas que a conquistaram no ano passado, via ranking do CT e QS”, diz Renato Hickel, comissário do Championship Tour masculino.
“Em relação aos wildcards, eles são ambos da WSL. No caso do Brasil, sempre demos uma das vagas ao evento. O evento faz o que quer com essa vaga. No caso do Rio, a vaga foi dada para a FESERJ e eles decidiram pela triagem. Não cabe à WSL julgar se essa escolha foi justa ou não. A outra vaga é da WSL e o comissário da entidade (Kieren Perrow) a utiliza como achar mais justo. No ano passado ela foi dada ao atleta número 1 do QS depois do então evento de Saquarema, Alex Ribeiro, hoje no Tour. Poderia ter sido um surfista estrangeiro nessa posição (em vez de Alex). Só para ilustrar, já demos essa vaga a Wiggolly (Fiji) e a Alejo (Margaret River), em eventos realizados fora do Brasil. Recentemente, demos uma vaga no evento de Bells a Mason Ho, um sufista havaiano, e em Margaret River a um surfista da Itália, Leonardo Fioravanti. Portanto, acho perfeitamente normal darmos essa vaga a um surfista estrangeiro também no evento do Brasil (se vier ao caso). Não podemos esquecer que esse é um evento do Circuito Mundial e queremos os melhores surfistas do mundo nele”, continua Renato.
“Todos os surfistas brasileiros mencionados acima, agraciados com esse wildcard do comissário – Alex, Alejo e Wiggolly – estão hoje no Tour. Mais uma vez, para alguém falar em injustiça, é ignorar o histórico das vagas e desrespeitar os atletas brasileiros (ou não) que as receberam”, finaliza o dirigente.