Se você procura uma surf trip com altas ondas, natureza preservada, tranquilidade e preços razoáveis, a Costa Rica é uma excelente opção.
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Chegando à capital São José, a primeira providência é alugar um carro, a melhor maneira de conhecer a Costa Rica. Escolha um veículo 4×4, indispensável para as estradas da região.
Dependendo da época do ano, o aluguel de um carro sai por US$ 40 o dia (o ideal é já deixar reservado antes de partir, pois existe uma grande procura por aluguel de veículos por lá).
Com o carro na mão é só cair na estrada. “Mas com muito cuidado, já que as rodovias e o trânsito de lá exigem muita atenção”, afirma Helena Deyama, campeã brasileira de Rally Cross Country. (Confira mais dicas de Helena Deyama sobre o aluguel de veículos na Costa Rica na próxima página).
Localizada na América Central, entre a Nicarágua e o Panamá, a Costa Rica é uma estreita faixa de terra banhada pelo oceano Pacífico e o Mar do Caribe.
Vale a pena também dar uma escapada do litoral e conhecer a região central. Ela é montanhosa e com alguns vulcões em atividade, como o Arenal, onde pode-se ficar hospedado com vista para o vulcão.
Já as ondas quebram praticamente o ano inteiro, nos dois lados da Costa Rica. No período de novembro a abril o melhor lado é o Mar do Caribe. Já no período entre maio e outubro a melhor opção é o Pacífico.
As diárias em hoteis cabem em qualquer bolso e exigência. Você pode hospedar-se em um hotel com banheiro comum e pagar US$ 15 por um quarto para até quatro pessoas.
Existem outras opções como suítes simples (US$ 30), acomodações confortáveis (a partir de US$ 60) ou hotéis luxuosos, com diárias acima de US$ 250.
As refeições também cabem em todos os orçamentos. Um prato bem comum lá é o casado, muito parecido com o prato feito brasileiro: arroz, feijão preto, salada, uma banana e uma carne (peixe, frango ou carne vermelha). Você encontra facilmente por US$ 5.
Um café da manhã simples em uma Panadería (padaria na Costa Rica) com pão doce, geleia ou manteiga e café com leite sai a partir de US$ 2.
Outra opção é um café da manhã com o pé na praia, de frente para as ondas, com salada de frutas, suco de laranja, misto quente, ovo mexido e café com leite. Isso sai por US$ 8.
Existem todos os níveis de restaurantes na Costa Rica, com pratos de peixes e frutos do mar. Para os que não conseguem ficar longe de uma carne a boa notícia é que você encontra bons pratos com carne em quase todos os lugares.
Na região do Mar do Caribe os lugares são mais selvagens. A mata tropical, com árvores bem grandes, fica próxima às praias. Conhecemos Porto Viejo e Manzanillo, no Sul da Costa Rica, perto da divisa com o Panamá.
O pico de surf mais conhecido por lá é uma direita chamada Salsa Brava e Porto Viejo é uma excelente opção para quem quiser viajar depois para Bocas Del Toro, Panamá.
Ficamos bem acomodados no Hotel Totem (onde pode-se dormir a partir de US$ 60 a diária com café da manhã. O quarto é confortável, o hotel conta com excelente restaurante e uma surf shop. A região Norte da costa caribenha, acima de Limones (um grande porto), é pouco habitada, tem poucos lugares para hospedar-se e estradas de difícil acesso.
No lado do Pacífico, os principais picos de surf são Roca Bruja e Pavones. Roca Bruja fica no extremo Norte, dentro do parque Nacional de Santa Rosa, com acesso de barco (de Tamarindo sai a partir US$ 250 o barco. Vale a pena reunir uma galera para dividir), ou de carro, o que exige um bom veículo 4×4 e tempo por ser longe das cidades.
Pavones fica próximo à fronteira com o Panamá, na parte Sul. No meio das duas existem uma variedade enorme de picos, principalmente entre Tamarindo e Malpais.
Por ter um sistema sanitário que abrange quase todo o país, na Costa Rica não existem praias poluídas.
A Costa Rica ocupa a quinta colocação mundial no índice de desempenho ambiental e tem sua população quase toda alfabetizada. É um lugar ideal para viajar acompanhado de pessoas que não surfam, pois possui várias opções de lazer ligadas à natureza.
Apesar de não existirem assaltos na Costa Rica, o furto é comum. Não é recomendado deixar as coisas sozinhas na praia ou no carro (é muito comum estourarem o vidro do carro para furtarem objetos).
Tudo em cima? Então boa viagem e curta um lugar onde a principal saudação é “Pura Vida”.
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Dicas de Helena Deyama* A bordo de um veículo 4×4, podemos desfrutar os quatro elementos da natureza que revelam-se na Costa Rica de forma bela e surpreendente.
Cruzamos florestas com fauna e flora exuberantes, atravessamos muitos rios de água cristalina, saímos em busca das melhores ondas, chegamos bem perto de vulcões ativos e respiramos o ar puro de um país que preserva a sua natureza.
Por tudo isso, na Costa Rica só se anda com veículos 4×4, SUV’s, pickups e jipes.
Mas, na hora de escolher o seu veículo, atenção para alguns detalhes: prefira carros mais robustos, que sejam realmente off road, com opção de reduzida e boa altura livre do solo.
Os SUV’s são mais confortáveis, mas em geral não têm muita aptidão para o off road. Verifique se os pneus estão em bom estado e não dispense o ar-condicionado, o clima por lá é muito quente, mas também chove bastante.
A maioria das estradas, mesmo asfaltadas, são muito esburacadas. As estradas de terra mesclam cascalho, buracos e pedras, além de trechos de serras. Mas o que mais exige dos veículos são as travessias de rios, que aparecem a toda hora.
Por isso a importância de um veículo mais alto e com reduzida, porque em época de chuva, o nível dos rios sobe muito e a correnteza pode ficar forte. Um carro baixo e sem torque suficiente não conseguirá transpor o rio.
Além disso, alguns rios têm um desnível grande com erosões na entrada ou na saída, o que exige uma performance mais off road do veículo.
Mas atenção: uma viagem pelas estradas da Costa Rica exige atenção constante para dirigir, principalmente para pessoas que gostam de acelerar.
Os costa-riquenhos andam muito devagar com seus carros e pensam que estão sozinhos na estrada. A maioria das estradas não tem acostamento e os caras param bem no meio da estrada quando dá na cabeça.
Além disso, todas as pontes são bem estreitas e só passa um carro de cada vez. Por isso tem de respeitar a sinalização de “Ceda El Paso” que está em um dos sentidos, sempre tem um lado preferencial.
Além disso há muitas escolas e a velocidade para passar pela zona escolar é de 40 km/h. Fora isso, cruzamos frequentemente com grandes caminhões Mack em estradas muito estreitas e sinuosas.
Como vocês podem imaginar, todo cuidado é pouco, mas depois que conhecemos os perigos, é só curtir a paisagem para chegar a lugares incríveis com segurança e sem problemas.
*Helena Deyama é piloto profissional e campeã brasileira de Rally Cross Country.