O primeiro Campeonato de Longboard na Pororoca foi encerrado no último domingo nas ondas do rio Mearim, Arari (MA).
Baiano radicado no litoral Norte de São Paulo, Carlos Bahia sagrou-se campeão ao superar seu adversário Danilo Rodrigo “Mulinha”, que durante todo o evento surfou o fenômeno com intimidade e arrancou elogios de surfistas acostumados a pegar essa onda.
Mulinha não conseguiu repetir as atuações que o conduziram à final e acabou tendo de se contentar com a segunda colocação.
Carlos Bahia comemorou muito e disse que o título foi uma vitória de estratégia. Segundo ele, como nunca tinha surfado a pororoca, optou por fazer linha de surf conservadora, já que nesse tipo de competição o atleta apenas uma chance e cair da prancha significa fim da linha.
“Pra mim, o simples fato de ter sido convidado para esse evento já foi uma grande honra. E vencer então, foi muito legal. Estou impressionado com o potencial destas ondas. Eu não imaginava que entraria em um rio e pegaria ondas tão longas e perfeitas. Parabéns para todos os envolvidos na organização dessa prova e já estou ansioso para surfar novamente estas ondas”, declara Carlos Bahia durante a cerimônia de entrega da premiação.
Na terceira colocação ficaram o carioca Phill Rajzman e o paraense Gilvandro de Almeida, que apesar de não terem avançado às finais, também deram show.
Para Phill, o evento serviu para desmistificar muita coisa a respeito do fenômeno. Segundo ele próprio explicou, apesar de já ter surfado outra pororoca no final da década de 1990, as ondas não estavam tão poderosas quanto nesse evento.
Para o pioneiro do surf na pororoca Gilvandro de Almeida, o evento foi um sucesso e apesar de ter terminado em terceiro, comemorou muito o resultado.
“Estive com o Noélio na primeira expedição que desbravou a pororoca, há quase vinte anos atrás. Ver tudo isso e ter a oportunidade de competir com verdadeiros ídolos do surf brasileiro já é uma grande vitória”, declara Gilvandro.
Para os organizadores da competição, apesar do acidente que resultou no naufrágio de duas lanchas voadeiras e a perda de muito equipamento da imprensa, o evento foi um sucesso.
“A excelente qualidade das ondas e dos competidores mostrou mais uma vez que as ondas de maré têm um potencial muito grande a ser explorado. Felizmente, todos saíram ilesos do episódio das lanchas que viraram e o prejuízo foi apenas material. Pororoca é isso. É adrenalina, aventura, emoção e muito surf”, afirma Noélio Sobrinho, presidente da Abraspo (Associassão Brasileira de Surf na Pororoca).
Resultado do primeiro Campeonato de Longboard na Pororoca
1 Carlos Bahia (BA)
2 Danilo Rodrigo “Mulinha” (SP)
3 Phil Rajzman (RJ)
3 Gilvandro de Almeida (PA)
5 Marcelo Piu-Piu (MA)
5 Vinícius “Cabocão” Gomes (MA)
5 Geraldo Lemos (CE)
5 Marcelo Bibita (CE)
