2015 vai deixar saudades? Uma pergunta difícil, afinal, esse foi um ano intenso em todos os sentidos. Se por um lado conquistamos um título mundial, encerramos mais um ano do circuito brasileiro – o melhor circuito nacional de SUP do mundo – e seguimos revelando novos talentos tanto no surfe quanto na remada, por outro, com a crise pela qual o país atravessa, muitos empresários não investiram em eventos e patrocínio de atletas, mesmo assim, marcas heroicas, as mesmas de sempre, diga-se, fizeram o possível para seguir investindo e fomentando o esporte pelo Brasil.
Com isso, muito atleta teve que se virar para conseguir apoio para participar de competições e muitos eventos não foram realizados por falta de patrocínio. Os casos mais emblemáticos dessa situção foram o cancelamento da pernada brasileira do Circuito Mundial de SUP, o Ubatuba Pro, e o adiamento do Battle of the Paddle Florianópolis.
Fatos bons e ruins que tiveram em comum o fato de serem noticiados em primeira mão no SupCub.com.br. Nosso site completou cinco anos de existência e segue sendo o porta voz do SUP brasileiro. A melhor e mais segura fonte de informação para quem quer ficar por dentro das últimas novidades sobre o universo do stand up paddle. De maneira independente seguimos com nosso trabalho dando espaço para atletas, empresas apoiadoras do esporte, empresários e pessoas que fazem a diferença.
Falando nisso, aqui vai uma coletânea de momentos que marcaram o ano de 2015:
MUNDIAL DA ISA – Brasil ficou com a quinta colocação no ISA World SUP and Paddleboard Championship 2015, conquistando seu segundo melhor resultado na história dos mundiais da ISA. A equipe brasileira viajou ao México apenas com um apoio da CBSUP e sem nenhum patrocinador. Atletas da Elite nacional como Babi Brazil, Paulo dos Reis e Mario Cavaco, não puderam participar por falta de verba. Ainda assim, a seleção brasileira viajou com uma excelente equipe técnica, formada por Beto Vaz, na qualidade de técnico do time de SUP surf e Américo Pinheiro, como técnico de race, e Nicole Pacelli, o grande destaque do time, conquistando a medalha de prata.
CIRCUITO BRASILEIRO – Dia 12 de dezembro, com a realização do Rei e Rainha do Mar, a Confederação Brasileira de SUP (CBSUP) encerrou mais um ano de circuito brasileiro. Quinto para a categoria race e sétimo para a categoria wave, se considerarmos como “circuito” a realização de apenas uma prova, como a entidade vinha fazendo de 2009 até 2014, quando finalmente mais de uma prova nacional de wave foi inserida ao calendário.
Entre erros e acertos, o circuito brasileiro de SUP termina o ano mais forte do que começou. Atletas estão cada vez mais envolvidos com a organização dos eventos, que passaram a contar com transmissões ao vivo em quase todas as provas.
Mas falta ainda um grande “player”, ou seja, uma empresa que seja capaz de patrocinar todo o circuito. Essa segue sendo a maior meta a ser alcançada pela CBSUP em 2016.
CIRCUITOS ESTADUAIS – 2015 foi marcado pela consolidação de muitas Associações e Federações estaduais de SUP, importantíssimas para o fomento e organização do nosso esporte. Circuitos bem organizados e com a realização de várias etapas foram um sopro de esperança para quem quer ver o SUP crescer de forma sustentável no Brasil. Nesse sentido, Ceará, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Alagoas e Rio de Janeiro se mantém na vanguarda do stand up paddle brasileiro.
CIRCUITOS PARALELOS – Aloha Spirit, VA’A SUP CUP, Tríplice Coroa, Circuito Correr e Nadar, Circuito Rema Forte e Circuito Carioca de SUP, foram alguns dos nomes mais conhecidos entre os circuitos de SUP realizados por todo Brasil sem vínculo com a Confederação Brasileira. Vale destacar a realização do Rei de Búzios, prova que mesmo não sendo válida por nenhum circuito, é uma das mais tradicioais e prestigiadas provas de race do Brasil. Tem um papel muito importante na formação da base do stand up nacional e revelação de novos talentos para competirem entre os melhores do Brasil no circuito brasileiro.
CAIO VAZ – O carioca foi o grande nome do SUP brasileiro em 2015. Além do título mundial de SUP Wave, ele foi eleito o “Male Paddle of the Year” pela imprensa norte-americana, concorrento com nomes consagrados como Kai Lenny e Connor baxter e, para fechar o ano com chave de ouro, conquistou o título brasileiro de SUP wave.
NOVOS TALENTOS – De promessa a realidade. Guilherme dos Reis foi o grande destaque entre as novas caras do SUP race brasileiro. Após a vitória no IWC 2015, o jovem remador de 17 anos cosolidou seu lugar entre os melhores do Brasil. Seu xará Guilherme Cunha deu em 2015 os primeiros sinais de que é uma das grandes promessas do SUP race nacional. Aos 12 anos ele encerra o ano com os títulos brasileiros na Kids e na Junior, fazendo também pódios em categorias adultas. Entre as mulheres do race, Ariani Theopilo foi o grande destaque, encerrando o ano na terceira colocação do circuito brasileiro assim como Aline Adisaka, top do SUP Wave mundial, que entrou com toda força no circuito de race, garantindo, inclusive, a primeira colocação no Itaipu River SUP. Nada mal para uma estreante!
No SUP surf, impossível não mencionar Wellington Reis e Luiz Diniz. Nomes pouco conhecidos no cenário nacional que tomaram de assalto o circuito brasileiro surfando com muita radicalidade e fluidez. Da mesma forma Louisie Frumento, vice-campeã brasileira de SUP wave, entre as mulheres.
VOLTA POR CIMA DE BABI E ANIMAL – Campeões brasileiros de SUP race trouxeram também histórias de superação. Após um conturbado ano de 2014, Animal voltou mais focado do que nunca e, no ano mais disputado da história do circuito brasileiro, conquistou seu quarto título nacional.
Babi, que chegou a anunciar que abandonaria o circuito brasileiro esse ano, após uma sequência de maus resultados, repensou sua decisão a tempo de retomar uma saga incrível de vitórias que garantiram seu quinto título brasileiro na última etapa do ano.
ARTHUR SANTACREU – Até a metade do ano era dada como certa a conquista do primeiro título brasileiro de Arthur. Os resultados falavam por si: dois primeiros lugares e uma segunda colocação nas três primeiras provas do ano. Com a vitória em Ubatuba, Arthur provou que era capaz de remar no mar agitado tão bem como faz em água parada. No entando, após não conseguir completar a prova do Pantanal Extremo, o paulistano aparentemente sentiu o baque e não conseguiu retomar o ritmo do primeiro semestre, encerrando o ano sem conquistar outro pódio. Para 2016, se ele encontrar o foco perdido no final da temporada, está sem dúvida entre os favoritos.
LENA GUIMARÃES – Lena por muito pouco não conquistou o título nacional de SUP race em 2015. Mas a “volta por cima de Babi” adiou os planos da fluminense que segue focada e determinada a conquistar seu primeiro título brasileiro. Quem acompanha sua trajetória sabe que 2016 vai ser bem mais difícil pra Babi do que foi 2015. Os fãs de SUP race agradecem!
VINNICIUS MARTINS – Ainda é cedo para avaliar se decisão polêmica de abandonar o circuito brasileiro, sem ter conquistado um título nacional, para se dedicar às provas estrangeiras e ao circuito mundial é acertada. Mas, o fato é que o fluminense Vinnicius Martins terminou o ano apresentando bons resultados entre os melhores do mundo. E, se a vitória ainda não veio, a quarta colocação acançada na Molokai 2 Oahu 2015 mostra que ele tem muito potencial e está focado. Com o apoio de familiares e patrocinadores, pode ser que Vinnicius nos traga boas surpresas em 2016.
JONAS LETIERI – O paraatleta novamente deu show em 2015. Após a grande campanha no River Games, nos EUA, onde foi aclamado por público e atletas, sendo considerado um dos grandes destaques do evento, ele “aprontou” mais uma, fazendo pódios na categoria amadora de SUP race do circuito brasileiro. Sem dúvida inspiração para quem busca forças pra encarar 2016 com todo gás.
PAULO STUEBER – Após chegar a Belém do Pará, no dia 18 de novembro de 2015, o catarinense Paulo Stueber finalizou a expedição SUP Verde mar, após percorrer 5000 km da costa brasileira, dos quais 2600 km remando de stand up paddle.