Bali sofre consequências de atentado

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Homenagem às vítimas do atentado no Sari Club. Foto: Darcy.
Um ano se passou após a explosão da bomba que com certeza mudou definitivamente a rotina da ilha de Bali.

 

Provavelmente, após a alta temporada de turismo, todos estão fazendo o balanço financeiro do que representou o trágico evento em suas vidas.
 
O reflexo da retração do mercado turístico na ilha de Bali, que vinha crescendo de maneira progressiva ao longo destes anos, pode mais uma vez conturbar a vida social na ilha, já que não houve, com certeza, turistas suficientes para suprir os custos da estrutura lá existente para receber os visitantes.
 
Várias medidas de segurança foram tomadas nesta temporada. A partir de dezembro, a nova política de vistos para entrada na ilha deve entrar em vigor, apesar dos vários protestos, pedidos ao governo e passeatas pelas ruas de Denpasar por parte dos comerciantes e empresários do ramo hoteleiro da ilha.
 
A nova política permitirá apenas um mês de permanência para os turistas na ilha e instituirá ainda a cobrança de uma taxa para os que visitam Bali. Numa tentativa de promover mais uma vez o turismo na ilha, foi criado o Kuta Carnival, que durou de 11 de setembro até 12 de outubro, aniversário do atentado na região do Sari Club em Kuta.
 
Vários eventos culturais, esportivos, assim como encontros de politicos e intelectuais marcaram este período na ilha de Bali.
 
A Austrália doou 43 bilhões de rupias (US$ 5 milhões), 13 ambulâncias e outros equipamentos hospitalares para Bali, que mostrou suas deficiências estruturais na área saúde no caso de ocorrer uma emergência – como o atentado.
 
A doação deve melhorar substancialmente o atendimento a toda a comunidade da ilha, inclusive aos australianos que chegam lá aos milhares.
 
Durante este ano, os canais de televisão e outros meios de comunicação acompanharam cada passo do julgamento dos suspeitos envolvidos no atentado, procurando mostrar como a Indonésia está combatendo o terrorismo.
 
Uma faca de dois gumes, pois os terroristas tiveram espaço também de mostrar as suas convicções na frente de milhares de espectadores, nem todos satisfeitos com o sistema governamental.
 
A organização terrorista indonesiana Jemaah Islamiah que a mídia diz ter ligação direta com a Al Qaeda vinha ao longo deste ano prometendo mais atentados e acabou por explodir parte do Hotel Marriot, em Jacarta, matando mais uma vez pessoas inocentes.
 
Nâo se sabe até que ponto a punição dada a Ali Gufron, Iman Samudra e outros que foram indiciados como colaboradores no atentado afetará a organização da instituição terrorista.
 
Mas uma coisa é certa, para os olhos da comunidade internacional, a Indonésia vem cumprindo o seu dever de punir os terroristas, que com o atentado tiraram a vida de 202 pessoas que estavam apenas se divertindo e curtindo a noite em Kuta.
 
Muitos turistas, principalmente os surfistas, já trocaram a área de Kuta pelo Bukit, incentivando o crescimento de uma nova área de comércio, com lojas, pousadas, mercadinhos, lojas de internet e outros pontos comerciais que vão surgindo aos montes na Península Balinesa.
 
O futuro da Ilha ainda é incerto.
 
Os balineses ainda atônitos com o que está acontecendo na ilha buscam seus Deuses para confortar suas angustias ao ver seu espaço sagrado ser invadido por javaneses, sumatrenses e outras etnias diferentes, com modos de vida diferentes que ameaçam de forma economica, geográfica e religiosa. Tudo aquilo de mais puro que eles acreditam.
 
Que os Deuses protejam a ilha de Bali !