Durante a Semana Mundial do Meio Ambiente (04 a 10/06), que está sendo lembrada com exposições e manifestações em todo Brasil, o site Waves checou as condições da balneabilidade das praias no litoral paulista e do ar na cidade de São Paulo, para saber se temos realmente o que comemorar.
A Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB), recolheu amostragens entre o dia 06 de maio e 03 de junho, que indicaram um número menor de coliformes fecais (bactérias presentes em grandes quantidades de fezes) nas praias da Baixada Santista, litorais sul e norte do Estado.
No litoral sul, em Ilha Comprida e Iguape todas as praias estão liberadas para o banho de mar. Já em Peruíbe, duas praias estão vetadas, a do Balneário São João Batista e Caraíba.
Comparando Peruíbe com Praia Grande, que tem um número bem maior de habitantes e está com suas praias em perfeitas condições, é de se estranhar porque a cidade – conhecida por abrigar a Reserva Ecológica da Juréia – está com duas praias poluídas.
“No caso específico da comparação entre Peruíbe e Praia Grande, entendo que os investimentos maciços da Sabesp em Praia Grande, como a execução da rede coletora de esgotos e a implantação do emissário submarino apresentaram os primeiros resultados”, explica o engenheiro César Eduardo Padovan Valente, gerente da Agência Ambiental de Santos.
“No litoral sul, onde se inclui Peruíbe, a rede coletora de esgotos atende em média 15% do número de ligações. Número baixo que reflete na qualidade das águas sejam elas interiores ou costeiras” disse ele.
Em Itanhaém e Mongaguá todas atendem às exigências da CETESB. No município de São Vicente, as praias do Gonzaguinha e Milionários não passaram no teste de qualidade. E em Santos, a região da ponta da praia também foi reprovada.
Para a sorte dos surfistas no Guarujá, apenas a praia do Perequê está poluída neste município. Já as 27 praias de São Sebastião monitoradas pela CETESB estão em perfeitas condições.
Em Caraguatatuba, Indaiá, Palmeiras e Centro apresentam altos índices de coliformes fecais. Na Ilha Bela, a também Perequê está suja. Perequê-Mirim, Itaguá e Santa Rita são as praias de Ubatuba excessivamente poluídas.
Vale lembrar que quem se aventurar a entrar em águas poluídas, pode contrair – desde a doença mais comum nesses casos – a gastroenterite, que tem como sintomas enjôos, vômitos, dores de estômago, diarréia e febre. Ou até doenças mais graves, como hepatite A, cólera, infecção nos olhos, ouvido, nariz ou garganta.
Em reportagem publicada no site Waves no dia 10/01 sobre a balneabilidade das praias na Baixada Santista e litorais norte e sul de São Paulo, a situação era bem mais alarmante. Todas as praias da Baixada Santista estavam impróprias, e nos litorais sul e norte havia muita sujeira, mas não em todas as praias.
Além da diminuição do número de turistas, outro fator favoreceu a melhora da balneabilidade no litoral paulista – a diminuição das chuvas nos meses de inverno -, diminuindo também a quantidade de poluentes arrastados para as praias.
A CETESB também monitora o ar na Região Metropolitana de São Paulo, com uma rede de medição contínua, composta por 23 estacões. Cada estação envia continuamente – por linha telefônica – os dados medidos, e para cada poluente há um método específico de análise.
A situação do ar nesta sexta-feira (08/06) em São Paulo está regular na maioria das regiões, onde há esse controle.
São elas: Parque Dom Pedro II, Congonhas, Santo Amaro, Taboão da Serra, Ibirapuera, Diadema, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Santo André, Mauá, Pinheiros, Osasco, Lapa, São Miguel Paulista, Guarulhos, Cambuci e Centro.
Segundo Jesuíno Romano, responsável pela Divisão da Qualidade do Ar da Cetesb, isso significa que os padrões de qualidade estão sendo respeitados.
O único lugar onde a situação está boa é na Mooca, isso representa o mínimo efeito adverso sobre o bem estar da população e danos mínimos na flora e fauna local.
Romano explica que não há grandes diferenças entre as regiões, porque os poluentes estão praticamente nos mesmos níveis nas diversas regiões.
“O que muda, por exemplo, com relação às partículas inaláveis, é que quem vive nas proximidades de vias de grande tráfego – principalmente tráfego pesado – está sujeita a respirar níveis maiores de poeira”, disse.
Essas condições podem variar de um dia para outro, de acordo com as condições meteorológicas, que têm muita influência na dispersão ou não dos poluentes.
“Um dia em que estiver ventando, por exemplo, os níveis dos poluentes serão baixos, por conta da diluição promovida pelo vento”, explica Romano.
Atualmente, não há uma época do ano em que esse quadro torna-se mais grave, como aconteceu no passado.
“Hoje, podemos dizer que o quadro é crônico, ou seja, não temos encontrado valores tão altos como no passado, mas mesmo assim, em determinados dias, o padrão de partículas inaláveis no inverno é ultrapassado. Ou seja, o quadro não tem pico. Os níveis estão em um patamar que ainda precisam descer”, disse ele.
Para saber mais sobre o assunto visite o site da Cetesb no endereço www.cetesb.sp.gov.br.