Kelly Slater

Banana pra vocês

Kelly Slater, Billabong Pro Tahiti 2016, Teahupoo.

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A prancha usada por Kelly para conseguir suas quatro notas dez nesse evento, pode não deixar tão evidente e até parecer normal. Engana, mas tem o conceito do rocker do Webber ali. Foto: WSL / Poullenot.

 

Sim, Slater venceu no Taiti mais uma vez, sem muito espaço para controvérsias. Sua prancha estava simplesmente mágica. Ela funcionou para que ele extraísse nota altas, incluindo um 10, quando as ondas estavam menores, depois outras tantas em ondas mais pesadas, incluindo outras três notas 10. Não era o modelo “Banana Board”, desenvolvido por Greg Webber nos anos 90, mas tinha muito dessa tendência “Nãna”.

 

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Kelly e Al Merrick estreitaram radicalmente as pranchas, usando larguras bem abaixo das 18″, lá pela época do Momentum, do Taylor Steele (1992) enquanto Greg Webber e Shane Herring estavam envergando mais o rocker (curva de fundo), deixando-os mais pronunciados.

 

Adivinha quem conseguiu impor a tendência? Em 1995 toda onda de rockers mais baixos, influenciada por pranchas usadas por Tom Curren, Derek Hynd e Andrew Kidman enterrou de vez o conceito “banana”. Logo de cara as pessoas achavam aquelas curvas de fundo do Weber muito exageradas e só depois de muito tempo foram se ligar que o exagero no estreitamento das Al Merrick também não era a solução.

 

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Kelly parece ter usado outra prancha, mas tinha tudo a ver com o quiver apresentado nessa foto por Greg Webber para Slater usar no Tahiti. Rocker profundo, sem ser extremo, 5’10”, 5’11”, 6’1″ e 6’3″. Foto: Reprodução.

De volta ao presente – Em 2014 Slater surpreendeu muita gente ao trazer de volta a “bananosa tendência”. Kelly, sempre aberto a novas ou abandonadas ideias, acabou fazendo ressurgir um rocker mais acentuado justamente ao costurar uma parceria com seu antigo concorrente Greg Webber. Os dois retomaram a teoria que surge agora com a marca Slater Design.

 

Os dois conseguiram redefinir o rocker, que na verdade não é tão radical quanto parece, com 1/4″ a menos de curva de bico do que os modelos dos anos 90. Hoje o que há é uma contínua e suave curva, do bico até a rabeta, que fica ressaltada por um concave profundo que vai desde perto do bico, passando pelo meio das quilhas e se encontrando em harmonia com a curva das bordas, lá na rabeta.

 

Perfeitas em ondas perfeitas – De acordo com quem já usou essas pranchas elas apresentam uma resposta muito rápida, quase telepática. A prancha parece que vai desgarrar na parede, mas só porque está bem assentada na mesma até que você resolva cravar as bordas, definindo uma direção.

 

Só não se pode esquecer de um detalhe: Elas são feitas para ondas específicas. Sua curva se adapta a ondas cavadas, tipo Teahupoo. Quando o próprio Kelly resolveu testar um modelo com esse conceito na primeira etapa da WSL, lá em Snapper, no começo do ano, todo mundo torceu o nariz, com razão, à performance apresentada pelo conjunto prancha / surfista. Já no Tahiti…

 

Não se pode duvidar da ousadia de um cara que pode gerar manchetes como essa: “Aos 44 anos e sem patrocínio, atleta vence o Tahiti Pro com prancha experimental, depois de treinar numa piscina de ondas”.

Como disse Kelly na entrevista logo após sua vitória em Teahupoo: “Meu ano começou em Fiji”. Se continuar assim as coisas ficarão ainda mais interessantes. Que prancha ele usará em Trestles?

  

 

 

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