Beachley volta ao topo

Layne Beachley, Billabong Girls Pro 2006, Tiririca, Itacaré (BA)

Layne Beachley domina final do Billabong Girls Pro 2006. Foto: Aleko Stergiou.
Depois de 18 meses sem vencer, a hexacampeã mundial Layne Beachley fez as pazes com a vitória no Billabong Girls Pro, quarta etapa do WCT realizada na praia da Tiririca, Itacaré (BA).

 

A veterana Beachley, 34, usou toda sua experiência para derrotar na decisão a novata Jessi Miley-Dyer, 20, líder do WQS.

 

Beachley tirou 9.95 – maior nota de todo campeonato – e em seguida descolou 8,5 para, aos 10 minutos de bateria, deixar sua conterrânea precisando de combinação.

 

 

 

Festa aussie em Itacaré. Foto: Aleko Stergiou.
?As ondas estão difíceis e desafiadoras. Mas, tirando isso, foi a melhor etapa do WCT que já disputei. Não vejo a hora de voltar novamente para surfar estas ondas e curtir este lugar incrível”, afirma a competidora.

 

Para a australiana, a vitória teve um gosto especial, pois marcou seu retorno ao topo do pódio. De quebra, Beachley assumiu a liderança do WCT e superou uma hérnia de disco que a tirou da água por um bom tempo.

 

“Desde que a Sofia conquistou o título em 2004, esta é a primeira vez que volto à liderança. Estou me sentindo segura, realizada e muito feliz”, comemora a atleta.

 

Quando foi a vice-campeã da abertura da temporada na Austrália, fazia apenas 10 dias que Beachley havia voltado a surfar. ?Fiquei surpresa por chegar à final na Gold Coast. Fiz a escolha certa e voltei com tudo em busca do título?, aposta Beachley.

 

A atleta consultou especialistas em todo mundo para saber a melhor maneira de tratar a hérnia de disco, pois não queria abandonar as competições. ?Um norte-americano disse para operar, mas um médico australiano me alertou para não fazer isso, pois resultaria em uma precoce aposentadoria?, revela a surfista.

 

Com isso, ela resolveu então descansar e tratou-se com muito alongamento e massagem. ?Ele disse que eu era jovem e se parasse durante um tempo com certeza melhoraria?, conta a líder do ranking.

 

Para ela, a aposentadoria por enquanto não existe. ?Se fizesse a cirurgia, provavelmente teria que parar. Mas, ainda tenho habilidade e muita vontade para conquistar mais um título mundial?, destaca Beachley.

 

##

 

Com a vitória na Bahia, Layne Beachley assume liderança do ranking. Foto: Nancy Geringer.
Depois da etapa na Gold Coast, Beachley foi vice-campeã em Fiji e ficou em terceiro no Tahiti. Agora, com a vitória no Brasil, ela ultrapassa a também australiana Melanie Redmann-Carr.

 

?Estou muito orgulhosa por ter passado por esse problema e ter conquistado esta vitória em um lugar tão especial?, destaca a atleta.

 

A hexacampeã mundial tem a maior performance individual da história, pois conquistou seis títulos seguidos (1998 a 2003).

 

?Sei que me comparam ao Kelly (Slater). Mas, nenhum outro atleta tem seis títulos

A veterana comemora o pódio depois de 18 meses sem vencer. Foto: Aleko Stergiou.
consecutivos. Se eu chegar ao sétimo, com certeza ele (Slater) buscará mais um?, brinca.

 

Beachley já subiu ao pódio em competições em todos os continentes. No entanto, questionada se ainda existe algum lugar no mundo que gostaria de surfar, ela surpreende ao responder.

 

?A Pororoca, na Amazônia. Uma vez fui convidada, mas não pude participar?, lamenta Beachley.

 

Atualmente, quando não está viajando pelo mundo, Beachley prefere ficar em casa em Sydney, Austrália, com o namorado (Kirk Pengilly, integrante do grupo INXS), a família e os amigos.

 

O pico preferido da atleta é Sunset Beach, North Shore, Hawaii. ?Este é o local onde me sinto mais confortável, mesmo com o mar gigante e ameaçador?, revela Beachley.

 

Para ela, fonte de inspiração são surfistas que, principalmente, se divertem dentro da água. ?Adoro atletas como a Stephanie (Gilmore), que é dinâmica, rápida e com um estilo lindo. Kelly Slater, Taylor Knox e Mark Occhilupo também são surfistas incríveis?, cita a competidora.

 

Layne é firme ao dizer que não pensa em aposentadoria e pretende ainda conquistar muitos títulos. “Agora, vou com tudo para França, onde rola a próxima etapa em Hossegor”, antecipa.

 

?Amo ser paga para viajar pelo mundo. Meu biquíni é meu uniforme, o protetor solar é minha maquiagem e o mar é meu escritório. Eu tenho uma ótima vida, não faz sentindo me aposentar?, afirma a australiana.

 

Além de faturar US$ 10 mil pela vitória, Layne embolsou US$ 1 mil por vencer a Kustom Best Wave, prêmio oferecido a autora da maior nota da competição.

 

Resultados

 

1 Layne Beachley (Aus)
2 Jessi Miley-Dyer (Aus)
3 Silvana Lima (Bra)
3 Chelsea Georgeson (Aus)
5 Sofia Mulanovich (Per)
5 Julia Christian (EUA)
5 Claire Bevilacqua (Aus)
5 Heather Clark (Afr)
9 Jacqueline Silva (Bra)
9 Tita Tavares (Bra)

 

Ranking

 

1 Layne Beachley (Aus) 3900
2 Melanie Redman-Carr (Aus) 3780
3 Chelsea Georgeson (Aus) 2844
4 Jessi Miley-Dyer (Aus) 2052
5 Silvana Lima (Bra) 2040
6 Rebecca Woods (Aus) 2028
6 Heather Clark (Afr) 2028
8 Sofia Mulanovich (Per) 2016
8 Claire Bevilacqua (Aus) 2016
10 Rochelle Ballard (Haw) 1836
10 Samantha Cornish (Aus) 1836
12 Keala Kennelly (Haw) 1824
13 Megan Abubo (Haw) 1632
13 Julia Christian (EUA) 1632
15 Trudy Todd (Aus) 1452
16 Jacqueline Silva (Bra) 1080
16 Serena Brooke (Aus) 1080

 

Exit mobile version