Guido Schäffer

Santo surfista

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Guido Schäffer tinha 34 anos quando morreu. Ele trabalhava gratuitamente como médico no hospital Santa Casa da Misericórdia. Foto: Divulgação.

O processo de canonização do médico brasileiro Guido Schäffer, popularmente conhecido como o “santo surfista”, está cada vez mais avançado. No fim de agosto, a Arquidiocese do Rio de Janeiro concluiu seu trabalho e enviou toda a documentação – mais de 20 mil páginas – ao Vaticano.

Se o milagre submetido ao estudo da comissão médica for aprovado, a beatificação deve acontecer muito em breve. Um segundo milagre o levaria a fazer parte do grupo mais restrito de santos católicos.

Schäffer é conhecido por alguns católicos cariocas como “o santo surfista” por seu compromisso com as causas sociais e a luta contra a pobreza no Rio de Janeiro, assim como por sua paixão pela prancha de surfe, que não abandonou nem no seminário.

O médico, que oferecia atendimento médico e espiritual a pessoas de poucos recursos, morreu afogado no dia 1º de maio de 2009, depois de sofrer uma contusão na nuca quando surfava em uma praia do Rio.

Na época tinha 34 anos, trabalhava gratuitamente como médico no hospital Santa Casa da Misericórdia e estava a poucas semanas de ser ordenado como sacerdote.

Testemunhos de cura, intercessões críticos e favorece nenhuma falta de momentos de conformidade.

Em 2015, a vida do cardiologista Bernardo Amorim, de 46 anos, mudou radicalmente. Vítima de uma doença do sistema nervoso que o deixou paralisado, começou uma difícil batalha para recuperar o movimento. Sua mãe, Eliana Amorim, tinha sido informada pelos médicos que seu filho poderia começar a andar só depois de seis meses e que seria muito difícil continuar a exercer a sua profissão médica. Mas veio uma surpresa. “Antes de deixar o hospital, ele foi capaz de levantar-se e dar alguns passos”, disse a mãe em uma entrevista à revista IstoÉ.

Quase um ano depois, Bernardo trabalha e continua a liderar a instituição”. Foi graças ao “santo surfista”, a quem Eliana começou a chamar quando percebeu a situação de seu filho. “Orei a Guido, dizendo-lhe que Bernardo amava a Medicina, e pedi para que ele pudesse voltar ao trabalho”, diz a mãe. “Depois da morte de Guido Schaffer, os médicos, os seminaristas e os amigos começaram a dizer que ele deve ser reconhecido como um exemplo de vida cristã”, disse à IstoÉ o cardeal Orani João Tempesta, Arcebispo do Rio de Janeiro. “Era uma pessoa que trabalhou como médico e atuou em contato direto com os pobres e os doentes”.

Juliana Gomes de Almeida, uma empregado de 37 anos, não poderia engravidar. Guido lhe aconselhou a buscar um grupo de mulheres com o mesmo problema (para rezar juntos). O grupo de oração não desapareceu depois da sua morte. “Eu fiz um tratamento muito suave e de repente o médico disse que eu estava grávida“, diz Juliana. “Tenho certeza de que era uma graça de Guido, o mesmo médico ficou muito impressionado“, ela diz IstoÉ.