Beto Fernandes briga por título paulista

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Estrutura do Freesurf Pro 2004 em Maresias. Foto: Daniel Smorigo / Freesurfer.
Se a sexta-feira começou com ondas pequenas, neste sábado, segundo dia do Freesurf Pro 2004, evento válido pelo circuito paulista amador, as ondas ultrapassaram um metro de altura na praia de Maresias, São Sebastião (SP).

 

Pela manhã a formação esteve bem melhor, já à tarde o vento sul prejudicou um pouco, tanto na formação como no tamanho das ondas.
 
Com a finalização do round 96, os tops paulistas entraram na água e as despedidas pelo título começaram a surgir no round 64. A primeira baixa foi Vitor Farias, que tinha chances matemáticas de levar o título.

 

Mesmo machucado, Beto Fernandes continua na briga pelo título paulista. Foto: Daniel Smorigo / Freesurfer.

Na bateria seguinte foi a vez de Tadeu Pereira, campeão paulista em 99. Isaias Silva, local de Ubatuba assim como Tadeu, também não se classificou para a fase seguinte. Ainda na lista dos ubatubenses, Alexandre Moliterno foi barrado em sua primeira participação.
 
Quem continua na briga pelo título paulista é Beto Fernandes, que logo de manhã machucou as costas treinando e teve que competir sentindo fortes dores.

 

?Eu não estou conseguindo levantar o peito e sinto dores nas costas. Mas enquanto der para competir, eu continuarei?, comentou o atleta, que entra na água na primeira bateria deste domingo.
 
Nesta mesma bateria está Heitor Pereira. Local da praia do Tombo e tendo como técnico Paulo Kid, um dos grandes nomes do surf brasileiro, Heitor está iniciando a sua vida como profissional muito bem. Com dois resultados expressivos no circuito, ele é um dos fortes candidatos ao título, além de concorrer a uma vaga para o SuperSurf.
 
Outro que está brilhando na competição é Junior Faria. Com batidas fortes, Junior também entra na briga pelo campeonato. Aos 17 anos e ainda como amador, ele vem demonstrando que está pronto para se profissionalizar no ano que vem. ?Já consegui bons resultados. Fiquei nas quartas em Ubatuba e em casa cheguei até a semi?, analisou.
 
Fazendo parte da mesma equipe de Heitor, Junior vai dar prioridade em 2005 para as competições fora do país. ?O circuito paulista não vai ser a minha prioridade ano que vem. O meu foco está nas etapas do WQS?, comentou.
 
Se por um lado Junior Faria está se preparando para a vida profissional, Paulo Matos, veterano e ícone do surf brasileiro, continua dando trabalho. Aos 41 anos, ele entrou para a história ao se consagrar o primeiro campeão brasileiro do surf profissional, em 87. Saindo da competição na mesma bateria do novato Junior, Paulinho comprovou que ainda está em forma.
 
?Dei azar na última onda e cai, não conseguindo passar a fase. Competir ao lado dessa garotada que está começando é um imenso prazer. Só lamento que depois que você fica mais velho, não recebe o reconhecimento das empresas que um dia lhe apoiaram. Nós temos muito gás ainda, o surf está na vida, na mente?, ressaltou Matos.
 
Reconhecendo esse problema, Paulo lançou uma marca para apoiar novos talentos. A Little Fire patrocina atletas que estão começando, como a surfista Adine Pereira, Ricardo Silva e o longboarder Adriano Alemão, atual campeão paulista.

 

?Montei essa marca com um amigo, o Eduardo Fanuke, o Foguinho, e estamos investindo em quem está começando. Além disso, continuo fabricando as pranchas Paulo Matos Surfboards e dando aulas particulares de surf?, disse o irmão mais velho da família Matos.
 
A competição retoma as disputas no domingo, às 9 horas. A primeira bateria do dia será a quinta do round 32 e a grande final está prevista para as 12 horas. O campeão da etapa vai levar para casa R$ 4 mil, dos R$ 15 mil em premiação que começam a ser distribuído nas quartas-de-final. Além do título, o evento garante uma vaga para o SuperSurf.