Beto Fernandes é a bola da vez

Beto Fernandes avançou para a quinta fase do Salomon Masters, em Margaret River

A vitória do paulista Luis Alberto Fernandes Assunção na primeira etapa nível seis estrelas do WQS 2002, em Durban, inédita na carreira do atleta, reascendeu a esperança de termos um novo nome no WCT do ano que vem e o colocou em alta no cenário mundial. Num ano de resultados no mínimo mornos para o Brasil, Beto Fernandes, como é conhecido, lavou a alma dele e do país com o título na África do Sul, especialmente por ter derrotado três australianos na final ? típica situação na qual costumamos sucumbir à pressão dos gringos ? além de ter mantido o troféu em nossas mãos (Peterson Rosa venceu em 2001). Aos 25 anos, Beto afirma que o título de campeão brasileiro é um de seus objetivos a curto prazo. Considerado o surfista mais power do SuperSurf em 2000 ? onde ocupa o quinto lugar no ranking deste ano ? ele conta, em entrevista exclusiva, quais os planos para buscar uma vaga na elite mundial. Talento, ele tem de sobra.

Alguns veículos dizem que você é de Santos, outros São Vicente e Praia Grande. Afinal, qual a sua origem?

Nasci em Santos, moro na Praia Grande desde 92 e surfo diariamente no Pier de Mongaguá, litoral sul. Ali é meu local de treinos. Mas comecei e surfei até os 15 anos em São Vicente.

Quais foram os principais resultados de sua carreira?

Tive alguns bons resultados quando era amador. Fui duas vezes vice-campeão paulista, duas vezes top do circuito paulista profissional, duas vezes top do circuito brasileiro, surfista mais power do Brasil e campeão gaúcho em 2000, além dessa vitória na África, sem dúvida a mais importante da minha carreira.

O que essa vitória representou pra você?

Como não me dei bem nesse evento no ano passado, pois perdi logo nas primeiras fases, dessa vez fui mais determinado a vencer e parece que funcionou. Graças a Deus deu tudo certo e estou muito feliz. Também dei um passo importante rumo a classificação para o WCT. Espero que dê tudo certo até o final do ano.

Como está a sua expectativa para isso? Este é o seu grande objetivo?

Estou bem confiante naquilo que tenho que fazer. Sei que não vai ser fácil, a cobrança vai existir, mas estou tranqüilo. Não quero me sentir pressionado quanto a isso. Só quero surfar e esperar o resultado.

Como foi o apoio dos brasileiros em Durban, na final contra três australianos?

O pessoal ficou bastante unido e recebi apoio durante todo o evento. Apesar de sempre existir uma rivalidade aqui, os brasileiros são muito unidos lá fora e me ajudaram bastante.

E a pressão dos adversários dentro da água, eles chegaram a te marcar?

Por incrível que pareça foi tranqüilo. Eu estava até esperando por algo do tipo, mas eles me respeitaram, eu também respeitei, e me deixaram surfar na boa.

Quais serão suas prioridades caso entre para o WCT, já que você também está na briga pelo título brasileiro e é considerado um dos favoritos?

Bem, a meta é sempre entrar para o WCT, mas não vou descartar o SuperSurf, quero muito ser campeão brasileiro. Então vou me dedicar aos dois, a vaga para o mundial e o título nacional.

Como está o trabalho com o shaper Cláudio Hennek?

Estou há três anos com o Alemão e muito satisfeito. Ele faz pranchas alucinantes e me dá uma condição muito boa para competir, nunca fico sem prancha. É um apoio fundamental.

Qual é o treino praticado por você para manter a forma e o rip?

Além de surfar eu faço musculação, nado e corro bastante. Faço o básico de um atleta, mas sem nada de especial.

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