Agò, a palavra que abre o álbum e dá nome à primeira faixa de Transmutação, pede permissão e licença para passar, ao som dos tambores de Alexandre Garnizé. Chegou o momento em que BNegão & Seletores de Frequência disparam suas novas visões e sonoridades em mais um capítulo da sua história.
O terceiro disco da carreira do grupo, vem cheio de força na retórica e apresenta o resultado das novas alquimias sonoras dos Seletores de Frequência. “Dias da Serpente”, um dub turbinado pela percussão de terreiro anuncia: “dias luminosos virão, dias trevosos estão”.
Escute o álbum na íntegra:
O crossover de funk com rap, característica intrínseca ao trabalho de BNegão & Seletores de Frequência, está em “No Momento (100%)” e em “Mundo Tela”, os candidatos a hits deste trabalho.
A combinação inédita do surf rock com referências ao gênio etíope Mulatu Astatke – pai do ethio jazz e um dos maiores músicos mundiais em atividade – se chama “Surfin’ Astatke” (autoria do trompetista Pedro Selector) e faz uma passagem instrumental às duas faixas de samba que seguem: o samba-jazz “No Amanhecer” e uma versão gafieira-fumegante de “Fita Amarela”, de Noel Rosa.
E as surpresas não param por aí. BNegão, com o auxílio do produtor Maga Bo, trouxe beats inusitados do futuro e os juntou aos ritmos e melodias ancestrais da ciranda em “No Ar”, em que a levada convida para dançar e fazer a energia circular. “Giratória” é o último petardo deste baile antes da faixa que encerra o álbum: “Nós (Ponto de Mutação)”, um dub que chama para a despressurização da mente e homenageia algumas das maiores influências filosóficas, musicais e espirituais do rapper, como Darcy Ribeiro, Tom Zé e Professor Hermógenes.
A turnê:
02 OUT – SALVADOR BA
03 OUT – RECIFE PE
05 NOV- PORTO ALEGRE RS
13 NOV – BRASILIA DF
14 NOV – BELO HORIZONTE MG
20 NOV – RIO DE JANEIRO RJ
Sobre BNegão
BNegão está à frente de uma das bandas mais versáteis da música brasileira atual, uma grande embaixadora dos novos sons feitos no país. BNegão & Seletores de Frequência é reverenciada por sua mistura única de ritmos quentes com a retórica sempre consciente de seu vocalista.
Esta jornada começou com o sucesso alcançado pelo grupo Planet Hemp. A banda ficou famosa nacionalmente nos 90, misturando funk, hip hop, hardcore, ragga e música psicodélica. Antes, BNegão foi integrante da Funk Fuckers, ícone do undergroud carioca na mesma década.
2003 foi o ano chave para a banda, que lançou seu primeiro disco, Enxugando Gelo, e definiu seus membros oficiais: BNegão (voz), Pedro Selector (trompete e voz), Fábio Kalunga (baixo), Robson Riva (bateria e voz) e Fabio Moreno (guitarra e voz).
Em 2012, a banda lançou seu segundo disco, Sintoniza Lá. Bastante aclamado, o álbum ganhou prêmios como “Melhor Disco do Ano”, no Video Music Brasil (VMB) da MTV; “Melhor Disco de Hip Hop”, pelo iTunes Brasil e “Melhor Disco de Black Music” no Prêmio Dynamite, importante premiação da música independente do Brasil, na época.
Neste mesmo ano, BNegão foi convidado para representar a música brasileira na cerimônia de encerramento das Olimpíadas em Londres. Ao lado de Seu Jorge e Marisa Monte, dividiu o palco com Queen, Madonna, Metallica e Bruce Springsteen. A cerimônia foi transmitida ao vivo para bilhões de pessoas em todo o mundo.
Além de excursionar extensivamente com os Seletores de Frequência, BNegão acha espaço e criatividade para colaborar com grandes artistas nacionais e internacionais como Autoramas, Matanza, Bomba Estéreo, Orquestra Brasileira de Música Jamaicana, Baiana System, Marcelo D2 e muitos outros. Sempre que possível, sobe ao palco com o Planet Hemp, que tem feito shows esporádicos.
BNegão ainda possui projetos paralelos, como o BNegão Trio, o BNegão Bota Som e BNegão & Seletores de Frequência em: O Sítio do Pica Pau Amarelo.