Um dos maiores ícones da nova geração do bodyboard brasileiro, o atleta Renan Faccini tem trabalhado muito nos últimos meses para colocar em prática um antigo sonho. Free surfer, o atleta encarou um swell pesado no Rio de Janeiro e aproveitou para falar um pouco de sua trajetória no esporte, cenário do bodyboard no país, vida de free surfer e um ambicioso projeto que deve vir à tona no segundo semestre de 2015. Confira a entrevista.
Renan, o que você tem feito nesses últimos meses e quais são seus projetos para o ano de 2015?
Estou desde o começo do ano passado, junto com a produtora Toob Toobs, em um projeto que acredito passar a verdadeira identidade e o lado profissional do bodyboard. Tem sido difícil segurar todo esse material por tanto tempo. Minha vontade é anunciar logo, mas estamos em processo de finalização. Existe uma equipe enorme trabalhando neste projeto, então queremos que saia tudo o mais perfeito possível.
Você é um atleta free surf que consegue viver do bodyboard sem competir, como você vê isso? Acha que é possível ter uma carreira consolidada no esporte sem ser atleta de competição?
Tudo é possível quando você gosta muito do que faz. Eu já competi em vários eventos, já me dei bem competindo, mas chega um momento que você tem que escolher entre o free surf e a competição. É muito difícil você fazer os dois profissionalmente e se dar bem. Eu me dedico 100% para os filmes e para as revistas e isso tem funcionado melhor para mim.
Você é um dos ícones da sua geração. O que isso representa para você?
Isso representa um trabalho que tem sido feito ao longo dos anos e está se tornando real. Eu sempre quis viver e ser profissional de bodyboard. Já deixei muitas coisas de lado para viver do que eu gosto. Fico feliz em ser considerado um ícone do bodyboard. Quero incentivar o máximo de pessoas possível a conhecer o bodyboard, mostrar uma linha de onda e fluidez impecável.
Como você enxerga o atual cenário do esporte no país e no mundo? O que acha que pode ser melhorado?
O bodyboard no Brasil tem crescido muito. Na minha última viagem para o Rio de Janeiro foi incrível ver a quantidade de pessoas pegando onda de bodyboard. Acho que o que falta são marcas grandes apostarem no esporte. Temos um número muito maior do que vários esportes que atualmente têm mais exposição. Talvez a falta de informação e projetos viáveis seja o fator que pode atrapalhar um pouco. É um mercado enorme que está ali só esperando ser melhor explorado.Fora do pais também tem crescido demais, talvez por ter mais informação, mais eventos, mais filmes e mais entrevistas. Eu participei de uma produção em 2013 do filme mais esperado do ano, o Passing Through, que teve estreias na Austrália toda e Europa. São coisas assim que a gente precisa aqui no Brasil.
Quem são os grandes nomes do esporte na sua opinião, tanto no Brasil quanto lá fora?
É difícil colocar aqui todos, há muitos atletas bons hoje em dia, mas vou colocar o nome de três que estavam comigo gravando nas últimas semanas: David Barbosa, Gabriel Blanco e Filipe Malek. Esses caras estão surfando muito e estarão no projeto que venho trabalhando há anos com a produtora. No cenário de fora, Nick Gornall, Ben Player e Jase Finlay continuam elevando o nível também.
Como foi encarar esse swell pesado no Rio de Janeiro?
A viagem para o Rio foi muito boa. Tentei aproveitar o máximo do swell que entrou. Não foi muito de qualidade, mas deu para pegar altas na laje de Ipanema, rendeu um material muito bom. Não surfei o quanto queria, pois estava nos eventos de work shop da MCD, mas devo voltar para o Rio nas próximas semanas e vou estar presente no mundial de Itacoatiara.