O surfe é um esporte singular, descendente da antiga cultura polinésia e tornou-se referência em design e estilo de vida. Isto só foi possível graças a uma essência viva sob o signo da inovação.
As pranchas evoluíram espontaneamente junto com o estilo de surfar e as manobras.
Entre meados dos anos 60 e início dos anos 70, inovações fizeram do surfe uma referência em esportes de ação, um misto de beleza plástica em meio à natureza selvagem.
A prancha de surf bonzer foi criação de dois adolescentes californianos dos anos 70. Este foguete foi um presságio de muitas inovações que surgiriam décadas depois – o modelo quase caiu no ostracismo e hoje faz parte da história do esporte.
O vídeo acima é uma relíquia que mostra como o design da bonzer influenciou o estilo de surfar, junto com outros modelos desta época.
Os irmão Malcom e Duncan Campbell criaram o modelo em 1971, com o mesmo objetivo de outros shapers amadores da época: construir uma prancha que surfasse ondas grandes com velocidade, movimento e estabilidade.
De fato, as monoquilhas funcionavam bem em ondas grandes. Mas, tinham um desempenho limitado em ondas pequenas.
Por outro lado, as biquilhas possibilitavam altas manobras em condições menores, mas perdiam estabilidade quando o mar crescia.
A bonzer usa conceitos de hidrodinâmica para criar shapes que possibilitem mais velocidade em linha reta e ter pivot e controle em curvas rápidas.
Estes modelos de prancha podem parecer um pouco bizarro, mas os princípios estão presentes nas pranchas mais avançadas, responsáveis pelos vôos dos surfistas modernos.
A bonzer foi a primeira prancha com três quilhas. Mas, este modelo só cairia na graça dos atletas muitos anos depois, com o nascimento da thruster, do shaper Simon Anderson.
Este fato mostra bem como acontecem às inovações. Como diria o físico Antoine Lavoisier: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. O design das pranchas, o estilo de surfar, tudo possui genes das gerações anteriores, nenhuma ideia surge, são a continuidade de outras.
Foto de capa Reprodução Blog Madeira & Água