Surf seco

Brasil ataca, África vence

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Recuperado de uma contusão, Bernardo Pigmeu ficou com o vice no WQS do Japão. Foto: ASP / Covered Images.

No último fim de semana o Brasil foi muito bem representado nas etapas do WQS realizadas na Europa e no Japão.

 

Em condições similares às encontradas nas praias brasileiras, nossos atletas são sempre fortes candidatos ao título das provas.

 

O contingente de competidores com potencial para vencer cresce a cada ano. A galera vai acumulando pontos e entrando mais na frente da competição e, ao mesmo tempo, ganhando experiência.

 

Eu estava certo que em algum destes campeonatos ia dar um brasileiro no topo do pódio. Não deu.

 

Adriano Mineirinho deixou escapar a vitória na Inglaterra e terminou em terceiro, ao lado de Heitor Alves. Foto: Masurel / ASP Europe.com.
Nas competições tudo é possível e o inesperado aconteceu. A não ser no feminino, que teve vitória da paulista Cláudia Gonçalves na etapa inglesa, Royden Bryson venceu no Japão e David Weare na Inglaterra.

 

Os dois são atletas sul-africanos, o que mostra que a África do Sul está chegando com tudo.

 

Voltando ao ataque brasileiro, foi impressionante a quantidade de surfistas brazucas nos dois campeonatos ocupando a terceira, quinta e nona colocações.

 

Sem falar no vice-campeonato de Bernardo ?Pigmeu? Miranda no Japão, que está de volta depois de uma contusão que abalou sua colocação em 2005.

 

Não tenho palavras para explicar o sentimento de ver brasileiros tão fortes nas baterias. Fazendo uma rápida análise dos que mais me chamaram a atenção, começo pelo Pig, que compete muito bem, está com um surf de manobras excelentes e tem mente forte e nervos de aço.

 

Neco Padaratz está voltando de uma maneira a la Tom Curren em 1990, quando o mito californiano veio das triagens para ficar com o título mundial. Se for tricampeão do WQS, Neco terá de volta seu lugar na elite.

 

Vai ser engraçado ver os acusadores engolirem essa… Heitor Alves, que apareceu para o mundo vencendo o Onbongo 6 estrelas em 2005, parecia insuperável na Inglaterra. Sai de baixo.

 

Victor Ribas fica gigante em qualquer fundo de areia parecido com o meio da Barra. O ?moleque? está dando aéreo de um metro de altura. Dunga Neto também esteve forte em várias baterias, Léo Neves está chegando e é forte candidato a ter a sua primeira vitória num WQS este ano, já está na hora.

 

Mineirinho deu mole, ficou em terceiro na Inglaterra. Parece até piada dizer que alguém que ficou em terceiro deu mole, mas caras como Slater, Senna e Schumacker, quando não são o primeiro, na cabeça deles eles perderam, até se ficarem em segundo consideram uma derrota.

 

Rodrigo Dornelles é um verdadeiro powersurfer e nas etapas decisivas na Europa pode se garantir. A corrida está boa e um jovem que tem a cara do WCT é Jean da Silva, que parece estar chegando na miúda.

 

Parabéns a todos pelo ataque às ondas, o Brasil está bem representado no mundo do surf. Tanto que no Japão eu ouvi várias vezes o locutor delirando e gritando ?Yaaaahhhh? quando algum ?brazilian nuts? endoidava em alguma manobra forte.

 

Eu aposto nos brazilians. Aloha!

 

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