Brasileiro é condenado à morte na Indonésia

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Marco Archer, o Curumim, foi condenado à morte na Indonésia. Foto: Reuters.
O brasileiro Marco Archer, conhecido entre as comunidades do surf e asa-delta por “Curumim”, foi condenado à morte, ontem, pela côrte da Indonésia.

 

Frequentador assiduo da Indonésia, Curumim foi preso em uma ilha, nos arredores de Bali, cerca de um mês e meio depois de ter sido pego pela polícia com cerca de 13 quilos de cocaína em uma das asas-delta que transportava.

 

Depois de passar o equipamento na máquina de raio-x do aeroporto, os policiais detectaram a droga. Enquanto eles usavam a máquina, os tripulantes de um avião que acabara de chegar causaram alvoroço no local e Curumim conseguiu fugir no meio da confusão.

 

Na côrte seus advogados alegaram que ele era réu primário e que cometeu um crime ocasional. Eles também alegaram que Marco cometeu o crime porque necessitava do dinheiro para pagar uma dívida de hospital, contraída em 1997, quando sofreu um acidente de asa-delta e fraturou o tornozelo, fêmur, a bacia e teve rompimento do intestino.


Em uma recente entrevista para a BBC Brasil, concedida antes da condenação de Archer, o ministro conselheiro da embaixada brasileira na Indonésia, José Soares, que presta assistência ao brasileiro, disse que desde que o governo indonésio lançou a campanha contra o tráfico, dos 24 condenados pelo crime, 21 receberam a sentença de morte e três a pena de prisão perpétua.


Nenhum dos condenados, entretanto, foi executado até hoje. As execuções são realizadas por um pelotão de fuzilamento ou por esmagamento da cabeça pela pata de elefante, mas há um longo prazo para recursos. “O prazo entre a condenação e execução é de seis anos na Indonésia”, disse Soares.


Na mesma entrevista, Soares afirmou que, se Archer fosse condenado, ele poderia apelar em várias instâncias da justiça indonésia até ser elegível para pedir o perdão presidencial. “Nesse caso, a embaixada brasileira poderia intervir em favor de Archer, pedindo para que ele cumpra uma pena no Brasil.”


De acordo com Soares, a embaixada pode interferir apenas se forem esgotados todos os recursos legais ou se um cidadão brasileiro for condenado a uma pena maior do que poderia receber se estivesse em território nacional – caso de Archer.


A Indonésia não tem tradição de executar muitos dos seus condenados estrangeiros. Desde que conquistou a independência, em 1945, dos mais de 70 condenados à morte, apenas 11 tiveram a sentença cumprida.