Hang Loose Pro Contest

Brasileiros dominam as finais

Hang Loose Pro Contest 2009, Cacimba do Padre, Fernando de Noronha (PE)

Marcelo Trekinho pega um tubaço nota 10 na Cacimba do Padre, Fernando de Noronha (PE). Foto: Daniel Smorigo / ASP South America.

Os cariocas comandaram o show nos tubos da Cacimba do Padre na quinta-feira de ótimas ondas em Fernando de Noronha (PE).

 

Raoni Monteiro continua na busca por um inédito bicampeonato no Hang Loose Pro Contest e aumentou seu próprio recorde de maior placar para 19,70 pontos de 20 possíveis.

 

E no último confronto do dia, Marcelo Trekinho conseguiu a segunda nota 10 da histórica décima edição na ilha do evento mais tradicional da América do Sul.

 

Já a surpresa é Ian Gouveia, 16 anos, filho de Fábio Gouveia, que também está entre os oito melhores surfistas deste ano na Cacimba do Padre.

 

A primeira chamada para as quartas-de-final foi marcada para as 8 horas desta sexta-feira e só falta um dia para fechar a terceira etapa do WQS 2009, apesar do prazo prosseguir até domingo em Fernando de Noronha.

 

O primeiro duelo será disputado pelos cariocas Raoni Monteiro e Leonardo Neves. O vencedor pega na semifinal quem sair do confronto entre o cearense Marcio Farney e o catarinense nota 10, Marco Polo.

 

Na chave-de-baixo, a surpresa Ian Gouveia enfrenta o niteroiense Bruno Santos, que no ano passado ganhou o maior desafio do ASP World Tour no Tahiti.

 

E a última quarta-de-final ficou formada pelo pernambucano Bernardo Pigmeu e Marcelo Trekinho, que arrancou a segunda nota máxima do Hang Loose Pro Contest 2009 para derrotar o também carioca Pedro Henrique na bateria que fechou a quinta-feira em Noronha.

 

Léo e Raoni passaram juntos no confronto que abriu o quarto dia de muitos tubos na Cacimba do Padre, talvez o melhor ano de ondas nas dez edições na ilha. Depois, Léo Neves despachou o último estrangeiro, o norte-americano Darrell Goodrum, na disputa que inaugurou as baterias homem-a-homem nas oitavas-de-final.

 

?Tem altas ondas, mas você precisa estar no lugar certo, na hora certa. Consegui pegar bons tubos nas duas baterias que disputei e estou feliz por chegar as quartas-de-final?, disse Léo Neves, que até o ano passado representou o Brasil na elite do ASP World Tour.

 

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Raoni Monteiro está quebrando no Hang Loose Pro Contest 2009. Foto: Aleko Stergiou.

A quinta-feira foi mais um dia de ondas no meio da praia, mesmo lugar que Raoni Monteiro venceu o Hang Loose Pro Contest no ano passado. Ele chegou perto da nota 10 duas vezes e atingiu incríveis 19,70 pontos de 20 possíveis contra o cearense André Silva.

 

No primeiro tubão que surfou, três dos cinco juízes deram a nota máxima e a média ficou em 9,97.

 

No segundo, só dois acharam que valia 10 e a nota foi 9,73. A maior marca era 18,67 pontos que o próprio Raoni tinha totalizado na quarta-feira.

 

?Estou me surpreendendo a cada bateria, batendo meus próprios recordes, agora eu estava instigado mesmo e consegui pegar dois tubos muito bons. Tem as quartas-de-final agora pela frente e espero poder avançar de novo?, disse Raoni Monteiro, que está a três baterias de um inédito segundo título de campeão em Fernando de Noronha.

 

?Vamos devagarzinho, passo a passo, para tentar chegar lá. Tem muita gente boa na briga também. Estou confiante, mas tem que se concentrar bateria por bateria primeiro?.

 

A terceira vaga nas quartas-de-final foi conquistada pelo cearense Márcio Farney, que tirou o último surfista local de Noronha do Hang Loose Pro Contest 2009, Patrick Tamberg. Ele agora vai enfrentar o amigo e companheiro de viagem Marco Polo.

 

O catarinense tinha a única nota 10 do campeonato num tubaço que surfou na quarta-feira e derrotou o pernambucano Sávio Carneiro, que há muitos anos freqüenta Noronha. Mas, a vitória só foi construída no finalzinho da bateria.

 

?Comecei meio distante dele, mas aí me toquei que isso era um jogo e eu tinha que duelar com ele. Só que onde ele estava senti que tinha muita correnteza, então na verdade eu virei o jogo quando me afastei de novo dele?, contou Marco Polo.

 

?Tirei uma vontade e uma garra de dentro de mim, acreditando muito que a onda ia entrar e ela veio. Segurei com tanta força, com tanta vontade, acho que ganhei a onda com a gana que entrei nela, foi demais. Estou muito contente por estar entre os melhores e ainda na briga do título?.

 

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Ian Gouveia, a grande surpresa do Hang Loose Pro Contest 2009. Foto: Aleko Stergiou.

A grande surpresa veio na abertura da chave-de-baixo, que vai definir o outro finalista. Com 16 anos de idade apenas, Ian representou bem a dinastia Gouveia e superou o cearense Pablo Paulino, que tem dois títulos mundiais da categoria Pro Junior no currículo.

 

?Estou conseguindo encontrar os tubos para ir passando as baterias e tomara que continue assim. Mas, estou surfando tranqüilo, sem pressão, só procurando mesmo surfar os tubos aqui na Cacimba que são demais?, falou Ian Gouveia.

 

Ele agora vai disputar um duelo de baixinhos com Bruno Santos, só que o niteroiense já é casado, tem uma filha e foi o último campeão da etapa mais temida do ASP World Tour nos tubos de Teahupoo, no Tahiti.

 

Bruninho passou pelo campeão brasileiro Renato Galvão na sexta oitava-de-final.

 

?Apesar das ondas não estarem grandes, estão perfeitas, já estou igualando meu melhor resultado aqui que foi um quinto lugar e espero chegar na final dessa vez. Só que agora tem uma pedreira pela frente, o filho do Fabinho, que está sendo a sensação do campeonato, derrubando grandes nomes, então vamos ver como vai ser?, disse Bruno.

 

O pernambucano Bernardo Pigmeu ganhou a disputa seguinte contra o catarinense Jean da Silva, que também tentava um inédito segundo título de campeão do Hang Loose Pro Contest em Noronha.

 

?Foi um sufoco, porque o Jean já ganhou aqui, conhece muito bem essa onda, mas consegui manter a calma para seguir em frente. Espero passar mais baterias para tentar fazer a final aqui este ano?, promete Pigmeu, que terá uma parada dura pela frente, o dono da segunda nota 10 do campeonato, Marcelo Trekinho.

 

A última bateria da quinta-feira foi toda dominada pelo igualmente carioca Pedro Henrique, mas a virada veio nos minutos finais.

 

?Sensacional. Quando vi a série entrando não achei que ia ser isso tudo. Fiz o tubo e pensei que ia sair uma nota menor, aí ouvi o 10, então estou amarradão?, falou Trekinho, que tem um recorde histórico no Circuito Brasileiro: três notas máximas num só dia nos tubos de Maresias, em São Sebastião (SP).

 

?Tirar um 10 é alucinante, a melhor coisa, ainda mais assim quando você está perdendo e ele sai no último minuto. Mas, se o Pedrinho tivesse passado eu também ficaria amarradão, porque torço por ele. Agora ele está sem patrocínio e somos amigos desde criança, só que a nota saiu né??.

 

 

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