Nascido em São Bernardo do Campo, o brasileiro Marcelo Luna tem uma história de vida e superação. Teve uma infância repleta de dificuldades, mas se superou e teve o surfe como um refúgio.
O conheci no fim do ano passado, quando estava indo pra Portugal. Queria muito saber como era a onda de Nazaré, e tinha acabado de ver uma matéria com Carlos Burle e Alemão de Maresias, em que ambos tinham enfrentado o pico. Logo liguei para Alemão para saber dos detalhes e ele me falou de um amigo que esteve presente e que tinha planos de retornar.
Consegui o telefone do Luna e logo já estavamos conversando sobre Nazaré. Foi quando combinamos de fazer uma parceria, juntamente com o português Sérgio Cósmico.
Ficamos um mês lá e pude conhecer esse grande camarada e toda sua história. Surfamos vários mares juntos, alguns só eu e ele e toda a praia do Norte só pra gente. Luna era novo no esporte e já tinha habilidade com o jet ski. Além disso, tinha muita força de vontade e coragem. Tive os melhores momentos na água em Nazaré, todos praticamente ao seu lado, e ele sempre na disposição de um dia, talvez, surfar uma onda grande em Portugal.
Naquela temporada ele já havia surfado algumas ondas realmente grandes, mas tinha em mente que seu objetivo era ainda maior. Em maio deste ano, ficou 20 dias em Jaguaruna à espera de um swell para conhecer a temida Laje da Jagua.
Agora, desde novembro, está em Portugal, está focado nos treinamentos e confiante para encarar mais uma temporada.
Ele havia me revelado que já havia surfado alguns swells bons, mas nada realmente grande, pois a temporada ainda estava meio devagar. Isso até o dia 17 de dezembro, quando um grande swell varreu a costa do país e trouxe as grandes ondas.
Marcelo foi consagrado com a maior onda do dia. Quando eu vi a foto, fiquei muito emocionado, pois sabia que ali um grande sonho havia sido realizado. Na mesma hora, liguei para Luna e lhe dei os parabéns, pois sabia te todo o seu esforço e empenho para alcançar o objetivo. Só quem surfa uma onda deste tamanho sabe a real importância e prazer que é descer uma montanha dessa de água.
A imprensa europeia, que foi a primeira a divulgar o registro, relatou em matéria que a onda chegou aos 18 metros de face. Com sonho realizado e muito agradecido a Deus e a todos, Luninha ainda está no pico na expectativa de outros swells.
