Brazucas disputam Pan-Americano

Jefferson Silva, segunda etapa Maresia Brasileiro de Surf Amador 2005, praia de Maresias, São Sebastião (SP)

Jefferson Silva reforça o time brasileiro no Pan-Americano. Foto: Daniel Smorigo.
Campeão brasileiro e mundial Júnior, o surfista Jefferson Silva, da equipe Natural Art, será um dos grandes destaques da delegação brasileira no Pan-Americano de Surf.

 

A sétima edição da prova rola na praia de La Isla, em Punta Hermosa, Peru, entre os próximos dias 16 e 23 de janeiro.

 

Preparando-se para iniciar a carreira profissional, o surfista de Bertioga quer fechar o ciclo garantindo também o título pan-americano.

 

Esta será a sua segunda viagem internacional. A estréia foi nas ondas da Califórnia, onde faturou o ISA World Junior Championships.

Gilmar Silva disputa a prova como convidado da CBS. Foto: Ivan Storti / FMA notícias.

 

Disputada em Huntington Beach, a prova marcou uma conquista inédita para o surf brasileiro, desde a criação da categoria na década de 80 e a mesma de onde despontaram grandes nomes do surf mundial, como Tom Currem e Damien Hardman.

 

?Estou indo para ser campeão e novamente comemorar no exterior uma vitória para o Brasil. O título mundial deu muita motivação e tenho certeza de que mais uma conquista vai ajudar muito?, disse o competidor patrocinado pela surfwear Natural Art.

 

?Depois do Pan, vou entrar de cabeça na carreira profissional. Já vou correr os WQS de Noronha e Costão do Santinho. Este ano, o objetivo é tentar a vaga para o Super Surf?, ressalta o atleta revelado na Escolinha de Surf da Riviera, sob orientação dos técnicos Thiago Ferrão e Alexandre Zeni. ?A meta é que o Jefferson pegue uma boa base em vários tipos de ondas e em quatro ou cinco anos esteja no WCT?, comenta Ferrão.

 

Junto com Jefferson Silva, o time brasileiro conta com o catarinense Tomas Hermes, o potiguar radicado em SP, Jadson André, e o paulista Giancarlo Zampieri na Júnior; os também paulistas Gilmar Silva e Flávio Nakagima, o paranaense Caetano Vargas e o baiano Bruno Galini na Open; a catarinense Marina Werneck e a paranaense Bruna Schimtz na Feminino; o catarinense Alex Leite e o paranaense Marco Kamers na Longboard.



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Flávio Nakagima busca o título do Pan. Foto: Ader Oliveira.
Já no Bodyboard, o Brasil terá o baiano Uri Valadão e os capixabas Erisberto Abrantes e Christiane Kale.

 

Na parte técnica, a equipe terá o catarinense Otoney Xavier, o baiano Adalvo Argolo e os paranaenses Juca de Barros (presidente da Confederação Brasileira de Surf) e Iso Thá.

 

Além disso, o Brasil contará com mais dois destaques no evento, o catarinense Jordão Bailo, atuando como um dos head-judges, e o paulista Marcos Bukão, que será o diretor de prova do Pan pela sétima vez.

 

Tomas Hermes defende Brasil na categoria Júnior. Foto: ASP World Tour.com / Tostee.

Natural de Santos, Bukão tem grande experiência no comando dos grandes eventos, sendo o diretor do ISA Games desde 1994, na edição realizada no Rio de Janeiro.

 

Depois, dirigiu mais oito campeonatos ? Estados Unidos, em 96; Portugal, em 98; Brasil (Maracaípe) em 2000; África do Sul em 2002 e 2003 (Júnior); Equador em 2004; Tahiti, em 2004 (Júnior) e Estados Unidos no ano passado.

 

Neste ano, ele já está iniciando os trabalhos para a realização do ISA Junior Quiksilver, na praia da Maresias, em São Sebastião, no mês de maio.

 

Já no Pan, esteve à frente de todos. ?O Brasil é tetracampeão pan-americano. Este evento no Peru refere-se a 2005, e estamos esperando a presença de 16 países. Com a não confirmação da equipe norte-americana, nossos mais tradicionais rivais, a briga pelo título promete ser entre o Brasil e os donos da casa. Mas equipes como Venezuela e Porto Rico podem surpreender?, explica Bukão, lembrando que a competição é realizada simultaneamente em dois palanques.

 

 

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Uri Valadão é um dos bodyboarders na equipe brasileira. Foto: Luis Claudio Duda.
Tradição no surf – O Peru é um dos países mais ricos em ondas do mundo e recebe swells do Sul, Oeste e Norte ao longo do ano todo em sua extensa costa e milhares de diferentes picos, com diferente qualidade de ondas.

 

Em Pico Alto, por exemplo, pode-se surfar ondas de até 25 pés, em Cabo Blanco pegar tubos de dez segundos e em Chicama manobrar em longas paredes que têm um percurso de até dois quilômetros.

 

A tradição do surf no Peru remonta até 3000 anos antes de Cristo. Foram encontrados vestígios da utilização de “cavalos de totora”, embarcações utilizadas para a pesca que têm

Bruna Schmitz também embarca para o Peru. Foto: Bruno Lemos / Lemosimages.com.
uma semelhança incrível com as pranchas de surf e foram utilizadas pelos povos antigos do Peru para deslizar até a beira do mar, após um período de pescaria.

 

Muito depois, durante a década de 60, os surfistas peruanos destacaram-se a nível mundial, nas enormes ondas havaianas nas quais Felipe Pomar, Miguel Plaza, Ivo Hanza e Sérgio Barreda, entre outros, ganharam o respeito dos atletas locais.

 

Por outro lado, o Peru destacou-se com seu surf nos clássicos campeonatos realizados em Punta Rocas. Em 1965, Felipe Pomar foi coroado Campeão Mundial. Assim, o Peru é o único país latino-americano que tem campeões mundiais na primeira divisão do surf: Pomar em 65 e Sofia Mulanovich no WCT de 2004.

 

Equipe brasileira

 

Open – Flávio Nakagima (SP), Bruno Galini (BA), Caetano Vargas (PR) e Gilmar Silva (SP)
Júnior – Jefferson Silva (SP), Tomas Hermes (SC), Jadson André (RN) e Giancarlo Zampieri (SC)
Feminino – Bruna Schimitz (PR) e Marina Werneck (SC)
Longboard – Alex Leite (SC) e Marco Kamers (PR)
Bodyboard – Uri Valadão (BA), Erisberto Abrantes (ES) e Christiane Kale (ES)

 

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