Hurley Pro

Brazucas passam por cima

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Filipe Toledo registra o maior somatório entre os brasileiros na terceira fase do Hurley Pro. Foto: © WSL / Kirstin

 

Com 100% de aproveitamento, os brasileiros deram mais um show no Hurley Pro 2015, etapa do Championship Tour que acontece em Lower Trestles, Califórnia (EUA).

Nesta sexta-feira, em boas ondas de 1 metro, Miguel Pupo, Italo Ferreira, Filipe Toledo, Wiggolly Dantas, Adriano de Souza e Gabriel Medina venceram seus respectivos adversários e garantiram a classificação à quarta fase da prova.

O próximo round será inaugurado com um duelo totalmente brasileiro: Miguel Pupo, Italo Ferreira e Filipe Toledo. Em seguida, Adriano de Souza e Wiggolly Dantas brigam por uma vaga junto com o australiano Joel Parkinson. Encerrando a rodada, Gabriel Medina encara o 11 vezes campeão mundial Kelly Slater e o australiano Owen Wright.

A melhor atuação entre os brazuca nesta sexta ficou por conta de Filipinho, autor de notas 7.50 e 9.77 na vitória sobre o taitiano Michel Bourez. O duelo começou devagar, sem ondas expressivas, mas o brasileiro cresceu de produção e passou a acertar seu arsenal de manobras aéreas. Na melhor delas, o quarto colocado do ranking completou um voo muito alto com rotação completa logo na primeira seção, levando a galera ao delírio.

Bourez tentou reagir com seu surfe power e somou notas 7.33 e 7.50, mas saiu da água precisando de 9.77 para virar.

Ao sair da água, o brasileiro falou sobre o nervosismo que vem sentindo em Trestles. “Sim, fiquei preocupado com meus últimos resultados no Tour, mas o grande problema foi ficar duas semanas fora da água devido a uma contusão no cotovelo sofrida no Tahiti. Surfei apenas duas vezes antes de o campeonato começar e foi complicado saber com que prancha iria surfar aqui. É claro que você fica um pouco nervoso também por estar em sua nova casa, num evento do seu patrocinador. Mas a confiança cresce, o momento melhora e você fica mais à vontade”, revelou Filipe.

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Miguel Pupo despacha Julian Wilson em Trestles. Foto: WSL / Rowland

 

Antes da classificação de Filipe Toledo, os brasileiros vibraram com as atuações de Miguel Pupo e Italo Ferreira.

Pupo foi muito inteligente no duelo contra Julian Wilson e não esperou muito no outside, somando 5.67 e 7.17, contra apenas 1.87 e 2.93 de Julian, que esperou demais pelas séries e se deu mal.

“Eu tive um bom início de ano e me perdi depois. Treinei muito para chegar aqui com o meu pai. Nós tentamos mudar a maneira como eu estava surfando para conseguir mais notas e focamos um pouco mais neste evento”, conta Pupo. “Eu sabia que as ondas ficariam mais demoradas agora, no auge da maré cheia. Tentei começar rápido, colocar pressão em Julian, porque sabia ele iria escolher as ondas certas e não há nada lá fora. Tentei pegar o máximo de ondas que podia e felizmente passei”, finaliza o brazuca, que foi eliminado pelo australiano na semifinal da etapa de abertura, em Snapper Rocks, chegando muito perto de uma final brasileira contra Filipe Toledo.

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Italo Ferreira vence Matt Wilkinson em duelo eletrizante. Foto: WSL / Rowland

 

Na segunda bateria, Italo Ferreira travou um duelo sensacional com o australiano Matt Wilkinson. O potiguar de Baía Formosa começou forte, com 8.67,  e ampliou vantagem com 5.50, mas Wilko não deu mole. Primeiro foi a vez de o aussie empatar com 6.17 e 8.00, para depois virar o placar com 6.50 e ampliar a vantagem com 7.27.

Precisando de 6.60 para dar o troco, Italo esperou bastante pelas séries e conseguiu a virada nos minutos finais, quando trabalhou bem de backside e finalizou a onda com uma batida chutando a rabeta. Dois dos cinco juízes não deram a virada, mas a média ficou em 6.63 e o brasileiro conseguiu estragar a festa de Matt Wilkinson.

“Essa onda é incrível, parece a direita de onde moro. Continuo confiante e estou amarradão por passar outra bateria. Agradeço a Deus pela última onda”, comemorou Italo.

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Wiggolly Dantas faz a mala de Taj Burrow Foto: © WSL / Kirstin

 

Na quinta bateria, Wiggolly Dantas desafiou o australiano Taj Burrow e se deu bem. Com um backside afiado e uma postura mais determinada, Guigui botou pressão no adversário e foi melhorando seu placar durante a bateria. Saiu na frente com 6.00 e 5.33, trocou suas notas por 7.00 e 8.27 e chegou a descartar 6.07 e 7.00 nas duas últimas ondas.

Taj tentou usar seu surfe progressivo para vencer a batalha e até teve ótimos momentos na bateria, mas caiu bastante da prancha e deixou o caminho livre para o brasileiro seguir na briga.

“Tenho uma prancha boa no pé, estou muito feliz por avançar à próxima fase. Perdi duas vezes para Taj este ano e só venci uma. Queria muito vencer essa bateria e fiz tudo o que pude”, fiz Guigui. “Adoro surfar essa onda e estou aqui há duas semanas surfando todos os dias. Meus braços já estão desgastados”, brinca o ubatubense.

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Adriano de Souza tem muito trabalho para superar Glenn Hall. Foto: © WSL / Kirstin

 

Atual líder do ranking mundial, Adriano de Souza teve muito trabalho para deter o australiano naturalizado irlandês Glenn Hall. O confronto chegou a ser reiniciado porque nenhum dos atletas entrou em ação nos primeiros minutos. Hall saiu na frente com uma nota 6.00, enquanto Adriano teve dificuldade para mostrar as suas armas. Depois de começar com 4.33 numa direita e fazer 5.33 numa esquerda, o brasileiro recuperou a prioridade e deixou Hall ir numa onda que rendeu 5.97. Para a felicidade de Adriano, uma boa onda surgiu logo depois e ele descolou 7.50 para virar o placar e deixar o adversário precisando de 6.83.

Adriano ainda tentou ampliar o somatório, mas conseguiu apenas 5.17. Quando finalizou a onda, o brasileiro travou uma emocionante batalha na remada com Hall para recuperar a prioridade da bateria. Os dois chegaram muito próximos, mas o brasileiro ficou com a vantagem. Em sua última tentativa, Hall foi para a esquerda e acabou se dando mal.

“Eu tenho que trabalhar tudo: minha estratégia, meu surf, minha habilidade. Mas eu nunca desisto. Esta foi uma das baterias mais difíceis que já tive neste evento. Participo desta etapa há 10 anos. Foi complicado porque Glenn é um competidor perigoso e várias pessoas o subestimam, mas eu não. Fiquei muito atento a todos os seus movimentos, à sua estratégia. Fiquei nervoso no início da bateria porque tivemos um reinício e tive que refazer a minha estratégia e tentar uma nova. Mas deu tudo certo no fim e estou feliz por passar. Agora vem o round 4, é como se fosse um novo início de evento, com três caras na água. Espero encontrar as melhores ondas e vencer novamente”, falou Adriano.

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Gabriel Medina investe nas esquerdas para vencer Bede Durbidge. Foto: © WSL / Kirstin

O campeão mundial Gabriel Medina manteve a invencibilidade brasileira na terceira fase da prova. Na 11a e penúltima bateria, Medina partiu pra cima do australiano Bede Durbidge e abriu investiu nas esquerdas para disparar na liderança do duelo com notas 7.67 e 8.83.

Em sua melhor momento, a prioridade era de Bede, que remou para pegar a direita e desistiu da onda, deixando Medina ir ao ataque numa esquerda. A onda era curta, mas foi o suficiente para o campeão mundial decolar de forma incrível na primeira seção, jogando a rabeta para o alto e segurando uma das bordas da prancha.

Bede ainda conseguiu diminuir o placar com 7.03 e fez 8.07 em sua última onda, mas não conseguiu assustar o brasileiro.

“Estava observando as esquerdas e elas pareciam bem divertidas. Comecei com uma esquerda, depois não tinha prioridade e peguei outra. Até tentei ir para a direita, mas hoje está estranho, não é aquele Lowers que conhecemos”, declarou Medina.

Round 4

1 Miguel Pupo (Bra), Italo Ferreira (Bra) e Filipe Toledo (Bra)
2 Joel Parkinson (Aus), Wiggolly Dantas (Bra) e Adriano de Souza (Bra)
3 Mick Fanning (Aus), Nat Young (EUA) e Adrian Buchan (Aus)
4 Kelly Slater (EUA), Gabriel Medina (Bra) e Owen Wright (Aus)