Brazucas reagem na repescagem

Victor Ribas, Rip Curl Pro 2005, Woolamai Beach, Austrália

Victor Ribas teve grande atuação contra Bruce Irons e avançou para a terceira fase do Rip Curl Pro 2005. Foto: ASP World Tour / Karen.
Quatro brasileiros avançaram para disputar a terceira rodada do Rip Curl Pro na Austrália. O paranaense Peterson Rosa já tinha garantido passagem no primeiro dia e na manhã da quarta-feira em Phillip Island, o catarinense Neco Padaratz, o potiguar Marcelo Nunes e o cabo-friense Victor Ribas conquistaram suas primeiras vitórias nas ondas de 1 metro de altura de Woolamai Beach.

 

A repescagem foi encerrada com um show dos brasileiros, que fizeram as melhores apresentações da segunda rodada de baterias. Neco ampliou para 9,67 o recorde de maior nota da 33a. edição do campeonato mais antigo do circuito mundial. E Nunes recebeu nota 9,17 em sua melhor onda para somar 17,34 pontos, a maior da repescagem.

 

A terceira fase foi iniciada em seguida com a segunda bateria, pois Marcelo Nunes acabou escalado para enfrentar o veterano Luke Egan na primeira. Aguarde mais informações e acompanhe tudo ao vivo pelo site ripcurl.com.

 

RECORDE DE NOTA – Apesar das brilhantes vitórias, os sul-africanos deram muito trabalho aos brasileiros. Na penúltima bateria, Neco Padaratz começou com notas médias ? 6,50 e 6,57 ? e o jovem Travis Logie largou na frente com nota 8,17.

 

Mas, a terceira onda escolhida por Neco abriu uma parede mais longa e o catarinense aplicou várias manobras para arrancar a maior nota do Rip Curl Pro 2005: 9,67. Só que Logie reassumiu a ponta com nota 8,33 na sua quinta apresentação em Woolamai Beach na quarta-feira para abrir 6,83 pontos de vantagem.

 

Neco não gostou quando recebeu 6,30 pontos em sua quarta onda, mas há 3 minutos do fim acha uma boa esquerda e não desperdiça sua última chance, manobra com força e os juízes lhe dão nota 7,17. Logie ainda pega outra boa onda e tira outra nota na casa dos 8 pontos, só que precisava de 8,52 pontos para vencer e recebeu nota 8,07.

 

Vitória confirmada para Neco Padaratz com o placar apertado de 16,84 x 16,50 pontos.

 

RECORDE DE PONTUAÇÃO – O potiguar Marcelo Nunes entrou na disputa seguinte para fechar a repescagem com a melhor apresentação da segunda rodada, usando uma arma fatal: os aéreos.

 

Ele já começou com nota 8,17 em sua primeira onda, mas o experiente Greg Emslie respondeu com um 8. Depois, os dois foram tirando notas medianas e uma série que entrou quando faltavam 5 minutos para o término decidiu a bateria.

 

Emslie destruiu a onda da frente com várias batidas e rasgadas e tira nota 8,33, mas além das batidas e rasgadas o brasileiro finalizou a onda de trás com um aéreo, variou mais as manobras e recebeu 9,17 pontos dos juízes para confirmar a vitória com a quinta maior pontuação do Rip Curl Pro 2005, 17,34 x 16,33 pontos.

 

##

 

 

Raoni Monteiro mostrou um surf power, mas foi eliminado por Chris Ward. Foto: ASP World Tour / Karen.
A PRIMEIRA VITÓRIA – Além de Neco e Nunes, o cabo-friense Victor Ribas também conseguiu superar o havaiano Bruce Irons com uma pequena diferença: 15,43 x 13,57 pontos.

 

?O mar hoje aqui está igual a Barra da Tijuca, lá em casa no Brasil, onde nós temos muitos campeonatos. Isso me deu mais confiança contra o Bruce Irons nesta manhã. Agora, eu tenho o Joel (Parkinson) no rounde 3 e vai ser mais uma bateria muito difícil?, disse Vitinho.

 

?Eu terei que surfar melhor do que eu fiz hoje para bater ele. Eu farei o meu melhor porque se há um dia para ganhar do Joel, o dia é hoje?, completou Ribas, que conquistou a primeira vitória brasileira na quarta-feira em Phillip Island.

 

Também por bem pouco o carioca Raoni Monteiro foi eliminado pelo californiano Chris Ward, vice-campeão da primeira etapa do WCT 2005 na Gold Coast, por 16,50 x 15,10 pontos.

 

Já Paulo Moura, recuperando-se de uma contusão nas costas, deu menos trabalho para o californiano Taylor Knox, sendo derrotado por 14,67 x 11,50 pontos. O pernambucano terminou empatado em 33.o lugar no Rip Curl Pro 2005 com Raoni Monteiro e com o paulista Renan Rocha e o catarinense Jean da Silva.

 

Os dois últimos já tinham sido barrados nas primeiras baterias da repescagem que fecharam a terça-feira de ondas melhores que as do segundo dia de disputas em Woolamai Beach.

 

Os quatro receberam 3.600 dólares pelas suas participações e, com exceção de Jean da Silva, que não integra o grupo de elite do surfe mundial e competia com uma vaga de convidado, marcaram somente 225 pontos no ranking do WCT 2005.

 

TERCEIRA FASE – A terceira fase foi iniciada em seguida com a segunda bateria, pois logo depois da vitória na última bateria da repescagem Marcelo Nunes acabou escalado para enfrentar o australiano na primeira disputa por uma vaga nas oitavas-de-final do Rip Curl Pro.

 

E o potiguar manteve o ritmo em sua primeira onda, abrindo a bateria com uma nota 7,67. O veterano Luke Egan respondeu com um 7,5 e recebeu 6,33 pontos em sua segunda apresentação, com o brasileiro continuando na frente com uma nota 7,70. Só que o australiano quebra uma longa esquerda e recebe nota 9,60 dos juízes.

 

Os brasileiros protestaram, achando que supervalorizaram mais uma vez as ondas do australiano, assim como já haviam feito para o mesmo na última onda que ele pegou para virar o resultado contra o catarinense Jean da Silva na repescagem.

 

PROTESTOS E ABANDONO – Os dois vieram numa outra boa série que entrou há 8 minutos do fim da bateria. Nunes continuou variando as manobras para cumprir o novo critério utilizado no julgamento e com batidas, floaters, rasgadas, recebeu 8,60 pontos, mas na onda de trás Luke Egan usou sua característica força nas manobrar e ganhou 8,37 pontos.

 

O potiguar não se conformou, gesticulou com sinais de protesto para os juízes, jogou sua prancha no mar com raiva e abandonou a bateria, que acabou definida por uma pequena diferença: 17,97 x 16,30 pontos.

 

Marcelo Nunes teve que se contentar com a 17.a colocação no Rip Curl Pro, recebendo 4.500 dólares e 410 pontos, enquanto Luke Egan seguiu para completar a primeira oitava-de-final.

 

?O critério de julgamento mudou, mas parece que não mudou, porque a gente dá batida, floater, rasgadas, aéreos e os gringos só vem dando batida e tiram notas maiores?, protestou Marcelo Nunes, momentos depois em entrevista transmitida online.

 

?A gente até comenta que parece que o critério só mudou para nós brasileiros. Eu acho que existe muita discriminação contra nós. Estou só há quatro anos no WCT e já vejo isso, imagina como sofreram os outros brasileiros que está há muitos anos nessa batalha. Só que não adianta reclamar mais, tem que jogar o jogo deles. O Renan Rocha virava a bateria contra o Sunny Garcia na repescagem na última onda dele, mas os juízes também não deram. Estou há 4 anos no circuito e não consigo passar da terceira fase? Quer dizer, até ganho, mas eles não me deixam passar, como fizeram hoje aqui com as notas que deram para o Luke Egan?, lamentou Marcelo Nunes.

 

NOVO RECORDE DO RIP CURL PRO – Na bateria seguinte, o norte-americano Cory Lopez ampliou o recorde de maior pontuação do campeonato que era de 18,50 pontos do seu compatriota Damien Hobgood. Com notas 9,00 e 9,63 em suas duas primeiras ondas, Lopez já tinha totalizado ainda no início da bateria 18,63 pontos.

 

O Brasil só voltaria ao mar na sexta bateria, com o paranaense Peterson Rosa enfrentando ao australiano Dean Morrison, o mesmo que o derrotou na bateria inaugural do Rip Curl Pro no primeiro confronto da sexta-feira.

 

Depois, tem Victor Ribas contra o vice-campeão mundial Joel Parkinson na nona bateria e Neco Padaratz fecha a participação brasileira na terceira fase contra mais um surfista da Austrália, o campeão do último Nova Schin Festival WCT Brasil, Taj Burrow, na 15a. e penúltima bateria da terceira fase.

 

##

 

 

Woolamai Beach, sub-sede do Rip Curl Pro. Foto: ASP World Tour / Karen.
Rip Curl Pro – segunda fase

 

1 Andy Irons (Haw) 15,00 x 11,07 Ben Dunn (Aus)

2 Luke Egan (Aus) 13,00 x 12,84 Jean da Silva (Bra)

3 Jamie O?Brien (Haw) 13,33 x 8,00 Nathan Hedge (Aus)

4 Sunny Garcia (Haw) 13,67 x 13,33 Renan Rocha (Bra)

5 Peterson Rosa (Bra) 14,53 x 14,34 Kirk Flintoff (Aus)

6 Mark Occhilupo (Aus) 13,40 x 12,40 Tim Reyes (EUA)

7 Cory Lopez (EUA) 16,50 x 12,60 Luke Stedman (Aus)
8 Kalani Robb (Haw) 14,83 x 10,83 Shea Lopez (EUA)
9 Tom Whitaker (Aus) 14,77 x 12,37 Toby Martin (Aus)
10 Chris Ward (EUA) 16,50 x 15,10 Raoni Monteiro (Bra)
11 Trent Munro (Aus) 15,66 x 12,30 Lee Winkler (Aus)
12 Victor Ribas (Bra) 15,43 x 13,57 Bruce Irons (Haw)
13 Frederick Patacchia (Haw) 14,16 x 12,50 Tim Curran (EUA)
14 Taylor Knox (EUA) 14,67 x 11,50 Paulo Moura (Bra)
15 Neco Padaratz (Bra) 16,84 x 16,50 Travis Logie (Afr)
16 Marcelo Nunes (Bra) 17,34 x 16,33 Greg Emslie (Afr)

 

Terceira fase


1 Luke Egan (Aus) 17,97 x 16,30 Marcelo Nunes (Bra)
2 Richard Lovett (Aus) 16,77 x 11,34 Michael Lowe (Aus)
3 Cory Lopez (EUA) 18,63 x 6,67 Phillip MacDonald (Aus)
4 C. J. Hobgood (EUA) x Shane Beschen (EUA)
5 Damien Hobgood (EUA) x Taylor Knox (EUA)
6 Peterson Rosa (Bra) x Dean Morrison (Aus)
7 Mick Fanning (Aus) x Tom Whitaker (Aus)
8 Andy Irons (Haw) x Jamie O?Brien (Haw)
9 Joel Parkinson (Aus) x Victor Ribas (Bra)
10 Daniel Wills (Aus) x Chris Ward (EUA)
11 Sunny Garcia (Haw) x Darren O?Rafferty (Aus)
12 Jake Paterson (Aus) x Frederick Patacchia (Haw)
13 Kelly Slater (EUA) x Bede Durbidge (Aus)
14 Kalani Robb (Haw) x Trent Munro (Aus)
15 Taj Burrow (Aus) x Neco Padaratz (Bra)
16 Mark Occhilupo (Aus) x Troy Brooks (Aus)

Exit mobile version