Direto do front

Briga boa

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Stephanie Gilmore não teve trabalho para vencer o Rip Curl Womens Pro 2007. Foto: ASP / Covered Images.

Assisti às baterias finais do Rip Curl Womens Pro pela telinha.

Confirmando as impressões que tive na etapa da Gold Coast, as melhores surfistas do mundo não me empolgaram nas direitas mexidas de 1 metro no famoso Bell’s Bowl.
 
A eliminação prematura de Silvana Lima nas oitavas-de-final foi triste e surpreendente.

Depois de uma primeira fase brilhante, em que obteve a melhor soma e melhor nota da competição, Silvana parecia que chegaria fácil à final.

 

Porém, campeonato de surf se decide no tempo da bateria e, numa disputa de poucas ondas,

Para Rômulo Fonseca, Jacqueline Silva precisa melhorar bastante nas direitas. Foto: ASP / Covered Images.

Lima perdeu para a pequenina e veloz Samantha Cornish.


Difícil apontar erros na preparação da cearense, mas acredito que a maratona de três etapas do WQS na Austrália atrapalhou um pouco, além de uma tática de bateria pouco elaborada.

O tempo de uma bateria passa voando e, para confirmar o favoritismo, ela tem de pegar ondas boas e mostrar serviço logo no começo de cada disputa para botar pressão nas adversárias.
 
Três confrontos das quartas-de-final foram definidos com facilidade. Jacqueline Silva perdeu feio para Sam Cornish.

Jacque vinha de uma grande vitória no WQS de Margaret River, com boas performances de backside, mas mostrou que precisa melhorar bastante nas direitas.

Está com um vício horrível de bater a prancha para pegar velocidade na base da onda depois das manobras. Os juízes odeiam essa “matação de barata” e sempre vão tirar pontos da brasileira. Tem de assistir aos vídeos e corrigir o defeito urgentemente.
 
A peruana Sofia Mulanovich tinha tudo para arrebentar no evento, que rolou em condições de clima e ondas bem parecidas com Punta Hermosa. Chegou à final muito mais pela fraqueza das adversárias do que pelo seus méritos.

Nas quartas, contra Melanie Redman-Carr, ela pegou uma onda perfeita lá do pico e surfou toda atrapalhada, sem usar a base da onda para cavadas fortes. Resultado: recebeu um 3.80 dos juízes e teve sua confiança abalada.
 
A campeã mundial Layne Beachley contou com um “empurrão” dos juízes nas quartas. Recebeu um 8.50 para virar a bateria contra Amee Donahoe numa onda em que a primeira manobra foi horrível e ela ainda caiu na finalização. O único erro de julgamento desse dia, mas que prejudicou bastante o brilho da prova.
 
Stephanie Gilmore surfou muito no evento de seu patrocinador, com cavadas definidas, velocidade de sobra e posicionamento moderno. Sua única bateria difícil foi as quartas, contra a então líder do ranking Chelsea Hedges. Bela interpretação dos juízes nas duas melhores ondas da bateria: 8.50 para Stephie contra 8.00 de Chelsea.

Apesar de a onda de Hedges ter mais face limpa, Gilmore manobrou com mais força e velocidade por cima da espuma e levou a melhor. Com uma segunda onda também bem surfada, a loira da Gold Coast venceu com sobras.
 
As semifinais foram um passeio de Gilmore e Mulanovich sobre Cornish e Beachley. As duas derrotadas não conseguiram passar de 5.0 em suas melhores notas. A final ainda deu um pouco de emoção pela escassez das séries.


Stephie saiu na frente. Sofia teve a chance de virar faltando 10 minutos, mas, precisando de 5.51, só conseguiu 5.43 numa onda boa e aberta surfada até a beira. Pura incompetência. Gilmore esperou pela última série com prioridade e destruiu a onda para receber 9.33 dos juízes.

Vitória fácil. Entre uma onda e outra, a telinha ainda mostrava a loirinha pegando um tubão na Indonésia e manobrando forte em algum paraíso “The Search”. Vidinha mais ou menos. Mostrou que vai brigar pelo título este ano junto com Silvana e Chelsea.
 
A próxima etapa é patrocinada pela Billabong em Itacaré, Bahia. É a hora e o lugar perfeito para Silvana Lima entrar na briga pelo título com uma vitória convincente. Vamos torcer!