O peruano Luisfer de La Torre e seu irmão Kike são velhos conhecidos dos brasileiros que já visitaram a costa peruana, uma das costas mais constantes do planeta para o surf.
Presença constante no outside em ondas de três a 30 pés, Luisfer já foi campeão peruano em 1985.
Mas, o que realmente enche o seu coração de orgulho é nunca ter perdido um swell grande em Pico Alto, uma das maiores ondas da América do Sul e do mundo.
Proprietário de uma pousada com vista para o mar na famosa cidade de Punta Hermosa, já fez muitos amigos brasileiros, entre eles João Capilé, Jorge Pacelli, Rodrigo Resende, entre outros.
?Quando quiserem surfar no país mais com ondas mais constante do mundo é só me contactar?, convida.
Nesta entrevista concedida por e-mail, ele conta um pouco de sua vida e da história de Pico Alto.
Quando você e seu irmão começaram a surfar?
Começamos em 1968, quanto eu tinha oito anos de idade e meu irmão seis.
Em que ano você foi campeão nacional e quais eram os surfistas que disputavam o título?
Foi em 1985 e os candidatos ao título eram Magoo de La Rosa, Chalo Espejo e Cesar Aspilaga.
Comente as primeiras quedas em Pico Alto. Quem foram os primeiros gringos a fazer companhia para vocês nos dias grandes?
A primeira vez que surfei Pico Alto foi em 1983, e a partir de 1994 começaram a vir outros surfistas que considero até hoje alguns dos melhores surfistas de ondas grandes do mundo, como você, Jorge Pacelli, João Capilé, Pato, Rodrigo Resende, Dê da Barra, Formiga, Adriano Matias e Ylan Blank.
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Com surgiu a idéia de transformar sua casa em uma pousada?
Eu morava em Lima na adolescência e depois que casei planejava viver na praia aqui em Punta Hermosa, perto das ondas. Surfando eu conheci muitos amigos que hoje se hospedam aqui em casa.
Quem são os brasileiros que mais freqüentam a sua pousada?
Todos os brasileiros que amam surfar no Peru, como eu. A diária custa US$ 16 por pessoa com as três refeições incluídas. Para reservar basta me passar um e-mail ([email protected]) ou ligar para 00511 230 7280.
Por que você nunca teve vontade de participar do campeonato anual em Pico Alto?
Até 1986 só me dediquei aos campeonatos e a partir de 1987 decidi que somente iria me divertir e não participaria mais de eventos.
Como você descreve sua paixão pela onda de Pico Alto?
São momentos de incrível felicidade, e é assustador como a natureza se transforma nessas ondas maravilhosas que transmitem essa energia que a cada onda se transforma em um momento inesquecível.
Qual o maior mar que você já viu quebrar em Pico Alto?
Em 1983, o El Niño estava com potência máxima e eu e meu irmão surfamos ondas de 30 pés de costas, 60 de face e quase morremos afogados.
Você pode contar como conseguiu essa cicatriz no rosto? Acho que é uma curiosidade de todos os que te conhecem…
Eu tinha dois anos de idade e a neblina estava muito forte na estrada e tínhamos um Dodge oito cilindros e o tanque era na frente do carro. Na batida explodiram os dois carros envolvidos. Foi um milagre eu ter sobrevivido.
Deixe uma mensagem para a galera no Brasil.
Eu espero todos vocês aqui e quando quiserem surfar no lugar mais constante do planeta é só me contactar, afinal aqui as ondas quebram 365 dias por ano. Grande abraço a todos. Punta Rocas, La Isla, Senhoritas, Caballeros e Pico Alto são ondas inesquecíveis e ficam bem perto do Brasil.
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