Eduardo Bagé

Caçador de pororocas

Eduardo Bagé, Bono, Indonésia

Radicado na França, o carioca Eduardo Bagé se prepara para mais uma investida atrás das melhores pororocas do mundo. Já faz um tempo desde a última investida, quando surfou a pororoca Benak, na Malásia, em 2011, além da descoberta da Bono (ou 7 Ghoosts), na Indonésia, em 2010.

 

Recentemente, Bagé – que foi Top do circuito mundial de longboard por mais de 10 anos – recebeu uma mensagem do francês Antony Yep, considerado por ele um dos maiores exploradores de surf do mundo, convidando-o para tripular mais uma de suas descobertas, mas fazendo questão de manter o destino em segredo até o dia do embarque.

 

Segundo o longboarder, Yep apresentou para comunidade do surf pelo menos três pororocas diferentes e desconhecidas, entre vários picos de surf.? “O destino é secreto, só vou saber ou ter indícios da descoberta quando fizer o check in no aeroporto. Por enquanto penso nos destinos anteriores e lembro que com ele tive a oportunidade de ser o primeiro brasileiro a surfar a pororoca da China, da Indonésia e da Malásia.

 

“Na Silver Dragon da China, em 2007, surfei por uma hora e 10 minutos na mesma onda, 17,1 quilômetros. O mais engraçado foi que nunca tivemos um jet para pegar resgates, não tínhamos nem autorização. Na verdade eu nem sabia que precisava de autorização para pegar onda, só fui descobrir isso quando saímos da água depois de ter surfado os 17 km, e o camera man falou que a polícia estava esperando a gente no salão do hotel”, disse Bagé.

 

Durante a investida no Bono, na Indonésia, em 2010, tiveram a autorização e foram bem acolhidos pelos locais, o que não impediu alguns perrengues antes de pegarem algumas das ondas mais perfeitas de suas vidas. Um dos barcos foi perfurado propositalmente. “Descobrimos que os locais tinham muito medo da pororoca, e por isso tinham furado um dos barcos, pensaram que não iríamos com um barco só e nem sem eles na pilotagem. Deixamos os caras tentando reparar o barco e surfamos uma das ondas mais perfeitas que já conheci”.

 

Na Malásia, o carioca teve a melhor infra-estrutura, com alguns barcos à disposição, fotógrafos, helicópteros, etc. Bagé lembra que o maior perrengue, além de algumas obrigações com os políticos que pagaram pela trip, era que o rio era repleto de crocodilos, com a última ocorrência de ataque um mês antes da chegada da tripulação.

 

“A onda era um pouco pequena e mais fraca, mas muito perfeita, qualquer um ia adorar. Lembro de uma session onde fiquei preso na margem do rio e caí. Quando recuperei a prancha, vi a uns 10 metros de mim a cabeça de um crocodilo. Eu estava com minha fish 5’7, o que significa metade do corpo dentro d’água e pouca velocidade na remada comparada aos outros que estavam de SUP, ou seja, eu era a vitima perfeita. Por sorte esse crocodilo estava sem fome. Em todos os picos que fomos o que mais marcou foi a gentileza das pessoas. Uma vez que viram que a gente sabia o que estava fazendo, as pessoas faziam de tudo pra nos ajudar.”

 

Agora, mais uma aventura se aproxima, com outra descoberta de Antony Yep. Bagé espera que a surpresa seja agradável como as outras, garantindo estar empolgado por mais uma aventura.

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