Visitamos um secret localizado a cerca de duas horas de Puerto Escondido, México. O Dê da Barra me contou que esteve neste lugar há quinze anos.
Como esperávamos um swell chegar no último final de semana, partimos confiantes junto de nosso amigo Hildson Lopes, que reside na Cidade do México e sempre vem a Puerto quando tem swell.
A viagem foi cansativa até chegarmos ao lugar onde deixamos o veículo e seguimos de barco. O trajeto é lindíssimo e me lembrou muito um trecho entre a Ilha Comprida, no Sul do estado de São Paulo com o Paraná, caminho que leva até a Ilha do Cardoso.
O trajeto aquático estreitou-se entre as árvores dentro do mangue, onde o barqueiro nos disse que haviam muitos crocodilos, garças, pelicanos e até uma águia vimos bem de perto.
Finalmente o caminho abriu novamente e foi possível avistar um farol em cima de um monte. Em seguida, a praia e o mar.
O visual da chegada é indescritível. Coqueiros para todo lado, cabanas com teto de sapê e um povo que até poucos anos atrás vivia descalço, segundo nos disse nosso barqueiro. As crianças só vestiam-se depois que viravam adolescentes.
O visual das direitas comendo lá atrás era sensacional. Chegamos bem na hora que as ondas estavam abrindo e rolavam vários tubos com baforada!
A galera ficou alvoroçada. Escolhemos uma palapa para deixar nossas coisas em frente à praia.
A palapa é como se fosse uma choupana com teto de sapê, onde servem um peixe com batatas e arroz.
Nos preparamos e fomos todos diretos pra dentro d´água, O Dê da Barra me disse que em sua primeira vez não havia o molhe de pedras, que hoje em dia já existe.
Para mim foi uma mão na roda, pois fui caminhando até ficar de frente com a onda. Desci até uma pedra próxima da água, esperei passar a série e me joguei no mar.
Ao chegar no pico, o Dê e o Hildson já estavam bem posicionados. Altas ondas, muita vibe e pouca gente na água, tipo paraíso.
Saí da água, retirei a câmera e subi no molhe para fazer umas imagens de cima das pedras. Voltei para a palapa e ao sabor de um peixe delicioso servido com arroz e um pouco de batatas admiramos durante uma hora as ondas quebrando lá no fundo, até que alguém se empolgou e todos resolveram voltar para a água.
Desta vez eu fiquei em frente à onda, regristando tudo de longe co minha lente. No final de tarde o Dê pegou um tubão alucinante, um dos melhores do dia!
O pôr-do-sol entre os coqueiros foi incrível. Ao lado oposto, a lua cheia já dava o ar da graça.
Voltamos para a palapa, onde nosso barqueiro ficou cuidando de nossas coisas. Tomamos mais umas cervejinhas geladas e juntamos nossas coisas para partir.
Saímos de barco à luz da lua cheia. O medo era bater em alguma árvore no mangue e do barquinho afundar, porém o nosso barqueiro conhecia como a palma da mão dele o caminho e acelerava dentro do canal escuro, que pouco era iluminado pela luz da lua, como estivesse em uma estrada iluminada!
Que dia foi esse? Altas ondas, todo mundo morto de cansaço dentro do carro, mas com o sentimento de que realmente havíamos voltado do paraíso.
Gracias caballeros!
Para saber mais sobre o trabalho de Anselmo “Cachorrão” Venansi, acesse Sua Foto de Surf.
