Recentemente, a revista Surfer propôs à WSL (World Surf League) a ideia de um circuito mundial para veteranos, assim, digamos, para o povo acima de 45 ou 50 anos.
Eu gosto da ideia. Não que eu seja saudosista, nada na linha do “bons tempos aqueles”, até porque estou me divertindo muito assistindo à molecada surfando espetacularmente bem. Mas acho que o surfe merece, sim, um circuito para masters e sêniors.
Eu diria que são várias as razões. Primeiro, porque em quase todos os esportes existe essa categoria para os veteranos. O circuito mundial de tênis existe para diversas idades. Em alguns países, campeonatos de dupla para acima de 80 anos. O basquete também tem os campeonatos nos clubes para os ‘velhinhos’. E assim a natação, o vôlei, o futebol e outros esportes.
Com o aumento da expectativa da vida, as pessoas estão mais saudáveis, cuidando-se bem melhor, exames em dia, menos cigarros e bebidas, exercícios constantes e alimentação adequada. Os caras de 60 anos hoje em dia estão em plena forma e, em muitos casos, ainda disputam torneios regionais de surfe.
No caso do surfe, seria uma oportunidade de revermos as estrelas do passado e para a molecada ter pelo menos uma noção da linha e estilo dos ídolos dos anos 1970 e 1980.
Na Sênior, tipos como Mark Richards, Barton Lynch, Martin Potter, Shaun Tomson, Tom Curren, Tom Carroll, Ross Clarke-Jones entrariam com tudo. Eles mais dezenas de outros surfistas da época que ainda estão em plena atividade.
E ainda sobra uma categoria Master para os Hobgoods, Parko, Kelly, Fanning (em breve), Taj Burrow, meia dúzia de havaianos bons, mais meia dúzia de californianos que andam sumidos, mais uma dúzia de australianos, enfim, um campeonato de peso mesmo.
Na verdade, eu defenderia um circuito brasileiro de masters e sêniors. Claro que é difícil encontrar patrocínio no Brasil até para os mais jovens, para amadores ou profissionais, mas, de repente, os próprios sêniors poderiam se organizar.
De novo, seria uma chance enorme para ver gente como Otávio Pacheco, Rico de Souza, Daniel Friedmann, Cauli Rodrigues, Picuruta Salazar, os irmãos do Tombo, Fred d’Orey, Ricardinho Toledo, Fabinho Gouveia, Davi Husadel, Teco Padaratz, Wagner Pupo, Tinguinha Lima, Dadá Figueiredo, Sergio Noronha, enfim, dezenas de outros.
Sim, eu sei que já existe um circuito para veteranos no Brasil. Mas é pouco divulgado, não tem o apelo necessário. Deveria ser Qualifying, administrado pela WSL e com os melhores partindo para o Mundial da categoria. Fazer um negócio bacana mesmo. A Surfer está certa em trazer essa ideia à tona. Acho que um circuito mundial master e sênior será mais legal do que o feminino. Muito mais legal.
Escambaus
#Bem, está chegando a hora. Já avisei, o CT vai pegar fogo no Taiti. Explico. Cada etapa até agora teve um surfista diferente como vencedor. Vários surfistas estão embolados nas primeiras colocações. E a etapa de Jeffreys criou uma enorme rivalidade entre muitos surfistas que querem a vingança – no bom sentido – principalmente os goofies.
#A brasileira Silvana Lima está voltando a se destacar no circuito mundial. Muito legal.
#Mais um parabéns para Phil Rajzman, agora campeão sul-americano de Longboard. Monstro! E a brasileira Atalanta Batista tornou-se tricampeã no mesmo torneio, em Huanchaco, Peru. Muito legal.
#A juizada pisando na bola de novo no Vans em Huntington Beach. Na segunda fase, os juízes deram uma nota gigantesca para o sul-africano Michael February, tirando Ian Gouveia do evento. Foi vergonhoso. Onda para nota 6.50, no máximo. Confiram lá no site da WSL.
#Vamos ficar atento aos critérios que os juízes vão estabelecer para Teahupoo. Será que só valerá tubos? Depende, claro, das condições do mar. Mas, e se acontecer o mesmo de Jeffreys? Acredito que eles vão segurar as notas 10 nessa etapa.