Posso parecer repetitivo, mas não. Sou apenas uma das inúmeras vozes que gritam contra a estúpida miopia de um mercado que não vê em Raoni um surfista capaz de representar qualquer marca.
O assunto voltou à pauta esta semana, depois de uma sincera entrevista dada pelo surfista ao site da revista Surfer Mag em que ele afirma, entre outras coisas, que não conseguirá comparecer a todas as etapas do circuito mundial por falta de grana. Entre as viagens de sonho e o leite da família, claro, Raoni fica com o leite da família.
Diante da omissão de quem poderia bancar o surfista e obter o retorno devido, os leitores decidiram agir por conta própria. Recebi um e-mail do André Castillo, de Porto Alegre, que trabalha na KingHost, empresa de hospedagem de sites que prefere investir sua verba de publicidade fora das chamadas mídias convencionais. Ele conversou com o gerente de marketing da firma, que achou boa a ideia de chamar Raoni para um papo sobre um possível apoio ou patrocínio. Já passei o contato de um cara que ajuda o Raoni e estou na torcida por um final feliz para surfista e empresa.
Outra iniciativa partiu do próprio fórum do Waves, na matéria que reproduziu trechos da última entrevista da Surfer Mag. O leitor Samuel Garcia propôs a criação de um fundo de ajuda a Raoni. Pede ao surfista que publique o número de sua conta e sugere que cada um deposite R$ 5, R$ 10 ou quanto puder.
“Eu apoio a ideia, que será inédita na história do esporte: “um atleta patrocinado por fãs… Vai ficar devendo uma prancha cheia de fotos de rostos anônimos. Vamos apoiar, galera”, escreveu Samuel, em defesa da ideia. Até a tarde desta quinta, o comentário dele já tinha sido curtido por mais 70 pessoas, tornando-se um dos mais populares do site.
Teve leitor que me escreveu e-mail para endossar a ideia de Samuel. Disse Fábio Dutra: “Surfista bancado por fãs? Achei a ideia muito interessante. Se já é rotina ter campeonatos e premiações com o voto dos fãs via internet (e até produções de filmes com o apoio financeiro de anônimos), por que não o surfista receber o real suporte dos seus fãs? Paradoxo deste país que acha que é de primeiro mundo. A informação da conta precisa ser dada pelo próprio atleta via alguma mídia de credibilidade. Que tal a Fluir ou site Waves? Raoni, esperança! ”
Não sei se conta seria o mecanismo mais adequado, mas um fundo de ajuda ao atleta, que pudesse ser acessado por qualquer pessoa física ou jurídica, é um caminho aberto e promissor para um futuro melhor para Raoni.
Diferentemente do que imaginam alguns, o mundo está cada vez mais colaborativo.
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