Mick Fanning

Canalizando tendências

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As proporções desta pranchinha de Mick Fanning são obviamente adequadas para ondas menores, de até 6 pés, como a maioria que temos pelo Brasil. Foto: Reprodução.

 

Há pranchas que criam tendências. Já havia reparado que as canaletas estavam ensaiando um retorno ao fundo das pranchas. Muita gente tem experimentado diferentes configurações de canaletas, mais visivelmente, há uns dois anos. Canaletão, largo, do meio da prancha até o fim da rabeta, quatro canaletas começando um pé a frente das quilhas, seis canaletas, só para citar as mais usuais.

 

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Talvez as diferenciadas pranchas do Tomo, com várias canaletas inusitadas, tenham ajudado nessa história, mas o fato de Mick Fanning ter vencido de forma irretocável a etapa da WSL em Jeffreys Bay, utilizando pelo caminho sua swallow larguinha com quatro canaletas, colocou o modelo em evidência. Criou tendência.

 

Segundo o shaper Zampol, que produz as DHD Surfboards aqui no Brasil, a vitória surtiu efeito. “Foi imediato. Logo após o evento já havia gente me pedindo esse modelo. Me passaram o arquivo lá da Austália e começamos a produzir na hora. Há uma enxurrada de pedidos por essa prancha de rabeta e bico mais largos do que o Mick Fanning costuma usar. Elas têm swallow raso e, claro, as quatro canaletas. Tenho certeza de que esse modelo com canaletas da DHD e outros modelos de outras marcas devem gerar um retorno das canaletas”, explica Zampol.

 

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Em seu ano sabático Mick Fanning tem experimentado pranchas fora de seu usual. Ele e seu shaper, Darren Handley da DHD, usam basicamente o mesmo rocker desde sempre, efetuando apenas mudanças sutis. Mick resolveu mudar um pouco os padrões. Até aqui, deu certo. Foto: Reprodução.

 

O Retorno – As canaletas surgiram numa época em que não havia o concave no fundo das pranchas. Elas ajudavam a criar aceleração, velocidade. Hoje há o concave e as canaletas, inseridas nesse concave, proporcionam um pouco mais de drive e velocidade. Mas Zampol lembra que essa prancha funciona muito bem em ondas lisas. Em mares picados, cheios de ondas crespas, fica mais difícil controlar. “Na busca de mais velocidade as canaletas ajudam o concave e as quilhas a projetarem a prancha, especialmente em ondas lisas”, conclui Zampol.

 

De todo jeito, para quem surfou com as monoquilhas canaletadas do século passado, sabe que são uma ótima opção para agregar ao quiver na busca de novas sensações e resultados práticos, dependendo do tipo de ondas em que você as utiliza. O modelo do Mick Fanning tem as seguintes medidas: 5’9″ x 18 7/8 x 2 5/16 – 26.8 litros, rabeta swallow e channel bottom.

 

 

Obs.: O site australiano da DHD oferece a possibilidade de encomendar uma prancha tão leve quanto a do tricampeão do mundo, tetracampeão de J-Bay, mas alerta que o tipo de glass aplicado àquela prancha é feito para alta performance e apresenta menor durabilidade em comparação com as pranchas de produção normal. Sim, pranchas mais leves são mais fracas, mas isso é assunto para outro post.