Fernando mostra o estrago feito pela caravela logo após o contato, em Maresias. Foto: Arquivo pessoal.

Nesta época do ano é comum o aparecimento das Caravelas, celenterado da espécie Phisalia caravela, popularmente conhecido como água-viva.

 

As lesões provocadas pelo seu contato são intensas dependendo da extensão atingida, espessura da pele e do estado fisiológico do animal.

 

Porém, são potencialmente graves, inclusive com vários óbitos registrados na literatura. Há muita controvérsia em relação ao tratamento e aos primeiros-socorros, porém, algumas recomendações são úteis e têm quatro grandes objetivos:

 

1 Minimizar o número de nematocistos (bolsas com a peçonha) inoculados na pele.
2 Diminuir os efeitos locais.
3 Aliviar a dor.
4 Controlar os efeitos sistêmicos.

 

Três semanas depois, o quadro piorou e exigiu tratamento adequado. Foto: Arquivo pessoal.

Durante o mês de julho, um caso ocorrido em Maresias chamou a atenção. “Mergulhei em cima de uma caravela e queimou minha perna, nariz e o braço direto inteiro. O perigo era choque anafilático, tive enjôo, febre alta e fiquei mal por três dias”, explicou Fernando, vítima do contato com a caravela.

 

Três semanas depois, ele conta como está o quadro. “A lesão piorou, estou fazendo tratamento no local, a dor é muito forte e o ferimento está em carne viva”, diz o surfista.

 

Portanto, seguem algumas dicas para amenizar o quadro após o contato.

 

1 Esforçar-se ao máximo para manter a calma e sair do mar o mais rápido possível.
2 Não tentar remover os tentáculos ainda dentro d´água.
3 Ao chegar na praia, fazer uma remoção cuidadosa dos tentáculos.
4 Não usar soluções alcoólicas como bebidas, perfumes, loção pós-barba e álcool propriamente dito, que pioram o quadro.
5 Existem relatos do uso de urina, mas isto não tem comprovação científica, o que contra-indica o procedimento.
6 Vinagre (ácido acético a 4 ou 6%) em alguns casos pode ajudar a desativar aos nematocitos.
7 Bicarbonato de sódio diluído a 50% pode ajudar a aliviar os sintomas.
8 O uso de analgésicos (novalgina ou tylenol é muito útil para aliviar a dor).
9 O uso de anti-histamínicos e corticóides orais diminuem as ações sistêmicas.
10 Anti-histamínicos e corticóides tópicos aliviam as reações locais.
11 Procurar sempre ajuda médica.

 

Mais informações podem ser obtidas no livro “Seres Marinhos Perigosos“, uma publicação brasileira muito interessante do biólogo Marcelo Szpilman e do médico David Szpilman.