Carlos Bahia busca patrocínio

Carlos Bahia, Maresias, São Sebastião (SP)

Carlos Bahia busca patrocínio para ir a Salvador. Foto: Daniel Smorigo.
Carlos Bahia se prepara para disputar a segunda etapa do Circuito Brasileiro Profissional de Longboard, que acontecerá entre os dias 1 e 3 de julho, na praia de Stella Maris, Salvador, Bahia. Com uma premiação de 20 mil reais neste evento, o atleta está otimista. “Tentei levantar uma grana para participar da etapa do Circuito Mundial na França, mas como infelizmente não vai acontecer, vou correr atrás de patrocínio para ir para a Bahia”, explica o longboarder baiano, radicado em Maresias, em São Sebastião, Litoral Norte de São Paulo.

 

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Bahia, como é chamado carinhosamente pelos amigos, surfava de pranchinha, mas nunca chegou a fazer uma final. Resolveu então, de brincadeira, correr alguns eventos no longboard. Os resultados foram aparecendo e com apenas quatro anos na categoria sendo três como profissional, já conta em seu currículo os títulos de campeão guarujaense (2003), tricampeão sebastianense (2001, 2003 e 2004), campeão catarinense (2003), 6º no ranking do profissional (2004); campeão por equipes do Festival Petrobrás 2004, onde faturou R$ 12 mil e 27º no Mundial em 2004, na França.

 

Carlos Bahia treina em Maresias. Foto: Daniel Smorigo.
Atualmente, na quinta colocação do ranking brasileiro profissional, o atleta sabe muito bem do esforço que é conseguir um bom apoio na categoria. “Conto com ajuda do energético Flyer Horse e de uma grande empresa do ramo alimentício. Nada grande, já que a empresa não é do segmento do surf. Eles me dão uma ajuda para correr os campeonatos, porém não paga todas as despesas”, analisa Bahia.

 

O atleta também conta ainda com o patrocínio da pizzaria A Firma, de Maresias. “São poucos os empresários de surfwear que olham para a categoria longboard”, desabafa. “Tenho um patrocínio de uma pizzaria, algo diferente. O empresário viu o meu potencial e acreditou em mim, no retorno que dou para ele”. Há nove anos em Maresias, onde conheceu o mar pela primeira vez, Bahia dá aulas de surf para se manter.

 

“Infelizmente falta incentivo de um patrocinador forte. Existe ainda um certo preconceito de determinadas marcas em relação ao longboard. Eu tento mostrar o potencial que a categoria possui, mas poucos empresários dão o devido valor”, lamenta. “Eu moro em Maresias e quando vou para São Paulo, gasto uma grana e muitas vezes perco o meu tempo conversando com profissionais que nem querem me atender”.

 

Carlos Bahia na etapa de abertura do brasileiro no Quebra Mar em Santos (SP). Foto: Divulgação.
Mesmo assim, Bahia se sente recompensado por tudo que o esporte trouxe para a sua vida. Ele sabe como é difícil ser um atleta no Brasil e relembra com emoção de um momento marcante. No ano de 2000, na etapa brasileira do Circuito Mundial de Longboard, na praia de Maresias, o surfista havaiano Bonga Perkings, ao término de sua bateria, deu a ele sua prancha. “Isso me incentivou muito, pois eu estava surfando com uma prancha que eram duas coladas uma na outra”, emociona-se.

 

Sempre bem humorado e com uma linha de surf fluida e perfeita, que chama atenção tanto dos juízes como do público, Carlos Bahia gosta mesmo é de ir até o bico. “Nos campeonatos esta é a minha manobra preferida”, esclarece. Este baiano de Ibicaraí, Sul da Bahia, faz parte da nova geração de longboarders brasileiros, muito bem respeitada e admirada em qualquer canto do planeta.

 

Com apenas 21 anos, ele quer melhorar cada vez mais a sua carreira. Reconhecendo que o ano de 2004 foi muito importante para a sua vida profissional, Bahia sabe que 2005 será um ano fundamental para ele. “Não tenho vergonha em dizer que já dormi várias vezes em palanques durante os eventos. Acredito que um dia aparecerá algum grande empresário que reconheça o meu potencial. Enquanto isso eu faço o meu trabalho que é surfar e mostrar resultados nos campeonatos”, prenuncia.

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