Décadas passadas

Castro Pereira dá sinal de vida

Castro Pereira

Castro Pereira fez história nas décadas passadas. Foto: Arquivo pessoal.

O camarada velho de guerra das baladas noturnas em terras baixas e dos tempos do tradicional Brasil Surf Renner, me manda um email pra dizer que está vivo e na ativa.

 

Castro Pereira é um desses caras de alma tranqüila, serena, doce, de poucas, porém, amigas palavras. De rosto curtido pelo sol e de pele marcada dos anos de beira de praia.

 

Bem longe de ser um malandro qualquer, um vagabundo, ou mesmo um autêntico rato de praia, estereótipo dado aos surfistas da época.

 

Castro era um agitador, organizava campeonatos locais, desbravou o surf gaúcho e foi pioneiro como repórter de surf no Brasil.

 

Engraçado é que esse verdadeiro contador de histórias nunca teve a sua contada e tão pouco recebeu por parte da mídia dita especializada, devida atenção.

 

Fez história nas ondas do rádio na Ipanema Fm logo no início dos anos 80, passando depois para a Rede Atlântida. Seus boletins diários, diretos das praias de Torres, mandados via orelhão, já que não existia a facilidade de um celular ou mesmo internet, eram aguardados como uma benção pelos fissurados surfistas da capital gaúcha e interior, distantes alguns bons quilômetros do mar. Para a surfistada que passava a semana na selva de pedra, Castrinho era sem dúvida a salvação!

 

Atualmente com 53 anos, mora em Guaíba, na região metropolitana de Porto Alegre, e hoje pouco freqüenta as competições, bem diferente do que acontecia nas décadas de 80 e 90, quando era figurinha fácil e parecia estar em todos os lugares ao mesmo tempo, sempre na maior vibração e com as últimas novidades na ponta da língua.

 

Castro resolveu sossegar de uns tempos pra cá, mas só um pouco, como ele mesmo diz, embora mantenha acesa a chama do surf.

 

Nesse momento se vira como pode, trabalhando numa revistaria encravada na capital gaúcha. A revistaria Big Culture é um pico que fomenta a cultura do surf local. Lá todos têm acesso ao mundo das ondas através de livros, revistas, jornais importados, além de acessórios para surf e skate.

 

Castro Pereira segue a vida e se mantém no rip, lendo os livros e conferindo as fotos dos jornais e revistas, sempre atualizado para quando um novo swell levá-lo novamente em direção ao mar.

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