Em pleno carnaval, as emissoras de TV mostraram em rede nacional (e internacional) cenas deprimentes da cidade do Rio de Janeiro.
Na terça feira (07/03), a lagoa Rodrigo de Freitas amanheceu coberta por 132 toneladas de peixes mortos, inclusive tainhas e robalos de até 12 kg. As causas são velhas conhecidas: esgoto lançado irregularmente na lagoa provocou a eutrofização das águas. Este fenômeno é caracterizado por uma proliferação desenfreada de algas e bactérias (que se nutrem da matéria orgânica proveniente do esgoto). À noite, na ausência de luz, elas retiram o oxigênio da água, fazendo com que os níveis se tornem críticos. Os peixes morreram sufocados, pois os teores de oxigênio dissolvido nas águas da lagoa chegaram a zero.
Como se não bastasse, em seguida uma “maré marrom” atingiu as praias da zona sul carioca, desde o Arpoador até a Barra. A mancha também foi identificada como esgoto, sendo que em Ipanema, foi detectada uma concentração de (acreditem!!) 2,4 bilhões de coliformes em 100ml de água, cerca de 2,4 milhões de vezes acima dos níveis máximos permitidos. Quer dizer, neguinho lá está literalmente nadando na merda…
Esta é uma situação vergonhosa para aquela que é considerada uma das mais belas capitais do mundo, senão a mais bela.
O pior é que agora ninguém assume a culpa, mas vejamos uma coisa: 1- Condomínios, indústrias e residências ligam seus esgotos irregularmente na rede pluvial ou diretamente em canais e valas… 2- Fiscalização inexistente ou omissa… 3- Órgão responsável pelo saneamento básico inoperante… 4- Sociedade não mobilizada, ignorando o problema… O resultado só pode ser esse que está aí. A gente fala, bate sempre na mesma tecla, mas ninguém escuta. Pois bem, agora a situação chegou nesse ponto. E isso é só uma amostra do que pode acontecer no resto do litoral do país.
Tomara que pelo menos tenham vergonha na cara para limpar as praias e recolocar o Rio no seu posto de Cidade Maravilhosa!