Circuito Mundial de Longboard ganha projeção

A partir de 2003 o brasileiro Renato Hickel assume o cargo de Tour Director da ASP

#Durante o OWLC (Oxbow World Longboard Championship), conversamos com o brasileiro Renato Hickel, de Florianópolis, Gerente de Projetos Especiais da ASP (Association of Surfing Professional) e head-judge desta etapa na praia do Rosa, que explicou sobre os critérios de julgamento utilizados atualmente e deu um panorama geral sobre a situação profissional do Longboard no mundo. Entre as novidades está a possibilidade de o Circuito acontecer com até 8 etapas em dois anos.

Como são baseados os critérios de julgamento atualmente, considerando a grande variação de idades e estilos no circuito, com alguns atletas bem radicais e outros mais clássicos?
O critério de julgamento do Longboard, de uns três anos pra cá, tem sido baseado na proporção 50% x 50%, que significa metade estilo clássico e metade estilo moderno. Justamente para beneficiar as duas principais diretrizes do Longboard mundial, os atletas mais velhos, que mostram mais o estilo clássico, e os mais jovens, que costumam ser mais radicais e estão subindo no ranking devido aos circuitos regionais de cada região da ASP, que culmina com este que é o evento final, o Oxbow. Também observamos que a utilização do critério varia de acordo com o local a ser realizado o evento. A Oxbow possui esse evento móvel e já esteve em diversos lugares do mundo como Hawaii, Califórnia, Ilhas Reunião, Ilhas Canárias e Austrália, e de acordo com as características do break a gente adapta os critérios de julgamento. Aqui no Rosa, por exemplo, é um beach-break (fundo de areia) e é o lugar ideal para se usar a combinação meio a meio, ou seja, mesclar o estilo clássico com o moderno. Eu espero ver uma grande apresentação de “nose ridings”, com os atletas executando os five e hang-tens, principalmente no outside da onda. Depois vem o inside aonde eles poderão aplicar as manobras mais modernas. Existem surfistas que não conseguem executar esse estilo mais moderno, e essa foi a razão de termos feito uma reunião entre os capitães das treze equipes, justamente para que eles incentivassem seus atletas ao máximo para tentarem executar essa combinação, porque é dessa forma que pretendemos julgar esse evento.

Você vê a possiblidade de ser criada uma divisão de idade no circuito, já que existe essa diferença entre os atletas?
Sim. O Circuito Mundial de Longboard está sendo estabelecido para o ano que vem, como foi definido na reunião de ontem (04/10). E isso aconteceu justamente para atender um pedido dos atletas, já há dois anos. Esse circuito já existiu no passado e foi extinto, ou resumido a uma prova, justamente por causa da dificuldade financeira dos atletas para acompanhar o circuito. Agora, com o aumento do mercado e o surgimento de marcas e veículos especializados em Longboard, o surfistas estão vislumbrando o retorno desse circuito, que é o que a gente tenta implantar ano que vem. Esse circuito se firmando até 2002, esse é o projeto, devemos ter quatro provas ano que vem, no próximo seis e 2003 com oito provas. Dessa forma, sem dúvida teremos condições de separar as categorias, como existe no evento Mundial de Masters, que está acontecendo simultaneamente a esse, em Lafitania, na França. Lá temos duas categorias, uma até 45 anos e outra acima de 45, justamente para separar o atleta recém-aposentado daquele que já parou há mais tempo. E é o que devemos fazer com esse circuito. Já existiu essa discussão entre os próprios atletas aqui nessa etapa. Basta o circuito se firmar.

Qual é a relação entre esse evento e o Mundial de Masters, que está acontecendo na França?
A princípio nenhuma. Não passou de coincidência das datas por conta do calendário apertado que tivemos esse ano com o WCT (World Championship Tour). Só para se ter uma idéia, essa semana também estava marcada a etapa do Japão. E uma das razões para eu e outros juízes do WCT estarmos presentes aqui é o fato dessa etapa (japonesa) ter sido cancelada, então pudemos alocar juízes para os dois eventos (Oxbow e Masters). Mas para participar do Master tem que ser convidado, e esse convite segue baseando-se em um ranking pré-estabelecido pelos resulatdos passados na IPS e ASP, caso algum atleta não aceite o convite o subsequênte tem a chance de participar. Não tenho certeza se existe algum surfista aqui que poderia participar do Mundial de Masters.

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