Essa é a história de um campeonato em Off the Wall, pico localizado no North Shore da ilha de Oahu. A pilha começou a partir da ligação de Jean Ferreira, dizendo que no próximo sábado rolaria um evento OTW. Quase não botei fé na notícia.
Chegou sabadão com tempo meio chuvoso, acordei e fui checar o mar. A queda foi em OTW, junto com Magno Oliveira, Jeffinho, e Ricardo Motta. Marolas divertidas e previsão do mar subir até o fim de tarde.
Foi quando começou a movimentação na areia. Muita gente chegando, barracas e cada vez mais gente.
Percebi que era realidade, ia rolar o primeiro campeonato da história em OTW – pelo menos nos últimos 10 anos. Com as ondas estavam melhorando, a equipe Brazuca ficou pronta pra competição. Resolvi ficar e ver mais um evento animal.
Jean e Magno botaram pilha e juntei a eles na competição. Após doze anos sem competir, essa seria uma experiencia maneira: competir contra a nova geração de bodyboarders havaianos em Off the Wall.
Começa o campeonato e também as surpresas: não teriam juizes, seríamos julgados pelo público presente. Era só chegar junto e opinar. No final, vencem os mais votados.
Fui o primeiro brasileiro a cair no mar, as ondas aumentando e melhorando. Caí junto com o queridinho da ilha de Oahu, Jacob Romero, Jacob Reeves e mais um havaiano que não conheco. Bateria disputada, mas passei em primeiro.
Na outra bateria, Maguinho veio destroçando tudo pela frente, despachando nomes de peso como o irmão de Jacob Romero. Maguinho perdeu a vergonha, sempre coloquei muita fé no seu potencial como freesurfer, mas nunca acreditei muito nesse estilo competidor.
Confesso que tenho ficado chocado em como seu surf amadureceu nos últimos dois anos. Ele era “o cara” do evento, surfava muito melhor que os outros. Primeira bateria ele venceu de forma facil.
Jean Ferreira, que já foi campeão americano, é também experiente no Hawaii, infelizmente, não conseguiu uma segunda onda, precisava de uma nota regular mas a onda não veio.
Depois da primeira fase começaram os problemas. Com o mar melhorando e subindo sem parar, vários locais invadiram a área de competição. Na bateria que perdi, fui rabeado duas vezes, perdi a nadadeira e pra piorar, colocaram cinco atletas na água. Um deles perdeu pro Magno na primeira bateria.
Fiquei em terceiro e estou feliz em ver que o tio Duda ainda pode dar um suadouro na galera. Mago quebrou muito nas quartas e seguiu para a semi. Foi aí que resolveram frear o “the killer” (como é conhecido no agora no Hawaii).
Foi um bom evento, aconteceram problemas: Maguinho sofreu discriminação antes do inicio de sua bateria semifinal e eu fui rabeado nas quartas. Isso sem falar nos atletas que ressucitaram durante o evento.
Mas tá valendo, foi a primeira prova de bodyboard em OTW e rolaram altas ondas. Foi muito bom representar novamente o Brasil. Fiquei em quinto e Maguinho em terceiro. Se a categoria Master virar moda aqui no Hawaii, vou tirar a lycra do armário.