John Kay & Steppenwolf

Contracultura revisitada

John Kay

Banda norte-americana John Kay & Steppenwolf faz dois shows no Brasil. Foto: Divulgação.

As apresentações de John Kay & Steppenwolf foram canceladas.

 

John Kay, vocalista da banda norte-americano John Kay & Steppenwolf, concedeu uma entrevista exclusiva ao site Waves. O cantor, que faz duas apresentações no Brasil a partir de 11 de agosto, fala sobre a história da banda e demonstra estar bem informado sobre o momento político que vivemos no país.

 

O Waves vai sortear quatro pares de ingressos para o show de São Paulo (SP), que acontece no próximo dia 11 de agosto no HSBC Brasil.


Para concorrer, basta curtir a nossa página no Facebook e comentar no post da promoção “Por que você merece ir ao show do John Kay & Steppenwolf”.


Os autores das quatro respostas mais criativas levam um par de ingressos. Vale lembrar que esta promoção é valida somente para moradores da cidade de São Paulo (SP). 


Os vencedores serão divulgados no dia 2 de agosto, sexta-feira, e os ingressos devem ser retirados na sede do Waves e da Fluir, no Brooklin, São Paulo.


Steppenwolf, banda formada em 1967 em Los Angeles, Califórnia (EUA), sempre foi um dos maiores ícones do rock mundial. Entre seus maiores clássicos, está a música Born to Be Wild, trilha do filme Easy Rider, que continua até hoje a ser um clássico dos motociclistas e da contracultura.

 

Você já veio ao Brasil? O que você espera dos fãs brasileiros? Quantos shows estão programados para sua passagem pelo país?

 

Já viemos três vezes para o Brasil. A última visita ao país foi em 2007, quando tocamos em Brasília (DF) e São Paulo (SP). O público brasileiro é muito empolgado e cheio de energia. Já tocamos em 54 países, cada lugar tem uma atmosfera própria. Neste tour serão duas apresentações, uma em Curitiba (PR) e uma em São Paulo (SP).

 

Conte um pouco da história da banda.

 

Para contar sobre a banda, preciso contar um pouco da minha história. Nasci em 1944, durante a segunda guerra mundial, na então Alemanha, hoje Rússia. Meu pai, um soldado, morreu  em uma batalha dois meses antes de eu nascer. Com o avanço das tropas soviéticas, minha mãe se viu forçada a fugir para o Oeste, até emigrarmos para Toronto, Canadá, onde ganhei minha primeira guitarra.

 

Em 1963, nos mudamos para os Estados Unidos. Comecei a tocar blues em cafés e casas de shows pelo país. Em 1965, montei a banda The Sparrows, que mais tarde viria a tornar-se Steppenwolf. Nos anos 70, nos separamos e alguns ex-integrantes começaram utilizar o nome Steppenwolf indevidamente, prejudicando a imagem da banda. Montei uma nova formação e mudamos o nome John Kay & Steppenwolf. Temos tocado juntos desde então.

 

E como é estar há tanto tempo na estrada?

 

É muito difícil. Você não pode deixar este tipo de vida acabar com você. É muito fácil ficar entediado por fazer tantos shows, começar a beber e não se alimentar bem. Você não dorme bem, não se exercita direito. Quando me casei, comecei a ter uma vida mais caseira, me alimentar e dormir melhor e a me exercitar direito. Pode-se dizer que comecei a ter uma vida mais “chata” (risos).

 

Sua música esteve sempre muito ligada ao mundo dos motociclistas, a música Born to Be Wild foi trilha sonora do filme Easy Rider (Sem Destino), um clássico da cultura motociclística. Você espera encontrar este tipo de fãs no Brasil?

 

Para nós, cada show é uma verdadeira surpresa. A comunidade de motociclistas sempre nos apoia muito e, graças à música Born to be Wild, ganhamos o mundo. Mas, apesar de eles serem uma audiência muito querida, outro público que sempre esteve presente em nossas apresentações são os jovens dos anos 60, pessoas que como nós, eram contrárias à guerra do Vietnã. Principalmente os fãs de Monster, nosso disco mais politizado.

 

Como é sua relação com o surf?

 

Eu vivo na Califórnia, EUA, um lugar repleto de surfistas (risos). Desde criança tenho um sério problema de visão, não posso nem mesmo tirar carta de motorista, muito menos surfar. O som do Steppenwolf nunca teve influência de surf rock, como Dick Dale ou Beach Boys. Minha principal fonte de inspiração sempre foi o Chicago Blues, artistas como Muddy Water e Howlin’ Wolf.

 

Quais os projetos atuais?

 

Nosso último disco foi lançado em 1996. Hoje em dia preferimos tocar músicas que as pessoas já conhecem e amam. Eu ainda escrevo músicas, mas não necessariamente para serem tocadas pelo Steppenwolf, escrevo as músicas para mim.

 

Alguma mensagem final para o público brasileiro e às pessoas que vão assistir ao show?

 

Quero que eles saibam que estou ciente do descontentamento dos brasileiros com o governo, os políticos e a corrupção. Eu aplaudo a vontade das pessoas de dizer como elas se sentem e o que elas querem. Mas gostaria dizer que condeno a violência, que pode desvalorizar um movimento autêntico. Acredito que um movimento sem liderança pode culminar no caos, por isso deve-se ter cuidado.

 

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