Convidado é dono da festa em Pipeline

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Nem só de esquerdas vive um local de Pipeline. Desta vez, Jamie O’Brien sai de fininho pela porta dos fundos. Foto: Bruno Lemos / Lemosimage.com.

Os havaianos fizeram a festa pelo terceiro ano consecutivo no encerramento da temporada em Banzai Pipeline.

 

Desta vez não foi com Andy Irons, mas pela decisão do Rip Curl Pro Pipeline Masters totalmente dominada por surfistas locais e com todos os finalistas comemorando alguma conquista nos tubos fantásticos de 2 metros no último domingo.

 

O convidado da Rip Curl, Jamie O’Brien, 21 anos, foi o mestre dos tubos na grande final e faturou o prêmio máximo de US$ 30 mil.

 

O veterano Sunny Garcia, 34, terminou em segundo lugar e confirmou seu sexto título na Tríplice Coroa Havaiana. E o terceiro e quarto

O veterano Sunny Garcia comemora seu sexto título da Tríplice Coroa Havaiana. Foto: ASP World Tour / Tostee.
colocados, Kalani Robb e Bruce Irons, respectivamente, garantiram suas permanências na elite do surfe mundial.

 

O pernambucano Paulo Moura representou muito bem o Brasil e só foi barrado nas semifinais, conquistando um brilhante quinto lugar nos tubos de Pipeline.

 

Porém, seu conterrâneo Bernardo Pigmeu acabou ficando de fora da lista dos 15 que sobem pelo WQS e seis brasileiros vão disputar o ASP World Championship Tour 2005.

 

Sua saída se deu com o quarto lugar do havaiano Bruce Irons, que o levou para dividir o posto de melhor estreante da temporada com o carioca Raoni Monteiro na 23a colocação do ranking.

 

Com isso, tirou Richard Lovett do grupo dos 27 que são mantidos na elite mundial pelo WCT e o australiano precisou usar a vaga garantida com a nona posição no WQS, tirando o pernambucano Bernardo Pigmeu da lista dos 15 que sobem pela divisão de acesso.

 

Sendo assim, a única novidade do Brasil em 2005 será o paulistano Renan Rocha, que retorna ao WCT depois de dois anos de ausência. Peterson Rosa (PR), Paulo Moura (PE), Raoni Monteiro (RJ), Neco Padaratz (SC) e Marcelo Nunes (RN), garantiram suas permanências, mas Guilherme Herdy (RJ), Victor Ribas (RJ) e Armando Daltro (BA) não conseguiram confirmar suas vagas em nenhuma das duas listas classificatórias.

 

O número de apenas seis brasileiros é o menor desde a segunda edição do formato de duas divisões no circuito mundial, implantado em 1992. O Brasil já chegou a ter onze representantes no WCT e em alguns anos até ultrapassou a quantidade de norte-americanos, ficando atrás somente da maior potência do esporte, a Austrália. Essa também é a primeira temporada que o Brasil não apresenta nenhuma cara nova.

 

Pelo menos, o Brasil pode comemorar sua volta ao seleto grupo dos Top 16 da ASP, o que não acontecia desde o sétimo lugar do paranaense Peterson Rosa em 2001. O próprio Peterson agora conseguiu atingir seu objetivo que era terminar entre os dez primeiros colocados e foi exatamente o décimo melhor surfista da temporada 2004.

 

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Paulo Moura representou muito bem o Brasil na mais respeitada onda do circuito, terminando na quinta colocação. Foto: Bruno Lemos / Lemosimage.com.
O pernambucano Paulo Moura também chegou perto e ficou em 17o lugar na classificação geral, com a mesma pontuação dos australianos Dean Morrison e Phillip MacDonald.


“Eu estou muito feliz com este ótimo resultado aqui nos tubos de Pipeline”, disse Paulo Moura. “Esta é uma das minhas ondas favoritas no mundo e chegar numa semifinal aqui é muito difícil. Fiquei em quinto lugar num evento competindo com surfistas mestres aqui, como o Sunny, o Kalani, o Kelly Slater, o Bruce Irons. Foi realmente um grande fim de ano para mim”, comemorou Moura, que encabeçou a lista dos brasileiros no ranking mundial durante a maior parte do ano.

 

No domingo, ele entrou duas vezes para

Terceiro colocado, Kalani Robb garantiu sua permanência na elite do WCT em 2005. Foto: ASP World Tour / Karen.

competir no templo sagrado do esporte, inclusive no primeiro confronto do dia, quando despachou os australianos Luke Egan e Toby Martin para passar atrás do havaiano Sunny Garcia.

 

Já na semifinal só conseguiu pegar duas ondas durante toda a bateria e ainda arrancou nota 8,83 em mais um belo tubo em Pipeline, porém foi superado novamente por Garcia, que passou em segundo lugar com duas notas na casa dos 7 pontos.

 

Desta vez, quem dominou os tubos foi Kalani Robb, que venceu a disputa com notas 9,6 e 8,0, com o norte-americano Tim Curran terminando em último lugar.

 

Curran tinha recebido a primeira nota 10 na segunda bateria do dia e no confronto seguinte Kelly Slater e Bruce Irons também ganharam suas segundas notas máximas no Rip Curl Pro Pipeline Masters e avançaram juntos para as semifinais.

 

O havaiano manteve o ritmo e seguiu como favorito para a decisão com mais um show nos tubos, tirando nota 8,5 em sua primeira apresentação, 9,5 na terceira e 8,3 na quinta das seis ondas que pegou na bateria.

 

Kelly Slater começou com uma nota 8, mas foi a única onda boa que pegou e acabou em último lugar, sendo eliminado junto com o também norte-americano Cory Lopez pelo jovem havaiano Jamie O’Brien, que arrancou um 9,57 dos juízes num tubão que pegou em sua última onda.

 

Na grande final, enquanto Sunny Garcia, Kalani Robb e Bruce Irons escolheram as direitas do Backdoor, O’Brien ficou sozinho nas esquerdas de Pipeline e garantiu a vitória logo no início da bateria, principalmente depois da nota 9,97 que recebeu num tubo espetacular que foi ovacionado pela grande torcida que compareceu para assistir o último dia de disputas do circuito mundial de 2004.

 

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Jamie O-Brien, campeão do Rip Curl Pro Pipeline Masters 2004. Foto: ASP World Tour / Tostee.
Na soma das duas melhores ondas que são computadas, o campeão Jamie O’Brien somou 17,97 pontos, contra 13,64 de Sunny Garcia, 11,33 de Kalani Robb e 10,37 de Bruce Irons.

 

“Isso é fantástico. Nem posso acreditar que consegui realizar meu sonho com apenas 21 anos de idade. Obrigado a Rip Curl, a todos os meus amigos e aos caras na final”, agradeceu Jamie O’Brien.

 

“Eu imaginei que eles iam tentar as direitas, assim eu fiquei sozinho nas esquerdas e as ondas vieram para mim. Aquele 9.97 foi incrível. Eu não podia acreditar e fiquei muito emocionado. Desde que eu era criança,

Kelly Slater ficou em sétimo no Pipe Masters e foi terceiro colocado no ranking final do WCT. Foto: ASP World Tour / Tostee.
sempre vinha aqui ver o campeonato e estou amarradão em colocar meu nome na lista do Pipe Masters, junto com grandes campeões do passado, que eu via a cada ano. Este é o melhor sentimento para mim”.

 

Quem também comemorou bastante, apesar do quinto vice-campeonato em Banzai Pipeline, foi o veterano Sunny Garcia, que no ano passado teve que se submeter a uma cirurgia no joelho e agora fecha a temporada com o sexto troféu de campeão da Tríplice Coroa Havaiana.

 

“Eu fiquei fora um ano inteiro depois da cirurgia e só ficar assistindo a Tríplice Coroa no ano passado foi muito duro para mim. Minha principal meta este ano era estar pronto para isso outra vez e ainda vencer de novo foi realmente incrível. Eu tenho sempre dito que os havaianos são os melhores surfistas do mundo e acho que nós mostramos isso hoje aqui”, falou Sunny Garcia, que faturou um prêmio extra de US$ 10 mil e ainda levou uma picape Ford Ranger pela conquista da Vans Triple Crown of Surfing 2004.

 

Rip Curl Pro Pipeline Masters

 

1 Jamie O’Brien (Haw) 17.97 US$ 30 mil

2 Sunny Garcia (Haw) 13.64 US$ 16 mil

3 Kalani Robb (Haw) 11.33 US$ 11 mil

4 Bruce Irons (Haw) 10.37 US$ 9 mil

5 Paulo Moura (Bra)

5 Cory Lopez (EUA)

7 Tim Curran (EUA)

7 Kelly Slater (EUA)

 

Ranking Final WCT 2004

 

1 Andy Irons (Haw) 7.824 pontos
2 Joel Parkinson (Aus) 6.588
3 Kelly Slater (EUA) 6.444
4 CJ Hobgood (EUA) 6.108
5 Luke Egan (Aus) 5.760
6 Taj Burrow (Aus) 5.724
7 Nathan Hedge (Aus) 5.688
8 Sunny Garcia (Haw) 5.172
9 Damien Hobgood (EUA) 5.124
10 Peterson Rosa (Bra) 5.076
17 Paulo Moura (Bra) 4.692
23 Raoni Monteiro (Bra) 4.332
28 Neco Padaratz (Bra) 4.200
32 Victor Ribas (Bra) 3.888
33 Guilherme Herdy (Bra) 3.816
36 Marcelo Nunes (Bra) 3.648
41 Armando Daltro (Bra) 3.384