Paranaense Nathalie Martins decola no Circuito Petrobras 2005. Foto: Rick Werneck. |
Sim, porque as meninas já estão dropando morras, dando cutbacks redondos, rabetadas fortes, batidas retas, completando aéreos e, acredite se quiser, cravando a borda nas manobras.
É isso mesmo que eu disse, cra-van-do-a-bor-da!!! E com muita pressão, jogando sprays d’água com um surfe cada vez mais agressivo e bonito de se ver.
Carioca Isabela Lima: quanto maior, melhor. Foto: Rick Werneck. |
Por ter um ambiente próprio para elas e por não estarem sujeitas aos olhares atravessados dos surfistas, muito comum nos campeonatos mixtos, elas parecem não ter medo de extrapolar os limites e tentar novas manobras.
E se vocês acham que estou falando das nacionalmente conhecidas e consagradas Andrea Lopes, Tita Tavares, Jaqueline Silva, Juliana Guimarães, Tais de Almeida, Alcione Silva, Alessandra Vieira ou Suelen Naraisa, preparem-se para uma grata surpresa.
Atrás da verdadeira revolução gerada pelo surfe de linhas ultramodernas da cearense Silvana Lima, segue uma lista de novas surfistas que não pára de surpreender a cada etapa do circuito mais feminino do planeta.
Nomes como Diana Cristina (PB), Gabriela Teixeira (RJ), Leila Eustáquio (SP), Luana Coutinho (SP), Nathalie Martins (PR), Monique Santos (PE) e Jéssica Marques (SP) estão traçando linhas pra lá de bonitas, pra cima e pra baixo de nosso litoral.
Elas têm até um “projeto de big rider”, a pequena Isabela Lima (RJ), de apenas 11 anos – com experiências em ondas costarriquenhas e peruanas – que deixou a praia de Itamambuca boquiaberta, ao dispensar a presença do pai como caddy durante a primeira etapa do circuito de 2005.
Belinha entrou sozinha num mar de 2 metros quebrando “lá fora” para enfrentar adversárias mais velhas numa categoria acima da sua. Detalhe: passou duas fases, só perdendo no dia seguinte, quando o mar baixou.
E a renovação não pára. Na categoria Grommets, para surfistas até 12 anos, a estreante Maria Vitória (SP) saiu do anonimato, fez jus ao nome e traçou um caminho repleto de batidas e rabetadas até levantar o caneco da primeira etapa de 2005. Essa promete.
Como testemunha da renovação dos últimos quatro anos, eu me pergunto: quantas mais não estarão detonando as ondas por aí, sem o apoio necessário para poder participar deste campeonato que elas tanto merecem?
O Circuito Petrobras viabiliza o surfe feminino de uma forma inimaginável até poucos anos atrás. É o ponto de referência de um monte de sonhos cor de rosa.
Por ter as categorias Grommets, Mirim, Open e Profissional, além da Longboard, o circuito integra amadoras e profissionais de 8 a 30 e tantos anos, unindo presente e futuro num mesmo espaço. Convivência valiosa!
A próxima etapa acontece nos dias 2, 3 e 4 de setembro, em Itacaré (BA), e merece uma conferida. As meninas devem lutar pra preservar este evento, conquistado à base de muito esforço.
Se eu fosse elas, faria uma campanha para a familia inteira só abastecer nos postos BR.
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