SuperSurf Internacional

Damien domina tempestade

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Damien Hobgood anota maior somatório em dia com rajadas de vento superiores a 50 km/h. Foto: Daniel Smorigo / ASP South America.

Miguel Pupo passa sufoco no outside, mas avança ao quarto round na praia da Vila. Foto: Daniel Smorigo / ASP South America.

O norte-americano Damien Hobgood foi o grande destaque deste sábado do SuperSurf Internacional 2011, etapa de nível Prime da divisão de acesso para o World Tour que acontece até este domingo na praia da Vila, Imbituba (SC).

 

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Em ondas de até 2,5 metros e bastante mexidas por causa do vento Sul, Damien anotou o maior somatório do dia no duelo da oitava bateria da terceira fase contra o australiano Yadin Nicol.

 

O norte-americano, que já foi campeão da etapa brasileira do World Tour em 2005 e vice em 2006, superou o aussie pelo placar de 16.20 a 14.77 em uma das disputas mais equilibradas do sábado.

 

Damien trabalhou muito bem de frontside para conseguir notas 7.53 e 8.67 em duas esquerdas rabiscadas até a beira da praia. Yadin, dono da única nota 10 do evento, reagiu com notas 7.67 e 7.10, mas precisava de um 8.54 e não conseguiu reverter o placar.

 

“Yadin foi um dos melhores surfistas deste evento. Fiz uma final contra ele em Margaret River (Austrália) esse ano e venci. Acho que tive uma pequena vantagem, pois já vim aqui várias vezes e de certa forma sei como a onda se comporta”, afirma Damien, que lembrou do duelo contra o bicampeão mundial Mick Fanning na final do WT de 2006 na mesma praia da Vila.

 

“Essas condições me lembram a final que fiz aqui com o Mick Fanning, onde eu fui literalmente massacrado. Ele tirou um 9.00 e acho que um 7.00. Eu só tive notas baixas. Acabei lembrando um pouco daquela bateria, pela dificuldade do mar e de se achar as ondas. Sorte que dessa vez o final foi diferente e eu consegui avançar”, lembra Damien.

 

Outro grande destaque do dia foi o paulista Miguel Pupo. No duelo de gerações contra o catarinense Neco Padaratz, Miguel anotou a maior nota do dia, 8.83, em uma esquerda manobrada até o inside. O jovem paulista, que mudou de prancha pouco antes de entrar na bateria, ainda somou um 6.13 para derrotar o catarinense por 14.93 a 12.13.

 

“A bateria foi muito difícil. Para você ter ideia, nem vi o Neco no outside. Essa prancha é shapeada pelo meu pai (Wagner Pupo), de tamanho 6’1”. Vi o Damien surfando com uma prancha maior e acabei trocando a minha justamente por causa dele. Deu certo e graças a Deus consegui avançar”, conta Miguel, que no final da bateria ainda passou um verdadeiro sufoco ao ser jogado nas pedras do canto esquerdo pela correnteza na Vila.

 

“A corrente estava muito forte. Teve um momento que entrou uma série grande e eu estava do lado da pedra. Mas mantive a calma, remei para o fundo e torci para alguém me resgatar (risos)”, conta o atleta, que pediu auxílio do jet-ski para voltar ao inside e foi atendido em poucos minutos pela equipe de salvamento.

 

O paulista Gabriel Medina também se deu bem em outro duelo brasileiro do quinto dia do SuperSurf Internacional. Na nona bateria da terceira fase, o atleta surfou com muita velocidade e deixou o catarinense Tomas Hermes precisando de combinação de notas para vencer.

 

Medina levou vantagem de frontside nas esquerdas da Vila e anotou notas 7.70 e 7.17 com boas batidas e longos cutbacks. Tomas achou uma boa direita e conseguiu 4.27, mas no final pecou na escolha das ondas e terminou com apenas 6.94 no somatório.

 

Nos minutos finais, o paulista ainda teve tempo de levantar a torcida na tentativa de um aéreo 540° sem as mãos, mas não obteve sucesso na aterrissagem. “Lá fora está muito vento, muito mexido. Quase consegui completar aquele aéreo, mas seria mais fácil se o vento estivesse só um pouquinho mais fraco”, fala Medina. 

 

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Destaque no sábado, Gabriel Medina arrisca aéreo impossível e quase completa. Foto: Daniel Smorigo / ASP South America.

Tom Whitaker compete em condições extremas. Foto: Daniel Smorigo / ASP South America.

Condições extremas O forte vento Sul não deu trégua em nenhum momento deste sábado durante a terceira fase do SuperSurf Internacional 2011. Um ciclone encostou forte no litoral Sul de Santa Catarina e trouxe rajadas de vento superiores a 50 km/h.

 

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“Eu nunca vi nada parecido com isso. Muito vento, frio e ondas grandes lá fora. Com certeza foi a condição mais desafiadora em que eu já competi”, diz o aussie Tom Whitaker, que derrotou o brasileiro Bernardo Pigmeu na terceira bateria do dia.

 

O carioca Raoni Monteiro venceu o conterrâneo Yuri Sodré no primeiro duelo do terceiro round, quando o vento soprava um pouco mais fraco e as ondas quebravam em torno de 1,5 metros na Vila. “É bem difícil surfar contra este vento. Mas pelo menos tem ondas. Competidor tem que estar preparado para qualquer tipo de onda e qualquer tipo de mar”, opina Raoni.

 

Já o paulista Hizunomê Bettero garantiu classificação à quarta fase do evento depois de derrotar o australiano Benn Dunn por 12.00 a 6.40 em uma bateria disputada em condições difíceis. O brasileiro achou as poucas ondas boas e garantiu sua classificação no próximo round, em que ninguém é eliminado da competição.

 

“Não dá para escutar o placar, nada. Então procurei escolher as melhores ondas possíveis, com alguma parede. Nestas condições às vezes não é necessário fazer um high score, porque o adversário também tem dificuldades. É melhor se garantir aos poucos. Não tem tática nenhuma”, afirma Hizunomê.

 

Outro brasileiro que garantiu vaga na quarta fase, bateria de três atletas em só o primeiro garante classificação às quartas-de-final, foi o catarinense Ricardo dos Santos. Ricardinho venceu o duelo contra o havaiano Granger Larsen pelo placar de 10.33 a 7.96.

 

O SuperSurf Internacional 2011 é válido como etapa Prime da divisão de acesso para o World Tour. O evento distribui 6.500 pontos para o vencedor no ranking unificado da ASP, além de US$ 250 mil de premiação total, sendo US$ 40 mil para o campeão da disputa na praia da Vila.

 

Uma nova chamada acontece neste domingo às 7 horas (horário de Brasília). Clique aqui para ver o evento ao vivo.


Resultado da terceira fase do SuperSurf Internacional 2011

 

1 Raoni Monteiro (Bra) 12.67 x 11.40 Yuri Sodré (Bra)
2 Mason Ho (Haw) 11.34 x 8.23 Jessé Mendes (Bra)
3 Tom Whitaker (Aus) 14.00 x 9.60 Bernardo Pigmeu (Bra)
4 Hizunomê Bettero (Bra) 12.00 x 6.40 Ben Dunn (Aus)
5 Gabe Kling (EUA) 13.04 x 12.33 Wiggolly Dantas (Bra)
6 Ricardo Santos (Bra) 10.33 x 7.96 Granger Larsen (Haw)
7 Royden Bryson (Afr) 10.83 x 6.56 Austin Ware (EUA)
8 Damien Hobgood (EUA) 16.20 x 14.77 Yadin Nicol (Aus)
9 Gabriel Medina (Bra) 14.94 x 6.94 Tomas Hermes (Bra)
10 Dylan Graves (Pri) 11.54 x 10.90 Leonardo Neves (Bra)
11 Miguel Pupo (Bra) 14.96 x 12.13 Neco Padaratz (Bra)
12 Richard Christie (Nzl) 14.87 x 13.34 Jay Quinn (Nzl)

Baterias da quarta fase

 

1 Raoni Monteiro (Bra), Mason Ho (Haw) e Tom Whitaker (Aus) 

2 Hizunomê Bettero (Bra), Gabe Kling (EUA) e Ricardo Santos (Bra)

3 Royden Bryson (Afr), Damien Hobgood (EUA) e Gabriel Medina (Bra)

4 Dylan Graves (Pri), Miguel Pupo (Bra) e Richard Christie (Nzl)