Judoca de ouro

Danielle conquista as feras

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Danielle Zangrado exibe medalha de ouro, ao lado de Picuruta Salazar e Rico de Souza. Foto: Fábio Maradei / FMA Notícias.

Ainda curtindo a medalha de ouro conquistada nos Jogos Pan Rio 2007, judoca santista Danielle Zangrando aproveita folga nos treinos para aprender um pouco mais de outro esporte que é apaixonada, o surf.

 

Os professores não poderiam ser melhores, os experientes Rico de Souza e Picuruta Salazar. Apesar das ondas pequenas e da água gelada, Dani teve bom desempenho no Quebra-Mar, Santos (SP).

 

O encontro entre os três grandes nomes do esporte brasileiro serviu para confirmar a participação da judoca no Earthwave Festival de Surf Ecorodovias, que também acontece no Quebra-Mar, entre os dias 31 de agosto e 2 de setembro.

 

Um deles, a tentativa de quebra de recorde do maior número de pessoas surfando uma mesma onda, onde Danielle será uma dos destaques. ?Eu ainda estou aprendendo e no surf sou faixa branca?,

Danielle Zangrando se diverte nas marolas do Quebra-Mar, Santos (SP). Foto: Fábio Maradei / FMA Notícias.

brinca a judoca.

 

?Sempre gostei do surf e ganhei um funboard do meu namorado há dois anos. De vez em quando eu brinco no litoral Norte de São Paulo?, comenta Danielle.

 

No mar, a primeira medalhista de ouro do Brasil em Jogos Pan-Americanos, na categoria até 57 quilos, mostrou atitude e logo em sua primeira tentativa ficou em pé.

 

As condições foram ideais para uma aula, com ondas pequenas e mar calmo. Dani gostou muito da aula especial.

 

?Foi maravilhoso e uma honra. O Picuruta e o Rico são pessoas que eu já admirava. Eu sempre tive vontade de aprender a surfar e, é claro, que nunca vou chegar ao nível deles, mas ter uma aula com os dois foi ótimo. Eles são nota dez?.

 

Na aula, os dois professores usaram uma estratégia especial para motivar a aula. No momento do drop, eles gritavam para ela ficar em posição de luta, como se a adversária quisesse derrubá-la.

 

?Na hora que o Rico falou para fazer posição de luta, ela ficou em pé e parecia que estava no tatame pronta para ganhar outra medalha de ouro?, destaca Picuruta, que mantém uma escolinha de surf no Quebra-Mar.

 

Mesmo com a agenda lotada e já pensando no mundial de judô, no Rio de Janeiro, em setembro, Dani confirmou que participará da tentativa da quebra de recore durante o festival.

 

?O Rico e o Picuruta me convidaram e essa é uma iniciativa muito bacana. O pessoal do surf dando um exemplo de cidadania, fazendo algo em relação à defesa do meio ambiente e eu pretendo dar essa força?, anunciou.

 

Para Rico, a presença de Danielle, um grande destaque de outro esporte, engrandece ainda mais o evento.

?Vamos fazer uma festa bonita, com muita gente e a Dani já se prontificou a ajudar. Isso é muito importante, porque queremos conscientizar as pessoas sobre os riscos do aquecimento global?, argumenta Rico, lembrando que outros destaques também participarão da tentativa, como os atores Kadu Moliterno e Paulo Vilhena.

 

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Danielle Zangrando recebe dicas da experiente dupla. Foto: Fábio Maradei / FMA Notícias.

Para Picuruta, a realização do Earthwave Festival de Surf Ecorodovias mostra que o surf está preocupado com a preservação do meio ambiente.

 

?Nosso objetivo é alertar a todos. Temos de preservar. E essa união de esportes mostra que estamos preocupados com o nosso futuro?, afirma o super campeão.

 

O organizador conta também, que serão distribuídos nos pedágios do complexo Anchieta-Imigrantes, 150 mil folhetos anunciando o evento.

 

Mesmo depois de mostrar ser a melhor das Américas em sua categoria no Pan Rio, Danielle Zangrando luta para garantir um patrocinador principal, que a deixe tranqüila em sua preparação para os Jogos Olímpicos de Pequim.

 

O treinamento para o mundial já começou, e a atleta tem de acertar a agenda para os compromissos que a medalha trouxe, como participações em programas jornalísticos e até mesmo no Criança Esperança, para suar no tatame e seguir com a fisioterapia com o fisioterapeuta Nilton Petrone, o Filé, no Santos FC.

 

?Estou mantendo o tratamento com o Filé, um trabalho postural, porque no judô a gente trabalha só um lado e sempre fico um pouco descompensada. Então três vezes por semana vou lá no Santos e ele me coloca no eixo?, conta a judoca.

 

Durante o encontro na praia, Rico de Souza fez questão de chamar a atenção para a situação da judoca.

?Atrás de cada atleta tem uma história de conquistas, sofrimento, perseverança e de falta de patrocínio. Veja como exemplo a Dani e o Picuruta, que batalham para renovar os patrocínios deles?.

 

O surfista santista, considerado um ídolo no Brasil, está sem o patrocinador principal desde o começo do ano.

?Estou batalhando para seguir nos campeonatos com mais tranqüilidade. O competidor tem de ter sossego nesse ponto para poder treinar e competir bem?, finaliza Picuruta, recordista de títulos no Brasil e nove vezes campeão brasileiro profissional de longboard.