Taís de Almeida é considerada uma das melhores atletas do país. Foto: Fábio Minduim.

A atleta Taís de Almeida, 19 anos, também conhecida como uma das “Búfalas” do circuito brasileiro Profissional – as outras são as cearenses Silvana Lima e Tita Tavares e sua conterrânea Alessandra Vieira – vem se firmando como uma das melhores atletas do país.

 

Nascida em Brasília, no dia 25 de fevereiro de 1985, ela deixou a capital federal com apenas um ano e foi morar com a família em Saquarema, litoral norte do Rio de Janeiro. Desde então, o destino conspira a seu favor.

 

“Meus pais me trouxeram para morar em Saquarema quando tinha apenas um ano. Meu pai, principalmente, era louco por esse lugar. Mas, infelizmente, três anos depois ele faleceu e eu, minha mãe e minha irmã continuamos na cidade, pois já havíamos construído nossas vidas aqui”, lembra.

 

Dona de um surfe forte e explosivo, ela treina nas famosas esquerdas de Itaúna, Saquarema. Foto: Marcos André Araújo.

Aos 8 anos, Taís decidiu surfar. Entrou na escola de Surf de Saquarema junto com amigos e começou a pegar suas primeiras ondas de prancha, já que antes brincava de ficar em pé no bodyboard. Tudo com o apoio da família e de sua avó Jezebel – fã número um da atleta.

 

Atualmente, ocupa a terceira colocação no ranking do SuperSurf e está mais focada
do que nunca em seus objetivos.

 

Taís pretende correr as principais
etapas do WQS, somando pontos para no próximo ano entrar algumas baterias
mais à frente e tentar conquistar uma vaga no WCT, primeira divisão do surfe mundial.

 

Dona de um surfe forte, com manobras explosivas, o quintal de casa é o pico preferido da atleta, que treina sempre em Itaúna, uma das ondas mais pesadas do Brasil.

É neste pico que ela aperfeiçoa suas manobras, cada vez mais redondas, jogando bastante água e deixando muito marmanjo de boca aberta.

 

Sempre que o mar sobe, Taís aparece como uma das favoritas. Foto: Benjamin/Easydrop.

“Itaúna é uma onda bem longa, que  proporciona manobras variadas”. E foi nesse pico que, em 2002, faturou uma etapa do SuperSurf em ondas enomes, que chegavam aos três metros.

 

Tranqüila, varou a arrebentação e faturou o título da etapa depois de surfar uma morra da série. Taís foi a única competidora que surfou as ondas desde o outside.

 

Sem medo, ela diz que tomou uns caldos bem fortes, mas nada ‘cabuloso’. Alguma dúvida de que ela realmente se joga?
   
Na segunda etapa do circuito Petrobras, realizada em junho na praia do Francês, em Alagoas, estava previsto um swell (que não entrou) com ondas de até dois metros. O comentário na areia era o seguinte: “Se o mar subir, o título é da Taís”.

 

Taís (à direita) no início da carreira. Foto: Marcos André Araújo.

Bom, o swell não entrou, mas o primeiro lugar foi dela. Parecia até que já estava escrito. Com seu jeito calmo de competir, esperando sempre a melhor da série, Taís ficou em quarto lugar grande parte da final, deixando seu técnico Felipe Braun e seus amigos aflitos.

 

Somente no último minuto é que pegou uma esquerda da série e manobrou forte
até o final da onda, virando a bateria e vencendo o campeonato.

 

Ao sair da água, declarou: “Quando deu a calmaria, olhei para o céu e pedi para meu pai que me mandasse uma onda boa para virar a bateria. Quando olhei para frente, a série estava vindo e peguei aquela esquerda”.

 

Depois do SuperSurf de Ubatuba, Taís cai na estrada para disputar a perna européia do WQS. Foto: Ricardo Macario.

Na mesma semana, Taís conquistou o terceiro lugar no SuperSurf, na praia do Cupe, em Pernambuco.

 

Neste ano, seu objetivo é terminar entre as ‘Top-3’ do circuito brasileiro profissional. Depois da quinta colocação, conquistada neste final de semana em Ubatuba, ela aparece em terceiro com 2.680 pontos, empatada com Juliana Guimarães e Andréa Lopes.

 

Agora, Taís embarca para mais um desafio: a perna européia do WQS, que começa no dia 3 de agosto com o Nokia Pro, em Fistral Beach, Inglaterra.

 

Com apenas 19 anos, Taís de Almeida promete dar trabalho. Considerada uma das melhores do Brasil, figurar entre as melhores do mundo é questão de tempo.

 

Falta apenas um patrocinador principal para que a atleta deslanche e dispute o circuito mundial. Foto: Ricardo Macario.

A atleta se inspira no surfe forte de atletas como o carioca Raoni Monteiro e o australiano Mark Occhilupo. Seu maior sonho é integrar o WCT e um dia ser campeã mundial. Mas, para isso precisa de apoio.

 

Com patrocínio da Reef, Star Point e pranchas Thiago Cunha, a surfista precisa de um patrocinador principal que banque os custos de suas viagens internacionais para que assim dispute mais etapas do WQS.

 

A atleta carrega no currículo os títulos de campeã Iniciantes e terceira colocada na categoria Profissional do circuito Surf Trip (99); quarta colocada no SuperSurf (2001); e vice-campeã do SuperSurf e Super Trials 2002.