De Serrambi para o Mundo

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#Considerado um dos maiores talentos da nova geração do surf brasileiro, o pernambucano Paulo Moura acabou de conquistar a tão sonhada vaga entre os Top 44 do Circuito Mundial. Paulo é conhecido por possuir um estilo muito bonito e está aperfeiçoando cada vez mais seu surf. Aos 20 anos, tem no currículo sete temporadas em Noronha e já surfou nos melhores picos do mundo como Fiji, Hawaii, México, Indonésia, África, França, Portugal, Peru e Austrália. Agora Paulinho terá a responsabilidade de defender a bandeira brasileira e entrar de cabeça na disputa pelo título mundial no WCT 2001.

Como foi esse seu primeiro ano de WQS?
Esse foi meu primeiro ano de circuito e com certeza um ano muito importante, pois busquei me concentrar ao máximo para conseguir realizar meus objetivos.

Quando você sentiu que a vaga entre os Top 44 estava em suas mãos? O que isso significa para você?
Após a etapa do Rio, senti que realmente meu sonho se tornaria realidade. Foi um dos momentos mais importantes da minha vida, pois estava realizando meu sonho: ser um dos melhores surfistas do mundo. Uma grande conquista pessoal e profissional.

Gostaria que você definisse o seu estilo de surf.
Tenho um estilo de surf de linha, baseado em cavadas fortes e com muita pressão.

Quais são os seus principais títulos?
Fui vice-campeão do Mundialito realizado em Bali, campeão brasileiro Pro/Júnior em 98 e campeão do US Open Pro/Júnior 2000, realizado na Califórnia.

#Quais são suas expectativas para 2001?
Espero que Deus continue me abençoando bastante para que eu possa ter mais um ano de vitórias tanto espirituais quanto profissionais.

Quando você foi para o Hawaii, sentiu a pressão devido ao fato de toda a mídia especializada estar voltada para o arquipélago? E o localismo, como você reage a ele?
O Hawaii é um lugar muito especial para mim. Com certeza rola a maior pressão por parte de todos, mas eu não ligo para isso. Tento só surfar, pegar as minhas ondas e me divertir o máximo possível….

De onde vem o feeling que você possui para ondas grandes? Das temporadas em Fernando de Noronha?
Tenho um feeling que estou conquistando e evoluindo a cada ano. Com certeza Noronha foi muito importante para mim, pois é uma onda forte que muitas vezes chega a 10, 12 pés e proporciona um treino muito bom. Vou para lá desde os treze anos. Recife tem vários picos de coral show, e procuro treinar muito neles. São picos casca grossa onde nasceram nomes como Eraldo Gueiros, Carlos Burle e Eduardo Fernandes, o ?Rato?.

Como é o surf e as ondas no local em que você mora?
É alucinante, pego ondas boas sempre nos picos de coral, como Serrambi, que sempre quebra dias clássicos com altos tubos.

#Antes de você, outro pernambucano tinha destaque no Circuito Mundial e estava quase chegando ao WCT. Refiro-me ao Gustavo Aguiar (que morreu em 96 em um acidente de trânsito). Como é para você fazer parte da geração seguinte ao Gustavo e, como ele, ser considerado uma revelação do surf nacional. Há alguma responsabilidade ou pressão por ter que representar bem o seu Estado, a sua região?
Não, comecei a competir com ele sempre me inspirando, me dando toques. Com certeza eu sinto não responsabilidade, mas uma grande instiga para tentar levar o nome de Pernambuco para o lugar mais alto das competições pois, era o que ele sempre quis.

O que você achou das mudanças ocorridas no Circuito Mundial, que resultaram na mudança dos locais dos eventos, para lugares com ondas de qualidade inquestionável? Isso te favorece em alguma coisa?
Acho que foram boas as mudanças, mas não me favorecem. Mas, me sinto muito bem em competir em ondas boas, perfeitas e tubulares.

E sobre as alterações nos critérios de julgamento, onde as maiores notas serão dadas para o surf mais radical. Você está preparado? O que você acha dessas mudanças?
Muito boas, sempre procurei fazer um surf de pressão, mas com certeza vou ter que evoluir mais e mais
Na sua opinião, quem são os melhores surfistas da atualidade?
Fábio Gouveia, Armando Daltro, os irmãos Hobgood e Taylor Knox.

E os maiores valores da sua geração, tanto no Brasil quanto no Mundo?
Marcelo Nunes, Raoni Monteiro, Marco Polo, Joel Parkinson e Bob Martinez.

Gostaria que você falasse um pouco sobre as pranchas que tem usado e porque?
Estou usando as pranchas da Rusty e do shaper Alzair Russo. Elas têm funcionado muito bem. Minha melhor prancha este ano foi uma 6?0 que me ajudou a conseguir importantes resultados.

Quais foram os locais que você já surfou e os que mais gostou?
Fiji, Hawai, México, Indonésia, África, França, Portugal, Peru e Austrália. Os que mais me fascinaram foram Hawaii, Indonésia, México, Austrália e Fiji. Quase todos, né!?

Você enfrentou algum tipo de dificuldade na sua carreira? Quem mais te incentivou?
Deus sempre abençoou bastante minha carreira, nunca tive muitas dificuldades. Meus pais e alguns amigos são meus maiores incentivadores