Fiji

Decreto controla o crowd

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Estive em Tavarua, Fiji, quase um ano depois do decreto que “abriu” Cloudbreak e Restaurants e liberou estas ondas para todos os surfistas, e não mais somente aos hóspedes do Tavarua Resort.

 

Essa é a segunda vez que viajo para lá depois do decreto, a outra vez foi em setembro do ano passado. O que posso falar é que o crowd aumentou sim (antes eram apenas alguns hóspedes que desfrutavam das ondas, praticamente sozinhos).

 

Mas os picos ainda não chegaram a um nível insuportável. Muito pelo contrário, está super tranquilo. Reparei que a quantidade de pessoas na água nessa viagem está praticamente a mesma da de setembro do ano passado.

Lógico que quanto menor e menos consistente o swell, mais incômodo fica o crowd. Uma coisa são 20 pessoas na água com séries constantes de três a quatro ondas e 1,5 metros, outra coisa são as mesmas 20 cabeças com séries de meio metro demoradas.

A verdade é que com um bom swell (nem estou falando de um swell grande, algo em torno de 1,5 metros por exemplo), as ondas sobram. Outra coisa também é a atitude das pessoas. Havia dias com dez pessoas na água, mas com alguns fominhas australianos, e eram piores do que dias com 25 pessoas e todos sabendo se comportar e esperar a sua vez.

Uma vantagem de Fiji é a frequência. É impressionante como dá onda por lá. Em março entrou um swell perfeito, que fez com que Kelly Slater e companhia voassem da Austrália para Tavarua. Menos de um mês depois, outro swell tão bom quanto, entrou e fez a cabeça da galera que estava na área.

Olhei a previsão e já tem outro swell chegando neste final de semana. Se as coisas continuarem assim, pode dobrar o crowd que ainda vão sobrar ondas. Com certeza Fiji continua um dos melhores destinos para quem gosta de esquerdas boas e tubulares.

O decreto até que não foi tão ruim para os brasileiros, afinal antes era praticamente impossível de conseguir vaga em Tavarua – que já ficava todo reservado com bastante antecedência por americanos e australianos. A crise econômica nos EUA também ajudou um pouco e muitos americanos cancelaram suas reservas. Hoje está muito mais fácil de reservar e ficar na cara do gol.

Realmente não sei se o crowd vai se manter estável como está hoje ou se vai virar um Uluwatu da vida, mas, por enquanto, ainda é possível ver ondas passando perfeitas e sem ninguém.
 
Bula Vinaka!

 

O surfista Freddy Cerdeira é dono da agência de viagens The Surf Travel Co. Clique aqui obter mais informações sobre o seu trabalho.

 

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