Quem já teve a oportunidade de conhecer William Woo, surfista que virou parlamentar, sabe que ele não é de ficar parado.
Diferente da imagem negativa que muitos políticos insistem em manter no Congresso Nacional, Woo arregaça as mangas e trabalha em várias frentes.
Para a comunidade do surf, o deputado federal (PPS-SP) contribui na realização de campeonatos, além de regulamentar uma lei que visa a segurança de surfistas, banhistas e pescadores.
Para este ano, seu apoio será estendido a campeonatos de surf em todo litoral brasileiro.
“Diferente de 20 anos atrás, a prática não está concentrada somente no eixo Rio x São Paulo, tendo em vista que o surf cresceu no Brasil. Além de trazer saúde, gera muitos negócios e empregos”, esclarece Woo, que marcará presença nas etapas do brasileiras do WQS.
Seu primeiro compromisso acontece na décima primeira edição do Hang Loose Pro Contest, agendada entre os dias 2 e 7 de fevereiro em Fernando de Noronha (PE). Além do apoio do deputado, a competição volta a receber indicação “prime location” da ASP para as melhores ondas do WQS.
Outra ação do parlamentar é a regulamentação da prática de surf na região Sul do país, local marcado por vários óbitos de surfistas em decorrência de acidentes em redes de pescas, e também, do uso de jet ski seja para a prática do tow in ou lazer.
“Esses dois problemas estamos tratando por meio de projetos de lei de minha iniciativa, que visa a demarcação para a área do esporte, e quase foi votado agora, no final do ano”, lamenta Woo. Um dos motivos para a não aprovação foi a falta de conhecimento mais detalhado sobre o esporte por parte dos parlamentares.
“Ainda lidam com certo desconhecimento, já que entre eles, o surf não é um esporte tão conhecido assim e o pessoal se assusta quando falo desta prática”, surpreende Woo.
“Se trata de uma sinalização na área marítima que pertence a Marinha. Por esse desconhecimento, não deixaram aprovar o projeto na última sessão da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional, que será colocado em votação no início de fevereiro”, continua.
Em seus discursos, ele usa exemplos de vários atletas que representam o país, como Maya Gabeira, filha do deputado federal Fernando Gabeira. “Ela é uma dos nossos grandes orgulhos no surf mundial feminino”, elogia.
Apesar da complexidade do assunto, Woo esboça parte do projeto de lei. “Queremos criar áreas específicas por meio de sinalizações e identificações bem claras, onde existe o conflito pesca e surf. Assim, evitaremos acidentes com surfistas, muito comuns na região Sul do país. Infelizmente, tivemos várias fatalidades nessas áreas”, afirma Woo.
O mesmo será feito em praias onde se pratica o tow in. “É preciso ter uma área específica para esta modalidade de esporte e deixando uma outra para o surf de remada, eliminando assim qualquer problema entre as duas atividades”, diz o deputado.
Surf sem fronteiras Entre as ações de 2009, uma teve um sentimento especial para William Woo. Filho de pai chinês e de mãe japonesa, Woo colaborou para a viagem do paranaense Sergio Laus (especialista em pororocas) à terra natal do pai.
“Eu desconhecia o surf na China e foi uma novidade trazida pelo Serginho Laus. Há três anos ele me procurou para ajudá-lo a surfar na pororoca chinesa, foi quando consegui junto à embaixada na China a autorização para ele praticar o esporte no rio Quintang, na cidade de Hangzhou”, conta Woo.
O feito do brasileiro, que teve como companheiro o carioca Marcos Sifu, chamou atenção de muita gente. “Ele foi no mês de outubro e dessa última vez, conseguimos alguns patrocínios de empresas de surf como a Vibe e a Onbongo. Meio milhão de pessoas assistiram a performance dele ao vivo. Foi uma grande sensação”, recorda Woo.
“Falei para o Serginho que nem o Ronaldinho conseguiu um público tão grande para ver um atleta praticar esporte, já que, em um estádio de futebol não entra nem cem mil pessoas. Sua presença foi um grande orgulho para nós. Ele já é uma pessoa conhecida na China”, diz o deputado.
Nas ondas O deputado também é um apaixonado pelo surf. Iniciando suas braçadas ainda garoto, com 16 anos, Woo se orgulha da sua primeira prancha, uma monoquilha da marca Lightning Bolt, shapeada por Tiola, adquirida com as vendas de salgados na fila da balsa Guarujá-Bertioga (SP), em 1984.
Três anos mais tarde, William abriu a sua fábrica de pranchas, a Overline Surfboards, com salas de shape, laminação, acabamentos e área de consertos. Hoje, aos 41, ele continua ativo nas ondas.
“O surf só me traz alegrias e os melhores momentos da minha juventude foram como surfista, fazendo pranchas e surfando”, declara o deputado que já foi atrás das ondas ao redor do mundo.
Em suas viagens constam lugares como Hawaii, Peru, Japão, Califórnia, Costa Rica e Panamá. No Brasil, já dropou em Fernando de Noronha, Rio de Janeiro, Bahia e Santa Catarina.
Para obter mais informações sobre o deputado, acesse o site William Woo.
