Ilha dos Mil Templos ou Ilha dos Deuses, como é conhecida, Bali só foi então descoberta pela comunidade do surf por volta dos anos 1970, através de fotos nas revistas especializadas e do clássico “Morning of the Earth”, filme do surfista australiano Albert Falzon. Eu chamo de ilha mágica, já que é a trip ideal para quem busca inigualáveis ondas perfeitas.
Para surfar com segurança, pela Indonésia, é sempre bom esperar a maré cheia. E, enquanto ela não enche, vale fazer uns passeios pelas praias paradisíacas, bem como dar uma olhada no artesanato local, principalmente em Kuta e Seminiak. A “Indo” também conta com altos resorts e muita cultura. Sim, há vida noturna em Bali, com pubs e discotecas bem animadas de todos os tipos e pessoas de todos os lugares. Todos os dias tem noitada, mas as que mais gosto acontecem sempre aos domingos.
Uma viagem de 15 dias é muito legal, mas se quiser explorar as outras ilhas vai precisar de mais tempo. A Indonésia é gigante e eu prefiro passar de 20 a 30 dias, pois há muitos picos a serem explorados.
O crowd é bem intenso, mas tem muita onda boa e o mais importante é saber ter uma postura correta nos points, esperar a sua vez e não remar em tudo o que é onda – aliás, em lugar nenhum. Se chegar com muita sede de pegar várias, pode ser advertido pelos locais que geralmente são amistosos, mas devem ser respeitados.
Os meus picos favoritos são Padang Padang, Canggu e Keramas, sem contar as direitas maravilhosas de Nias (confira no clip). Uma boa opção é ter Bali como base para fazer as trips para lugares como Desert Point ou Nias, que não têm muita coisa para fazer quando não dá onda, mas são as melhores do mundo com swell. Confira as minhas dicas e é só botar para baixo. Bagus!
Como chegar
Realmente chegar em Bali é todo um processo. Não há voos diretos partindo do Brasil, você pode ir pela Europa, Dubai ou África do Sul. E lembre-se que, independente da rota que escolher vai passar mais de 24 horas no ar – e ainda vai perder uns dois dias só na ida – porque ainda tem o fuso horário de oito horas. O melhor voo é o da Emirates e costuma ter bons preços, da última vez que consultei, no início de janeiro, estava por US$ 1.250,00 (ida e volta) e sai do Brasil para Dubai e de lá para Indonésia (dois voos longos). Outra cia que funciona bem é a Qatar (Brasil – Doha – Indonésia). Não precisa pedir visto com antecedência, você paga na hora em um dos guichês da imigração e custa U$25, sempre em dinheiro, valido para um mês na Indonésia. Outra coisa importante, para ir embora é preciso pagar uma taxa de 150 mil rúpias (moeda local).
Como se locomover
Não confiem em funcionários que se oferecem para levar suas malas, eles só as devolvem depois que você pagar e do lado de fora do aeroporto tem bastante transporte, mas tudo tem que ser negociado. Já instalado eu alugo uma motinha para rodar em Bali. Você também pode alugar um carro com motorista, porque é muito barato, cerca de U$30 ou U$50 (12 horas). Pegar táxi também é muito barato, existem preços tabelados, mas ainda dá pra pechinchar. Só lembrando que o trânsito é bem louco.
O que levar na mala
Com o clima tropical da Indonésia você não precisa levar muita roupa, basicamente duas bermudas e duas camisetas e você passa um mês. Só precisa mesmo de prancha e os equipamentos de surf, que já é muito peso. Se o capão for muito grande, o pessoal da alfândega costuma enrolar um pouco a liberação. Mas daí você precisa conversar com o guarda, falar que é apenas para uso pessoal, que não vai comercializar e, algumas vezes (é chato) mas precisa perder uma propina. Se for mulher, biquínis, roupas de surf e roupas leves (só tomar cuidado de não mostrar muito o corpo por conta das tradições culturais, nas praias é tranquilo mas evite em lugares onde há templos, pois o islamismo é a religião predominante, respeito aos locais é essencial). Como as quilhas pesam um pouco, levo na minha bagagem de mão. Além de uma mala tamanho padrão, com 20kg.
Quiver
Eu levo uma 5’8 para os dias pequenos; duas pranchas entre 5’10 e 6’0 para o dia a dia; uma 6’2 ou 6’3 round, para os dias de tubos; e uma 6’6 ou 6’9 para os dias grandes. Se estiver afim de ir para G-Land ou pegar Uluwatu com swell, tem que ter uma prancha entre 7 a 8 pés, dependendo do nível do surfista.
Onde ficar
Existem muitas opções na região de Uluwatu e Padang Padang, com pousadas e hotéis que variam diárias entre U$15 a U$100, é só escolher. E para quem prefere as direitas, tem opções em Cangoo e Keramas.
Temporadas
A melhor temporada é de abril a novembro, com seu ápice em julho e agosto, bom também para iniciantes. Nesta época , funcionam bem picos de esquerda como Uluwatu e Padang Padang, devido aos ventos que entram de terral, neste lado da ilha. No verão, que eles chamam de estação chuvosa, a baixa temporada vai de dezembro a março. Durante este período, os ventos mudam de direção e favorecem as direitas do outro lado da ilha, como Sanur, Nusa Dua e Sri Lanka, que podem funcionar.
Onde comer
Há inúmeras opções desde bangalôs na beira da praia, com comidas típicas e preços acessíveis, até sushis mais sofisticados. Para os que não vivem sem a boa comida brasileira, é só passar no restaurante do Hugo, próximo a Padang Padang.
Curiosidade
A religião predominante na Indonésia é o islamismo, mas em Bali é a hindu, sendo a principal filosofia de vida dos balineses é o “karma”, em que tudo o que você faz aos outros volta para você, seja bom ou ruim. Indonésia vem do grego indós e nesus que significa ilha.
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