Depois de 25 dias recheados de manobras, tubos, comidas e cervejas locais, além de amizades fortalecidas e construídas, voltei à realidade com a mente cheia de positividade e inspiração.
Em Uluwatu o pôr-do-sol continua mágico e, apesar do crowd intenso, continua a melhor opção na falta de swell em Bali, Indonésia. Em G-Land surfei um swell mediano, de até 2 metros.
Mas foi em Desert Point, guiado pelo pernambucano Hugo – do Warung Brasil – que vivi o auge da trip. Foram dois dias de muito surf com swell de direção Sul, período de 16 segundos e séries maiores de 2 metros. Para melhorar a situação, estavam na água os atletas Taj Burrow, Joel Parkinson, Kalani Chapman e outros da equipe Billabong, que filmavam para o próximo filme da marca.
Era impressionante a organização da equipe de produção, mais de cinco pontos de filmagens, incluindo helicóptero. Fiquei dois dias em Desert e presenciei um verdadeiro show de surf. Os balineses eram os melhores na água e dificilmente deixavam alguém vir na da série.
Apesar da habilidade na água, alguns até passavam do limite com localismo vândalo. Infelizmente quem sentiu isso na pele foi o big rider brasileiro Sylvio Mancusi, que mesmo sendo bastante respeitoso no outside, foi tratado com desdenho por um balinês prego. Neste swell, Desert bem que poderia ser chamado de Crowded Point. Apesar das cenas de barbárie consegui pegar minhas ondas.
De cabeça feita, diante do brilho da lua nova, parti de volta para Bali com o objetivo de amanhecer o dia em Keramas. Meta alcançada, o dia amanheceu lindo com sol brilhando forte e séries de 2 metros no line-up. Vento terral, altas ondas e poucas cabeças na água resultaram em mais um dia de muito surf.
Depois desta sessão, a viagem ficou perfeita: tubos e manobras em esquerdas e direitas. A longa viagem de volta ao Brasil foi recheada de boas lembranças e nem mesmo o vôo cancelado de Guarulhos (SP) para Fortaleza (CE) foi capaz de me aborrecer.
O biólogo Heverson Costa conta com apoio da FC Surfboards e Vook.